Previsões do FMI para 2015 podem ter sido pessimistas demais, diz economista-chefe
Por Jonathan Spicer
NOVA YORK (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional pode ter sido pessimista demais ao rebaixar a projeção de crescimento global em 2015, em parte em função dos benefícios do petróleo barato e do enfraquecimento do euro e do iene, disse nesta terça-feira o economista-chefe da instituição, Olivier Blanchard.
"Eu acho que nossas projeções foram provavelmente um pouco pessimistas", especialmente sobre o efeito positivo da queda dos preços do petróleo, afirmou ele sobre as previsões do FMI divulgadas no mês passado. "Talvez elas devessem ser um pouco mais otimistas", acrescentou.
Falando em conferência em Nova York realizada pela The Economist, ele acrescentou: "Acho que estamos vendo alguma chance de melhora, particularmente na Europa, devido à depreciação do euro".
Em janeiro, o FMI cortou suas previsões de crescimento projetadas para 2015 e 2016 em 0,3 ponto percentual cada, citando pessimismo remanescente da crise financeira e crescimento potencial menor. O Fundo também defendeu que bancos centrais mundiais estimulassem suas economias.
Enquanto o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, engavetou um programa de compra de títulos e busca elevar as taxas de juros neste ano, os bancos centrais na Europa e no Japão estão intensificando os programas de estímulos, depreciando o euro e o iene.
Blanchard cautelosamente aplaudiu as medidas monetárias, dizendo que "exportar problemas dessa maneira" pode ser positivo, pois ajuda "os dois lugares no mundo que estão em dificuldades, que precisam de crescimento, que não têm os instrumentos para alimentá-lo no curto prazo".
A economia relativamente forte dos EUA parece ser capaz de absorver a pressão que um dólar em alta coloca sobre seus exportadores, disse ele. "Ajustes nas taxas de câmbio, que virão em grande parte dos programas de estímulos e de expectativas de mais programas de estímulos por vir, é algo bom para o mundo", disse ele.
Enquanto a zona do euro enfrenta dificuldades para selar um acordo sobre dívida com a Grécia, Blanchard disse esperar que a região se recupere, mas apenas lentamente.
Voltando-se para o petróleo, Blanchard disse esperar que os preços subam "um pouco" durante os próximos um a dois anos, mas não de volta a 100 dólares por barril. O petróleo era negociado abaixo de 60 dólares por barril nesta terça-feira após um rali de vários dias.
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