Há milhões de bushels de grãos debaixo d'água, diz analista dos EUA

Publicado em 19/03/2019 17:06
Jack Scoville - Analista da Price Futures Group
Há milhões de bushels de grãos debaixo d'água, diz analista dos EUA

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Entrevista com Jack Scoville - Analista da Price Futures Group sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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Nesta terça-feira (19), o mercado da soja voltou a fechar estável na Bolsa de Chicago (CBOT), ao mesmo tempo em que o Meio-Oeste dos Esados Unidos recebe enchentes que são as piores em mais de 130 anos.

O analista de mercado Jack Scoville, da Price Futures Group, direto de Chicago, ressalta que essas enchentes atingem o oeste de Iowa e 50% do estado de Nebraska. Esse desastre já comprometeu muitos produtores, principalmente no que diz respeito a maquinários, interrupção de trabalhos e silos.

Há, segundo ele, milhões de bushels perdidos debaixo d'água por conta do rompimento dos silos. Contudo, as águas têm de baixar e voltar ao curso normal para que essas perdas sejam contabilizadas. A previsão é de que as chuvas continuem sobre o Meio-Oeste nas próximas semanas e, como explica Scoville, "o desastre ainda deve se estender por mais um ou dois meses".  

Somente no Nebraska se estima uma perda superior a US$ 1 bilhão e metada do rebanho do estado foi perdida. Muitos produtores perderam tudo, inclusive a oportunidade de voltarem a trabalhar. Há locais em que os rios estão até 4 km fora de seu curso normal. Imagens captadas pela Nasa ilustram bem esta situação, mostrando a enchente em uma base aérea norte-americana localizada no estado. A primeira foto mostra um comparativo entre março 2019 e março de 2018, a segunda a deste mês e a terceira a de março do ano passado. Os rios fora do curso e as áreas alagadas chamam a atenção. 

Base aérea - Nasa comparativo

Base aérea - Marços - Nasa

Base aérea - Marços - Nasa

Imagens: NASA

As preocupações agora se dão também com a grande quantidade de neve que ainda pode ser observada em alguns estados como as Dakotas do Sul e do Norte ou em Minnesota e que irá derreter. Toda essa neve derretida poderá, portanto, descer para os estados mais ao sul e causar ainda mais problemas. 

As imagens seguem mostrando o quadro de destruição e dos prejuízos que ainda nem podem ser contabilizados pelos americanos. 

Omaha - NWS Omaha

Omaha - Foto: NWS Omaha

Nebraska - Great Plaines James

Nebraska - Foto: Great Plains James

Iowa - Instagram grt_reid

Iowa - Instagram @gt_reid

Nebraska - Nebraska National Guard

Nebraska - Foto: Nebraska National Guard

Nebraska - Instagram Savvy Oily MommaNebraska - Instagram Savvy Oily MommaNebraska - Instagram Savvy Oily Momma

Nebraska - Fotos: Instagram Savvy Oily Momma

Nebraska Instagram - Angie.HobbsNebraska Instagram - Angie.Hobbs

Fotos: Instagram Angie.hobbs

No entanto, ainda é cedo para saber quais serão os impactos disso tudo para a nova safra de grãos dos Estados Unidos. Toda essa água, em um cenário parecido com o observado no ano passado, poderia causar algum atraso no plantio do milho nesta temporada, fazendo os produtores se voltarem para a soja. "Pode acontecer isso, a soja é mais fácil e mais barata de ser produzida, e os produtores estão em um momento difícil", explica Jack Scoville. 

Guerra Comercial

Por outro lado, as notícias a respeito da guerra comercial entre Estados Unidos e China caminham com esperança de bons resultados para ambos os países. A China comprou suínos pela primeira vez no ano, por conta da febre suína asiática, sinalizando sua boa vontade também em firmar um acordo com os americanos. Na próxima semana, uma nova delegação americana volta a visitar Pequim e, na semana seguinte, os chineses vão a Washington. 

Bolsonaro nos EUA

Scoville também acompanhou as notícias a respeito da visita do presidente brasileiro Jair Bolsonaro aos Estados Unidos e visualizou que o Brasil pode ter dificuldades em vender açúcar para os norte-americanos, que são um pouco mais resistentes - ao mesmo tempo em que Bolsonaro abre as portas para o trigo de Trump.

 

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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