China promete retaliação após Trump encerrar tratamento preferencial de Hong Kong
Por Jeff Mason e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou na terça-feira o fim do status especial concedido a Hong Kong na lei norte-americana para punir a China pelo que classificou como "ações opressivas" contra a ex-colônia britânica, levando o governo chinês a alertar para sanções retaliatórias.
Citando a decisão chinesa de sancionar uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong, Trump assinou um decreto presidencial que disse que acabará com o tratamento econômico preferencial da cidade.
"Nada de privilégios especiais, nada de tratamento econômico e nada de exportação de tecnologias sigilosas", disse ele em uma coletiva de imprensa.
Agindo dentro de um prazo encerrado na terça-feira, ele também sancionou um projeto de lei aprovado pelo Congresso para penalizar bancos que fizerem negócios com autoridades chinesas que implantarem a nova lei de segurança.
"Hoje assinei uma legislação e um decreto presidencial para responsabilizar a China por suas ações agressivas contra o povo de Hong Kong", disse Trump.
"Hong Kong agora será tratada como a China continental", acrescentou.
O decreto presidencial permitirá a apreensão de propriedades norte-americanas de qualquer pessoa determinada a ser responsável ou cúmplice de "ações ou políticas que minem processos ou instituições democráticas de Hong Kong", de acordo com o texto do documento divulgado pela Casa Branca.
Ele também orienta as autoridades a "revogarem exceções de licenças de exportação para Hong Kong" e inclui a revogação de tratamento especial para detentores de passaportes de Hong Kong.
O Ministério das Relações Exteriores chinês disse nesta quarta-feira que Pequim imporá sanções retaliatórias contra indivíduos e entidades dos EUA em reação à lei que visa bancos, mas o comunicado divulgado pela mídia estatal não fez referência ao decreto presidencial.
"Os assuntos de Hong Kong são puramente assuntos internos da China, e nenhum país estrangeiro tem direito de interferir", disse a chancelaria.
Críticos da lei temem que ela acabe com as liberdades amplas prometidas a Hong Kong depois que esta voltou ao controle chinês em 1997, e apoiadores dizem que ela trará estabilidade depois de um ano de protestos antigoverno às vezes violentos.
A lei de segurança pune o que Pequim define de maneira abrangente como atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras até com prisão perpétua.
As relações dos EUA com a China já estavam tensionadas por causa da pandemia global de coronavírus, do aumento da presença militar chinesa no Mar do Sul da China, de seu tratamento dos muçulmanos uigures e de seus enormes superávits comerciais.
0 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros