Fala Produtor
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Climaco Cézar de Souza Taguatinga - DF 16/06/2008 00:00
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Jurandir Alexandre Lamb Cascavel - PR 16/06/2008 00:00
Eu só queria dizer ao João Batista que na região oste do Paraná os milhos cozinharam hoje pela manha porque fez -1 grau era branco de gelo nao escapou nada ate os trigais espigados queimaram, na minha opiniao perdeuse 90% dos milhos e 50% dos trigos pois o que nao matou hoje morre amanha pois tem previsao de vir mais frio como hoje, Jurandir Lamb, Sede Alvorada, Cascavel - Paraná
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Loureno Budke Campo Grande - MS 16/06/2008 00:00
Caro José Antônio Roberto,
causou-me espando o seu relato sobre a atuação dos bancos das montadoras e das cooperativas aí no PR.
De qualquer forma, tanto a MP quanto as resoluções do Bacen editadas no final de abril impedem que as medidas sejam generalizadas.
Tenho dito que as prorrogações já não são mais um benefício, mas um remédio amargo, tanto para os agentes financeiros quanto para os produtores. Isso em função, especialmente, da necessidade de que seja observada a Resolução 2682/99.
A respeito, tem duas notícias de 12/06 bastante esclarecedoras no site da faep (www.faep.com.br):
"Dez cuidados ao renegociar as dívidas da Medida Provisória 432", e "Banco do Brasil já recebe pedidos
de renegociação dos custeios".
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Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR 15/06/2008 00:00
Caro João Batista,
Parece piada, mas infelizmente não é. Mesmo depois da medida provisória, resoluções do Banco Central, os bancos das montadoras como John Deere e New Holland se recusam á analisar os pedidos de prorrogação. Dizem que não irão prorrogar porque não são obrigados, e ainda por cima dizem que vão cobrar multa e juros retroativos ao dia do vencimento.
Cooperativas como a Coamo de Campo Mourão estão fazendo a mesma coisa. Isto mesmo, cooperativas também estão encurralando os agricultores.
O que mais me revolta não é o fato de eles cobrarem. Estão no seu papel, mas cadê nossos representantes? Cadê a CNA, Federações e sindicatos rurais? Vamos para a rua, trancar os portões destas empresas, vamos boicotá-las.
Somos obrigados a pagar para sermos representados , mas este tipo de representação não é suficiente. Não me sinto defendido por eles.
Quem cala, consente.
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Dário José Magnani Pranchita - PR 15/06/2008 00:00
oi João Batista um buschel de soja é vinte sete quilos e duzentos e dezesseis gramas.
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Dário José Magnani Pranchita - PR 14/06/2008 00:00
bom dia joão batista
esse país esta cheio de demogogo, quer demagogia maior essa tal de estatisação ou parte dela no setor de adubo isso é balela das grande, como que se o governo tivesse capacidade pra baixar o preço do adubo, eu pesso pra ele porque não abaixa o preço do combustivel ja que nos somos auto suficiente em petroleo isso é a mesma coisa, o petroleo não cai e o adubo menos ainda quem comprou comprou que vai comprar vai pagar cada vez mais caro pelo adubo, e as empresas de fertilizante estão certas são poucas que dominam o mercado
vão vender barato porque se querem compram nesse preço se não elas vendem pro outros agricultor organisado que não tem dividas, até que o agricultor não se organisar ele vai tar nessa miseria que esta, compram maquinas nova pra se gavar etc etc etc e olha eu sou agricultor e dos bão. João batista um abraço to torcendo por voce e teus filhos
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Daniel Afonso Fornari Balsas - MA 14/06/2008 00:00
Gostaria de comunicar que NENHUMA TRADING aqui de Balsas MA está fixando mercado futuro, não sei o motivo; Então fica difícel, mais uma vez, o produtor aproveitar este bom momento vivido pelo mercado,
Grato pela atenção.
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marcio percoski santarém - PA 13/06/2008 00:00
Olá, nós aqui de Santarém, plena Amazonia estamos preocupados, pois, quando aqui chegamos em 2000, tivemos encentivos para aqui nos estabelecermos e produzir. Recebemos financiamento pelo FNO, tivemos apoio dos governos estaduais e municipais, e agora, estamos sofrendo, por mais preconceito do que motivos.
A algum tempo atraz a madeira extraida nesta região era toda para exportação, aqui não conseguia-mos comprar a madeira pois o preço era quase enviavel.
A maioria das propriedades foram constituidas em àreas ja degradadas, ou seja, ja desmatadas la na época do ford e cia .
Para concluir temos máquinas, terras, queremos produzir, queremos trabalhar mas não temos o q fazer.
Será que o Brasil tem condições de suportar redução de produção de alimentos justo neste momento
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Caio Eduardo Picolo Ceccarello Rio Brilhante - MS 13/06/2008 00:00
Prezados Senhor (a):
Gostaríamos de pedir um apoio na divulgação no V SIMPÓSIO DE ARROZ IRRIGADO, de Rio Brilhante - MS.
O evento se realizará nos dias 19 e 20 de Junho de 2008 na Câmara Municipal de Rio Brilhante - MS.
A realização é da Associação dos Engenheiros Agronômos de Rio Brilhante - MS e da EMBRAPA Arroz e feijão.
Informações: (67) 3452-8038 ou (67) 3422-6465
Desde já agradecemos à atenção dispensada
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Jesus Adelungue Domingos Poços de Caldas - MG 13/06/2008 00:00
Gostaria de saber por que não há um candidato, Ruralista ou um agropecuarista, para a presidência da CNA? Somos eternamente submissos a indicação feita pelo governo? afinal a CNA não existe para defender os interesses do agricultor ? ou será que foi feita para arrecadar ?
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Cleocelio Assis Moraes Cuiabá - MT 12/06/2008 00:00
Sr. Joao Batista,
Gostaria de colocar minha indignacao, sobre a votacao da nova CPMF a chamada CSS, e o mais intrigante é que alguns deputados que vao ai no seu programa de TV dizer que defende os produtores, foram os mesmos que aprovaram esse nvo imposto na camara, para tirar mais dinheiro do bolso dos produtores.
Com isso pergunto:
Quando a pessoa que recebe menos de 3 mil reais de salario, for ao supermercado tera que aresentar o contra-cheque para que nao seja cobrado esse imposto?
Grande abraço
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Anderson Gonçalves de Souza Posse - GO 12/06/2008 00:00
BOM DIA JOÃO BATISTA!!
VOCÊ SABIA QUE PARA OBTER UM FINANCIAMENTO DE PRÉ-CUSTEIO OU CUSTEIO AGRÍCOLA SAFRA 2008-2009 O CLIENTE PRECISA ASSINAR UM TERMO DE DESISTINDO DO PROGRAMA FRA (FUNDO DE RECEBÍVEIS DO AGRONEGÓCIO)???
É absurdo!!! Um programa de ajuda ao produtor, que dizia especificamente que não impactaria no limite de crédito do produtor rural, agora é alvo de exigência a sua desistência para se obter futuros financiamentos.
Grato pela oportunidade, um grande abraço a todos!
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Waldir Sversutti Maringá - PR 11/06/2008 00:00
URGENTE. Estou encaminhando abaixo uma reportagem do Estadão mostrando os primeiros sinais do fenômeno quinquenal por mim observado nos últimos 30 anos, porém, assim como em 1993, desta vez, quem se apresenta é a La Ninã, já provocando as primeiras inundações nas planícies do Mississipi, que vão provocar enormes prejuízos nas lavouras já implantadas e a implantar.
Sei que é muita coragem minha já ir falando sobre o fenômeno climático, diante deste primeiro sinal, mas acho, quase certeza, que veio ela e não ele.
Abraços
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Meus caros amigos diretores do site, especialmente o Sr João Batista. Urgente !
Assim como em 1993, em que eu esperava o El Nino e veio a La Nina, provocando tremendas inundações no Mississipi, eis que, um mês antes do esperado, se apresenta novamente a LA NINÃ, para atormentar os produtores de soja e milho nos EUA. Vejam a primeira notícia com foto, reportagem publicada hj no estadão.
E a confirmação de tudo é a tremenda alta de 63 pontos agora em Chicago.
Já não acho que a menina vá se recolher em julho ou agosto para que venha o El Nino.
Segurem-se que a turbulência vai nos 20...
Comunidades inteiras foram alagadas em Lawrenceville, Illinois
DES MOINES, Iowa - Enchentes destruíram uma ponte ferroviária na terça-feira, 10, inundou fazendas em Illinois e forçaram moradores ao longo do rio Mississippi a se preparar para o que pode ser a maior cheia nos últimos 15 anos.
Em Cedar Falls, Iowa, oficiais prepararam moradores e comerciantes do centro pra que eles deixem a região pela ameaça de rompimento de uma barragem, já que o dique deve transbordar nesta quarta-feira. Nas proximidades de Waterloo, a velocidade das águas arrastaram uma ponte ferroviária usada para transportar tratores até Cedar Falls. Outras cinco pontes da cidade foram fechadas.
Em Illinois, fazendas inteiras foram inundadas, algumas casas alagadas até os telhados. Na cidade de Elnora, em Indiana, sacos de areia e barreiras de concreto tentam conter o rio White. Muitos moradores deixaram a região voluntariamente após os alertas de retirada de segunda-feira, dois dias depois do Estado ser atingido por fortes tempestades.
Por todo o rio Mississippi, o Serviço Nacional do Clima previu elevações no nível das águas para as próximas duas semanas. Grande parte das cidades são protegidas por barragens, mas áreas afastadas podem ser alagadas. "Está é a maior cheia", disse o especialista Karl Sieczynski, que pediu ainda para que a população busque proteção em áreas altas.
Canton, no Missouri, pode enfrentar o pior da enchente do Mississippi. A cidade de 2.500 habitantes espera, em 18 de junho, que as águas subam até mais de 2,6 metros. O prefeito Joe Clark afirmou que a barreira é alta o suficiente para proteger a comunidade, mas que sacos de areia também serão usados para conter as águas.
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Marco Túlio P. Azevedo Santa Rita do Sapucaí - MG 11/06/2008 00:00
Prezado João Batista, gostaria de comentar sobre a renegociação das dívidas que o Proger rural investimento já foi contemplado para o norte, nordeste e centro-oeste, depois para o Sul do Brasil e não para o sudeste, porque não estender para o resto do pais o amparo legal para renegociar a mesma fonte da dívida? Obrigado .
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Oscar Armando Baldoni Dionisio Cerqueira - SC 10/06/2008 00:00
Prezado Telmo :
Como encaixa isto frente à indiscutível capitalização do pessoal "produtor" da Argentina ?
Mais ainda, como explica-se que, com o record de 144 milhões de toneladas produzidas, o produtor brasileiro amarga 88 bilhões de reais de dívidas ?
Para terminar, como Le Monde chega ao extremo de colocar o Banco Central do Brasil como um exemplo ?
Loucura coletiva ? Tudo tem um limite.
Cansei de explicar que, passando 30 dólares o barril do petróleo, buscar combustíveis renováveis é uma questão política, não mais econômica.
Ora, com 140 dólares o barril ... são 880 dólares o m3. e 1.035 dólares a tonelada FOB.
Se tivéssemos o real a valores corretos (aproximadamente o valor do peso argentino), imagine a disparada dos preços, fretes, etc.
Por isso (entre outra razões) o mágico Meirelles mexe na cotação a contra mão de todas as correntes anteriores da economía.
INVENTARAM UMA NOVA, PREJUDICANDO O PRODUTOR BRASILEIRO E A INDUSTRIA, QUE NÃO PODE CONCORRER COM O IMPORTADO.
Faça esta conta = Quanto entra por dia/mês/ano, só das porcarias fabricadas na China, invadindo produção nacional.
Veja que valores atingem os tributos (independente de falcatruas, no caso das minhas industrias prejudicadas).
Quanto abate CADA CENTAVO QUE PERDE A COTAÇÃO ARTIFICIAL DO DOLAR ?
Quem me tira da cabeça a mim que os responsáveis da cotação, não recebem "por fora" uma polpuda gratificação, que sai fácilmente dessa diminuição ?
Enquanto isso, recebemos pressões incríveis por suspeitas de uso indevido de mão de obra e NÃO OUÇO UMA PALAVRA SEQUER SOBRE O EMPREGO DE MÃO DE OBRA ESCRAVA NA CHINA, INDIA, ETC.
Vou mandar por separado fotos de uma fábrica de calçados na India.
Que Deus nos ajude.
Oscar Armando Baldoni
ARGENPRESS.info
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Fundador: Emilio J. Corbière
Buenos Aires, 10 / 6 / 2008
El agroconflicto en Argentina dentro del contexto mundial
Por: Gustavo Herren (especial para ARGENPRESS.info)
Fecha publicación:09/06/2008
El Liberalismo económico tiene una interesante característica: casi no depende del sistema de gobierno. Es un movimiento de ideas y programas que puede desarrollarse en prácticamente cualquier forma de gobierno. Puede haber dictaduras, monarquías, democracias e incluso socialismos liberales. Así como liberales de derecha, o liberales de izquierda.
A pesar de la intervención del gobierno con las retenciones a las exportaciones, sus políticas agropecuarias continuaron con los lineamientos del Liberalismo económico de hace una década.
Con distintas variantes, las retenciones a las exportaciones agropecuarias vienen siendo aplicadas históricamente en forma continua desde la presidencia de Bartolomé Mitre (1862-68), con la excepción del período de Martínez de Hoz y de Carlos Menem. Hasta liberales como Alvaro Alsogaray y Krieguer Vasena no han dudado en implementarlas ya que tienen relación con el tipo de cambio, en cuanto al nivel de precios y de producción con que se abastece el mercado interno. (1)
Por diversas causas el gobierno sigue manteniendo en los hechos, determinadas políticas liberales del dejar hacer, con un rol del Estado prioritariamente recaudador-administrador con mínima intervención, tal que asegure la acción de los mercados y la apertura al gran capital, sea en el agro y en otros sectores como minería y energía. Lo cuál, es concomitante con la inserción del país en la División Internacional del Trabajo (acorde con la teoría de las ventajas comparativas), determinada por las potencias globalizadoras del Norte y sus corporaciones transnacionales. Esta dinámica externa dirigió hacia un modelo agroexportador específico, basado en el monocultivo transgénico. Las consecuencias nefastas que pudiera ocasionar en el largo plazo tanto sobre las necesidades sociales, sobre distintos sectores de la actividad económica e incluso sobre la seguridad nacional, quedaron así relegadas a un plano inferior.
Como consecuencia de estas políticas, en las últimas décadas la configuración del sector agropecuario argentino ha ido variando con la aparición de nuevos actores y roles. Groseramente, a las componentes clásicas del peón rural, los pequeños y medianos propietarios, y grandes terratenientes (estos últimos permanecen históricamente quasi-invariantes), se han agregado por un lado el capital financiero representado en los grandes pools de siembra, cuyo enfoque no se basa en la propiedad de la tierra sino en la rentabilidad de la explotación, es decir la oportunidad del agronegocio. Esta componente esta en gran parte deslocalizada fuera del ámbito rural. Por otro lado, están las grandes corporaciones multinacionales de agroquímicos y exportadoras de granos, que desde hace una década cuando el gobierno liberal de Menem reformó el rol del Estado, han aumentado significativamente su poder económico y su influencia en las políticas públicas del sector agrario. Sin embargo como se verá, tal direccionamiento trasciende el plano de la empresa, ya que es congruente con los planes geoestratégicos de sus potencias de origen, con cierta semejanza a como operaban las grandes compañías privadas europeas en los siglos XVII, XVIII y aún principios del XIX (de tamaño igual o mayor que las actuales). (2)
De modo que en el problema agrario se pueden identificar en principio al menos 7 actores visibles o no: el gobierno, los pequeños y medianos propietarios agrarios de clase media, los grandes terratenientes, los fondos financieros de inversión, las grandes corporaciones exportadoras de granos, las potencias regionales y el resto del pueblo argentino.
El actual lock out patronal del agro no está asociado a un perfil social de desocupación y pobreza, por un lado tiene un carácter económico al plantear demandas que se dispararon cuando el gobierno afectó las rentabilidades individuales de un grupo de productores y arrendatarios que conforman una parte dentro del sector. Las protestas habían sido mínimas mientras este grupo tenía mayores ganancias, a pesar que era desplazado por el agronegocio y parte de su renta apropiada por las transnacionales exportadoras de granos.
Por otro lado, la protesta trasciende el plano económico al plantear discusiones que también involucran espacios de poder político, y además presenta un perfil ideológico dado por el de las clases medias históricamente conformado, que en gran parte tiende hacia las derechas, y una componente capitalista a la izquierda de la anterior. Simultáneamente se produjo el acercamiento de esos productores de clase media y los terratenientes de la Sociedad Rural, lo que sugiere (además de potenciar una relación de fuerzas) la aspiración de parte de aquella y su dirigencia a un ascenso de clase, y cierta sintonía con la ideología de la oligarquía. Por su parte, la Sociedad Rural necesita la alianza frente a una relación de fuerzas competitiva con los grandes fondos de inversión en el reparto de la renta agraria.
Hacia fines de 2007 cuando Martín Lousteau iba a ser designado ministro de Economía, había caído bien en el sector agropecuario. Tal es así que la dirigencia de el campo expresó su aprobación. Por ejemplo Luciano Miguens, de la Sociedad Rural, manifestaba... Es muy importante el perfil internacional, estudió y trabajó afuera y eso le da una serie de herramientas muy interesantes para buscar soluciones... es relevante que el funcionario se haya formado en instituciones académicas como la Universidad de San Andrés, (donde integraba el grupo de los más keynesianos según el recuerdo de uno de sus compañeros) y la London School of Economics, de Inglaterra. Esta última, fundada por Karl Popper considerado uno de los padres del liberalismo económico... (3)
Pero sea involuntariamente, por presiones o como caballo de Troya, Lousteau fue el disparador de un relevante movimiento opositor al gobierno.
El movimiento de protesta combinado de clase media patronal y la Sociedad Rural dirige su ofensiva principal contra el gobierno, al cuál no son afines ideológicamente y no tienen suficiente vinculación, en cuanto a la participación en los beneficios de la bonanza indirecta asociada al ámbito agropecuario local e internacional, articulada en las ganancias extraordinarias que las políticas de gobierno permiten al agronegocio financiero (que incluye los mercados de capitales (como futuros para las commodities)) y a las transnacionales exportadoras de granos.
En cambio es de menor intensidad el cuestionamiento al agronegocio que no confronta con su ideología, y a las grandes corporaciones acopiadoras de granos que son quienes les compran, lo que podría indicar un grado de connivencia con ambas a nivel formal o informal.
Si bien a través de la Historia argentina, distintos gobiernos han perjudicado los intereses económicos de estos grupos de productores rurales, la afinidad ideológica ha atenuado sus protestas. Sin embargo cuando confluyen una ideología confrontativa y un vínculo deficiente con el gobierno, los grupos pasan a la acción. Tales fueron sus reacciones contra los gobiernos de Juan Domingo Perón (Estatuto del peón rural), Isabel Perón y Alfonsín. En el primero facilitó el golpe cívico-militar liberal de 1955, la desestabilización del segundo condujo a la dictadura militar liberal de Videla, y para el último se produjo el adelanto de las elecciones que llevaron a neoliberalismo de Menem y De la Rúa.
Las tácticas como factor común
Es notable la virulencia de las acciones casi no violentas con las que comenzó la actual protesta de ciertos grupos del agro. Sin embargo, cuando en una guerra una fuerza armada realiza un sitio a una ciudad, una de las acciones primeras consiste en cortar los suministros que ingresaban desde el exterior, como el combustible y los alimentos. Se trata de una operación de guerra. Pero el desabastecimiento deliberado de alimentos a una población en tiempos de paz, puede incurrir en la comisión de delitos graves. Mas aún cuando existe carencia alimentaria permanente en algunos sectores urbanos empobrecidos, y los alimentos son desperdiciados y ostensiblemente desechados sobre las rutas cortadas, mientras quienes desabastecen se hallan muy bien abastecidos.
Pero aunque quienes protagonizan el conflicto y los grandes medios de comunicación masiva que lo promueven, pretendan presentarlo como un problema interno del país cerrado en sí, la realidad es que se halla insertado en el marco sudamericano y más aún, en el mundial. Lo cual, agrega grados de complejidad que suelen despreciarse o subestimarse involuntariamente o deliberadamente. De modo que quiérase o no, hay factores exógenos al conflicto que están presentes y con capacidad operativa sobre el mismo.
No es menor el anuncio del secretario de Estado Adjunto de EEUU para el Hemisferio Occidental, Thomas Shannon, cuando en la Reunión del Consejo de las Américas (Nueva York, 2/4/08) manifestó: ¡Hemos regresado!... (a América Latina).
Esto significa la intensificación de sus operaciones políticas, de inteligencia y militares para influencias y cambios de régimen que lleguen a responder abiertamente a sus intereses.
Supongamos un mecanismo simplificado. En un país se inicia una protesta de un sector de la población contra el gobierno. Se produce algún evento que dispara la movilización no violenta del sector en la que surgirán activistas. La mayoría de los grandes multimedios de comunicación estimulan fuertemente el conflicto, amplificándolo en la opinión pública. Aparte de las demandas, se producen acciones intencionales de presión, mientras se desprestigia y deslegitima sistemáticamente la autoridad del gobierno. La dinámica se mantiene con continuidad y durante un tiempo suficiente tal que, los efectos finales tienden al debilitamiento o al colapso del gobierno.
En principio el proceso podría ser espontáneo, pero necesariamente está abierto a terceros, visibles o no, locales y foráneos, que podrán interactuar a su favor en cualquier parte de su desarrollo, y aún después. La intervención externa puede realizarse mediante financiamiento encubierto, sobornos, propaganda negra, información manipulada, operaciones psicológicas, de inteligencia y de apoyo logístico, implementados por ejemplo a través de ONG, empresas consultoras o de asesoría internacional, organizaciones sociales y diversos agentes individuales.
El mecanismo anterior fue utilizado en 2007 en Venezuela, para intentar desestabilizar al gobierno mediante el acaparamiento de alimentos y desabastecimiento artificial inducido por ciertos sectores privados, que a su vez lo inculparon por no liberalizar los precios y la importación. Fueron los mismos sectores que habían participado en el paro patronal que condujo al golpe de Estado de abril de 2002 y el sabotaje petrolero de finales del mismo año, y existen pruebas concretas que los procesos fueron asistidos por EEUU.
Procesos con analogías al anterior, fueron empleados en las revoluciones de colores no violentas, desarrolladas en las ex-repúblicas de la URSS, como Serbia con el derrocamiento de Milosevic en 2000; en Georgia, con la dimisión del presidente Shevardnadze en 2003; en Ucrania, con la deslegitimación del electo Yanukovich en 2004, y en Kirguistán en 2005. En todos los casos hubo intervención encubierta del gobierno de EEUU y sus servicios de Inteligencia, y terminaron instaurando administraciones pro-estadounidenses. Hubo también intentos fallidos en Azerbaiján (2005), Moldavia (2005), Bielorrusia (2006), Líbano (2007), Myanmar (2007) entre otros.
Esta clase de guerra política de masas busca oponer una parte del pueblo contra otra. La astucia reside en que el trabajo sucio lo hace de buena fe la misma población, sin percatarse de que es manipulada en contra de sus propios intereses.
Durante parte de la Guerra Fría las oleadas de dictaduras militares con sus correspondientes desestabilizaciones y golpes de Estado en toda Latinoamérica, resultaron funcionales para los intereses de los EEUU, que tuvo una activa intervención ampliamente demostrada.
En la década de los 80s, el riesgo que las potencias occidentales presentaron como amenaza (para el sistema capitalista), el comunismo, estaba mermando en el continente, y las dictaduras latinoamericanas desprestigiadas por su secuela de abusos, represión y desapariciones dejaron de serles garantía suficiente.
Washington diseñó entonces el Proyecto Democracia, para promover una ola de democracias, tal que sus dirigencias pro-estadounidenses se identificarían con sus valores e intereses y garantizarían el poder a las élites, no a los pueblos.
Si esto no ocurría EEUU debía buscar nuevos métodos para realizar golpes de Estado, o cambios de régimen como los redefinió, sin intervención de las Fuerzas Armadas, es decir por medios pacíficos y dentro de su democracia.
Hacia principios de los 80s, la ONG estadounidense Albert Einstein Institute (4) había logrado un adelanto notable (utilizando las ciencias sociales) al perfeccionar las llamadas técnicas de acción no violenta, definidas como técnicas para conducir conflictos utilizando métodos psicológicos, sociales, económicos y políticos. Estas tácticas de desobediencia civil son las que fueron luego aplicadas para los cambios de régimen y secesiones, entre otros en Balcanes y Estados pos-URSS Orientales, del Báltico, del Cáucaso y Asia Central.
En base a las lecciones aprendidas, la experiencia acumulada y los éxitos obtenidos se proyectaron hacia América Latina, y se aplican en Venezuela desde 2004, en Bolivia y en otros países de la región donde estén en juego los intereses de EEUU y haya resistencia a sus políticas.
Lo invisible de lo visible
Pero existe una manipulación en mucha mayor escala. Durante siglos, los reinos de la India sobrevivieron mediante políticas agrícolas basadas en el cultivo de arroz, calculado para satisfacer la alimentación de su población incluida una reserva para las épocas de sequías y catástrofes. En los siglos XVII y XVIII cuando el Imperio Británico y sus grandes compañías mercantiles privadas conquistaron la India, llevaron el concepto de propiedad privada para las tierras y cambiaron el régimen comunitario de cultivos. Las compañías destinaron parte de las tierras del arroz para la cosecha de amapola (para opio) que se exportaba a China, y además de dejarles rentas extraordinarias se iba infiltrando como arma social estratégica para su futura conquista.
En esta situación, la cosecha de arroz alcanzaba apenas para la subsistencia de los indios. Hacia mediados del siglo XVIII hubo tres años seguidos de sequía, la hambruna produjo la muerte a 10 millones de indios.
En 2007, el Departamento de Estado de EEUU dio a conocer parte de sus planes estratégicos para el mundo, en particular para India, Sudáfrica y Sudamérica. Cuando George W. Bush realizó una gira por ésta última, propuso un negocio de alta rentabilidad garantizada en el largo plazo para los grupos capitalistas regionales y estadounidenses: los agrocombustibles. Destinar tierras para la cosecha de granos y caña de azúcar que EEUU comprará para elaborar combustibles. Se trata no solo de acuerdos de libre comercio bilaterales sino por sector específico, que responden al fracaso del ALCA, y que además de preservar el nivel de consumo energético de EEUU (5), servirán para crear una organización de países socios productores de granos para enfrentar a la Organización de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), lo que implica cercar y debilitar a Venezuela.
A su vez, parte de la estrategia alimentaria mundial del Departamento de Agricultura de EEUU (USDA) (6) parece muy simple y digna: defender el suministro de alimentos en los países del mundo. Esto significa facilitar a bajos precios aquellos granos que un país necesite.
Pero se omite mencionar que valiéndose de circunstancias de necesidad o presión, los precios serán tales que crearán dificultades al sector productivo agrícola local para desarrollarse y competir.
En otras palabras, el objetivo es debilitar la soberanía alimentaria del país y fortalecer su dependencia directa o indirecta con EEUU.
Una prueba piloto es Haití. El arroz constituyó su alimento básico principal, y los productores locales autoabastecieron históricamente el consumo interno. Hacia mediados de los 90s, el gobierno de Haití adoptó las reformas liberales del Fondo Monetario Internacional (FMI) y el Banco Mundial (BM), reduciendo drásticamente los derechos aduaneros. El país comenzó a importar arroz a bajo precio de EEUU (que con medidas proteccionistas subvencionaba fuertemente a sus productores). Se produjo el colapso de los productores haitianos y de la soberanía alimentaria del país. Actualmente Haití importa de EEUU el 75% del arroz que consume. Cuando hace poco el precio internacional del arroz aumentó notablemente, la mayor parte del pueblo haitiano empobrecido no pudo comprar la `mercancía arroz´, y sobrevino la hambruna y la violencia que fue reprimida por las Fuerzas de las Naciones Unidas (MINUSTAH).
Otro caso que responde a la estrategia del USDA es el deterioro de la soberanía alimentaria de México. Desde los 80´s las políticas de Libre Mercado del FMI, el BM y el gobierno de EEUU aplicadas en México, devastaron al pequeño productor agropecuario local. A mediados de los 90´s el Tratado de Libre Comercio de América del Norte (NAFTA) dio la `estocada final´ con la importación de maíz y otros productos de EEUU altamente subsidiados, que causó el colapso del sector maicero mexicano, convirtiendo al país de históricamente autosuficiente en importador neto de ese y otros alimentos (como arroz y carnes) desde EEUU. Importación que quedó monopolizada por sus multinacionales.
Un caso con un `modus operandi´ similar al de México fue Filipinas, cuyo ingreso a la Organización Mundial de Comercio (OMC) equivalió al NAFTA para México, y junto con en las medidas de Libre Comercio hundieron a los pequeños productores locales de arroz, carnes y otros cultivos. El país pasó de la casi autosuficiencia a ser importador neto de alimentos, con un cambio en el modo de producción, que desplazó a los pequeños campesinos locales para transformar al agro en polo de acumulación para el gran capital internacional.
Para India, los planes del USDA para las políticas del sector rural también implican un fuerte desplazamiento de población agropecuaria hacia las grandes ciudades, que deberá alcanzar un punto de inflexión en que la población urbana y periurbana superará en número a la del agro. En el proceso, el país debería ir perdiendo su autoabastecimiento alimentario que dependerá de la importación de granos con control de EEUU.
Pero el programa del USDA proyecta `defender´ el suministro de alimentos en toda Asia, por ejemplo en China. Para ello necesita de otros países, aunque no de cualquier forma, sino de acuerdo a la División Internacional del Trabajo en la Globalización, es decir delineada por las grandes multinacionales de las principales potencias. De esta manera, determinan la división de la producción agrícola entre unas pocas regiones mundiales con aptitud geográfica natural para especializarse solamente en determinados cultivos, dejando de realizar otros.
Argentina alineada en la actual División Internacional del Trabajo, suministra soja transgénica principalmente a China, en tal magnitud relativa a los otros cultivos que ha debilitado drásticamente su soberanía alimentaria. Con la continuidad en el dejar hacer de las reformas neoliberales de los 90s, que pusieron las políticas públicas agropecuarias bajo influencia de las grandes multinacionales estadounidenses biotecnológicas y comercializadoras de granos, como Monsanto, Cargill y ADM (Archer Daniels Midland) funcionales con las estrategias del USDA y otras agencias del gobierno de EEUU (7), el gobierno argentino especuló con tejer su propia trampa, si en sus cálculos suponía que solamente bastaría con beneficiar a estos y otros grandes grupos concentradores de capital para lograr cierta garantía de estabilidad.
Si el agroconflicto en Argentina condujera hacia una desestabilización del orden institucional, en las condiciones actuales de relaciones de fuerzas es probable un giro hacia un `nuevo´ neoliberalismo, la profundización del Liberalismo que `siempre está por venir´. Saldría beneficiado Washington, (que regresa por mucho más, al menos el alineamiento incondicional con su geoestrategia global), también sacarían mayor ventaja los imperialismos de Europa occidental (otrora colonialismos), y los serviles locales con la actual contraofensiva de los sectores de derecha `sintonizada´ a nivel continental.
En el mundo, el aumento de los precios internacionales de los granos y alimentos consecuencia del actual Capitalismo, produjo en grandes masas de la población empobrecida, hambrunas y muerte por no poder pagar el alto precio de los alimentos-commodities a pesar de su abundancia.
En Argentina, esos mismos aumentos generaron una bonanza cuya renta extraordinaria es disputada salvajemente por unos pocos grupos. Sin embargo, el conflicto oculta al actor principal, los que sufren el impacto directo, los trabajadores peones rurales... y la mayoría del pueblo argentino.
Notas:
1) M. Rapoport, Un pasado de retenciones, Página 12, 18/5/2008
2) Tal es el caso de las Compañías de las Indias, de Inglaterra, Holanda y Francia
3) Martín Lousteau / El nuevo ministro y las expectativas del campo, La Nación, Campo, 17/11/07
4) Posiblemente, el nombre de la ONG estadounidense se deba a que Albert Einstein (creador en ciencias físicas de las teorías de Relatividad) fue en buena parte de su vida pacifista; y a marcar la importancia de la estrategia no violenta
5) El Departamento de Defensa de EEUU considera a los agrocombustibles y a los alimentos transgénicos como asuntos de Seguridad Nacional.
6) USDA: United States Department of Agriculture
7) Y también en sintonía hacia ciertos organismos internacionales como el BM, el FMI, ONU o la OMC.
Información Adicional
Tema: El gobierno de Cristina Fernández de Kirchner
Región: América Latina
País/es: Argentina
http://www.argenpress.info/nota.asp?num=055973&parte=0
Amigos.
Envio, a seguir, excelente estudo atualizado comparando o sucesso da agricultura empresarial com as dificuldades da reforma agrária. Sem entrar no mérito, o Brambilla, realmente, tem coragem, mas o prof. Graziano da UNICAMP também já mostrou estudo acerca apontando as mesmas dificuldades e que precisam ser sanadas, URGENTE, talvez criando, ao meu ver, um modelo mais de colonização via fomento (sempre com uma agroindustria processadora, e de capacitação, à frente) e menos de reforma agrária.
Prof. Clímaco Cézar de Souza
AGROVISION - Brasilia
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Sucesso da agropecuária nacional X Miséria da Reforma Agrária
A situação objetiva do campo no Brasil cabe no título acima. Ela só não é reconhecida pela esquerda –– a laica e a católica –– devido ao seu inveterado estrabismo ideológico.
Hélio Brambilla
Imagine o leitor a seguinte situação: sair de São Paulo, com os indicadores do serviço de trânsito apontando a marca histórica de 200 km de congestionamento, para mergulhar no interior paulista, em plena safra de grãos; e passar a ver, não mais carros e poluição, mas colheitadeiras que trabalham; atrás delas, plantadeiras que semeiam a nova safra de inverno, denominada safrinha.
Quem não gosta de observar a natureza na sua calma e placidez, no riacho que murmura, no pássaro que canta, no mar grandioso que rumoreja no vai-e-vem de suas águas? Em outras ocasiões, é bom sentir a dinâmica do homem, rei da criação, preparando a terra, dominando a natureza bruta e plantando. Tudo contribuindo para comprovar a existência de um Deus criador, que nada deixa entregue à própria sorte.
Santo Tomás de Aquino, o maior teólogo católico, diz que Deus não só criou todas as coisas, mas continuamente às sustenta através das leis que regem a ordem do Universo, e o faz pelo ministério dos anjos.
Em algumas tarefas, o homem participa da obra da criação. Foi o que levou Dante Alighieri a afirmar que as obras dos homens são “netas de Deus”. Também participa dessa obra no ato de semear e colher: planta-se a semente, que se multiplica; enquanto uma parte vai para a alimentação, a outra volta para o replantio, que perpetua o ciclo da vida.
Visto nesta perspectiva, é nobre o trabalho do campo, em que a força empreendedora do destemido agropecuarista suplanta as adversidades do clima, as ervas daninhas, os animais nocivos. Invicto, ele enfrenta a batalha da vida e traz a vitória em suas mãos: o fruto.
Fossem apenas contrariedades da natureza! A exemplo dos senhores feudais da Idade Média, obrigados a enfrentar os animais selvagens, e, sobretudo o bárbaro invasor que tudo destruía à sua passagem, nosso guerreiro rural, além de trabalhar, é compelido também a lutar. É o que vem fazendo contra conspiradores revolucionários que, disfarçados em participantes de “movimentos sociais” e gozando de ampla proteção oficial, tentam atravancar o progresso da agropecuária brasileira.
Espadas de Dâmocles sobre os produtores rurais
Sobre a cabeça de Dâmocles, o legendário personagem grego, pendia uma espada amarrada por um fio de linha muito fino; sobre a de nosso herói, o produtor rural brasileiro, pende uma porção de espadas: ambientalismo sectário; Movimento dos Sem-Terra; movimento indigenista; movimento quilombola; impostos altíssimos; falta de seguro agrícola; carência de infra-estrutura; ameaças de fixação de índices de produtividade inatingíveis; acusações de trabalho escravo; limitação do tamanho das propriedades, etc.
Apesar da conspiração dos utópicos do miserabilismo, que o consideram um “crime hediondo” pelo fato de se basear no direito natural da propriedade privada, o agronegócio tem dado mostras de um vigor extraordinário. E vem produzindo comida farta e de boa qualidade a preços baixos: cerca de 40% do PIB nacional; mais de 50 bilhões de dólares de superávit nas exportações; 40% dos empregos do País. O aumento do PIB, tão festejado pelo governo do PT, deveu-se principalmente ao agronegócio, que aumentou 7,9% (cfr. “Valor Econômico”, São Paulo, 20 a 23 de março de 2008, p. B16).
Diversos especialistas avaliam em 90 bilhões de dólares o montante de dinheiro injetado no mercado pela safra. Para se avaliar quanto isso significa, o “pacote” lançado pelo presidente Bush no intuito de sanar a economia americana, na primeira fase da crise imobiliária que afetou os Estados Unidos, foi de US$ 150 bilhões. Quantia considerada significativa até para a maior economia do planeta, com um PIB de US$ 12 trilhões.
Os êxitos espetaculares do agronegócio
As conseqüências benéficas desse grande feito do agronegócio brasileiro aí estão: aumento na geração de empregos e no consumo. Só no segmento de camionetes, caminhões e máquinas agrícolas, a espera na fila é de seis meses a um ano, pois as fábricas não conseguem produzir o suficiente para atender o mercado.
As exposições agropecuárias e os agrishows da temporada 2008 estão batendo todos os recordes de público e de negócio. Por exemplo, o show rural de Cascavel, populosa cidade paranaense com menos de meio século de existência, recebeu mais de 180 mil pessoas e teve recorde em negócios, transformando-se no maior da América Latina e um dos primeiros do mundo.
Eis, a título de exemplo, outros feitos de nosso agronegócio:
? A safra de grãos ultrapassou 140 milhões de toneladas.
? Somos o segundo maior produtor de soja do mundo.
? Somos o maior exportador de soja.
? No setor de açúcar e álcool, teremos produção recorde de 30 milhões de toneladas de açúcar e 23 bilhões de litros de álcool (equivalentes a 400 mil barris de petróleo/dia).
? No setor dos cítricos, embora tenha havido diminuição na área plantada de laranja, sua produção cresceu 30% devido à renovação dos laranjais. Em cada dez copos de suco de laranja bebidos no mundo, oito são do Brasil.
? Maior produtor mundial de café: em cada dez xícaras tomadas no mundo, quatro são do Brasil.
? Segundo produtor mundial de milho, com 50 milhões de toneladas (a Europa produz 48 milhões de toneladas).
? Rebanho bovino com mais de 200 milhões de cabeças, o dobro do americano. O País tornou-se o maior produtor e exportador de carne bovina.
? Segundo maior produtor e exportador de carne de frango do mundo.
? No segmento de madeira e celulose, já estamos entre os cinco primeiros em escala mundial. Pela primeira vez, a área de florestas plantadas ultrapassou a das abatidas. Com novas tecnologias de clonagem de mudas, em 2014 teremos a maior área de florestas plantadas do mundo, com a vantagem de produzirmos uma planta para corte em prazo médio de cinco a oito anos, ao passo que nos países nórdicos o prazo para corte é de mais de 20 anos. Também no quesito produtividade, nos Estados Unidos a média por hectare/ano é de 10m³, enquanto no Brasil é de 40m³/ano.
Progressos quanto à cana de açúcar
Alguns detalhes quanto aos avanços obtidos no setor de cana-de-açúcar, no qual somos líderes.
No mês de fevereiro, o consumo de álcool (anidro/hidratado) ultrapassou o da gasolina. Nossa frota, que no início da produção de álcool, na década de 80, era de três milhões de veículos, ultrapassa hoje 30 milhões (fora os movidos a diesel).
As usinas estão se aparelhando para produzir energia elétrica a partir do bagaço de cana queimado nas caldeiras. Se todas elas gerassem essa energia, saltaríamos de uma produção de 5 a 6.000 Mw/h para 32.000 Mw/h, equivalentes à produção de duas usinas de Itaipu. Apenas 50 das quase 400 usinas existentes estão gerando energia, o que em grande parte se deve ao centralismo estatal brasileiro.
Os usineiros perderam o estímulo, porque nos leilões de energia o governo ofereceu menos de 100 reais por Mw/h. Como conseqüência, o risco do apagão colocou-o na contingência de acionar as termoelétricas a gás, que custam mais de 400 reais o Mw/h. Além disso, por causa do apagão do gás decorrente do boicote da Bolívia, em alguns casos o governo teve de acionar as termoelétricas a diesel, a um custo de mais de 800 reais o Mw/h. Estrabismo governamental em prejuízo da economia.
O centro de tecnologia da Braskem, o maior grupo petroquímico da América Latina, pertencente ao Brasil, já desenvolveu o primeiro sistema de produção de polietileno a partir do álcool de cana. O produto já foi certificado internacionalmente, e até o final de 2009 iniciará a produção de 200 mil toneladas/ano. Será usado na indústria automobilística, em embalagens, cosméticos etc., com a vantagem de ser biodegradável (Anuário da cana-de-açúcar 2007, p. 82).
Está em fase final de experiência a chamada “segunda geração de combustível da cana”. O sistema busca a viabilização do álcool celulósico por hidrólise e gaseificação, a partir da biomassa dos restos do bagaço e da palha da cana.
Centros de pesquisas do governo paulista, com apoio da iniciativa privada, já estão com estudos muito avançados para iniciar em curto espaço de tempo a produção de álcool, ácido acético e dimetil éter (DME). Trata-se de um substituto para o diesel e o gás liquefeito de petróleo (GLP), comumente chamado gás de cozinha (“Jornal Cana”, fevereiro de 2008, pp. 84 e 85).
Em vista disso, podemos vislumbrar o que se pode abrir de perspectivas para o setor.
Política acertada: dar precedência à agropecuária
Plinio Corrêa de Oliveira sempre disse que o Brasil deveria dedicar-se primordialmente à produção agropecuária e à conseqüente transformação de seus produtos. Subsidiariamente deveria desenvolver seu parque industrial, e mesmo assim dando precedência a produtos para a agricultura e as indústrias processadoras, e secundariamente a outros segmentos industriais.
Foi o contrário do que fizeram certos governos de tendência socializante. A partir da década de 50 do século passado, foi criado um parque industrial mantido à base de subsídios estatais, gerando empresas paquidérmicas da iniciativa privada e estatal que, por falta de lastro e de tecnologias competitivas, sucumbiram ao menor sopro dos ventos da globalização.
Exemplo disso foram as célebres “carroças brasileiras”, como se exprimiu o ex-presidente Collor para se referir aos deficientes veículos produzidos então no Brasil, comparados com a alta performance dos modelos importados.
A abertura para o mercado internacional colocou-nos em pé de igualdade com os fabricantes em escala mundial. Se os políticos do século passado tivessem dado o suficiente apoio ao setor do agronegócio, através das pesquisas, do seguro agrícola, de garantias de preços mínimos, certamente hoje estaríamos entre as primeiras nações do mundo.
Aqui vale o dito: “É só o governo não atrapalhar, que o agronegócio deslancha”. Deixemos o homem do campo trabalhar em paz, e teremos comida farta e barata, grandes excedentes para exportação, aumento das reservas cambiais, geração de empregos, combustível ecologicamente correto, etc.
Convém ressaltar que, nos últimos tempos, a esquerda internacional vem levantando o espantalho da escassez de alimentos, tendo como um dos vilões o biocombustível e pondo em foco principalmente o Brasil, pela produção da cana-de-açúcar.
A este propósito, cumpre esclarecer que menos de 1% das terras brasileiras são utilizadas na produção de cana. De outro lado, contestar a esquerda internacional ao tachar de “crime” o fato de o Brasil estar produzindo cana, segundo eles em detrimento dos alimentos. A criminosa, neste caso, seria a própria esquerda, por conta da propaganda e pressão descabidas e insistentes que exerce sobre o campo brasileiro, martelando slogans marxistas cuja aplicação só gerou miséria pelo mundo afora.
Ideal: área da Reforma Agrária para a produção de grãos
A esquerda brasileira, ávida de ser cortejada pela intelligentsia internacional, aplicou no Brasil uma Reforma Agrária tão absurda, que é impossível não reconhecer má fé em seus fautores. Hoje existem mais de 50 milhões de hectares em mãos de assentados nas áreas agro-reformadas. Nada produzem, e ainda dependem de cestas básicas com produtos oriundos do agronegócio para subsistir.
Se desse total fossem retirados 45 milhões de hectares para a produção de grãos, pura e simplesmente a dobraríamos. Utilizando-se outros 7 milhões para a produção de álcool, chegaríamos praticamente à auto-suficiência em matéria de combustível “ecologicamente correto”.
Com isso, milhões de novos empregos seriam gerados, devolvendo a dignidade a tantas famílias que vegetam de forma sub-humana em barracas de lona ou em autênticas favelas rurais, nas quais se converteram os assentamentos. É na situação delas que devemos pensar — e nos vastos espaços ociosos que elas ocupam, sobre os quais inexiste, da parte do governo, qualquer exigência de “índice de produtividade” — toda vez que ouvirmos algum alto dirigente se vangloriar dos “feitos” da Reforma Agrária...
Como para Deus nada é impossível, possam os inveterados fanáticos da esquerda brasileira trocar as trevas da Teologia da Libertação, em que jazem, pela luz da graça divina, de modo a um dia compreenderem que o futuro brilhante do Brasil está na observância da Lei natural e da Lei de Deus, e não nos absurdos e utopias de Marx e de Lenine.
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