Suíno vivo: Baixa procura por animais derruba preços na semana
Os preços do suíno vivo estão em queda no mercado brasileiro. Além da tradicional retenção de consumo na segunda quinzena do mês e o período de quaresma, o mercado de suínos enfrenta dificuldades devido aos efeitos da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na sexta (17).
As indefinições sobre a demanda são tamanhas que em Santa Catarina, a bolsa de suínos definiu pela segunda semana consecutiva preços em aberto. Segundo informou o presidente da ACCS (Associação dos Criadores de Suínos do Estado), Losivanio Luiz de Lorenzi, "os frigoríficos estavam ofertando abaixo dos R$ 4/kg solicitado pelos produtores", por isso, o valor ficou em aberto.
E esse consumo prejudicado não demonstra sinais de melhora em toda a cadeia de proteínas animais. Segundo a Scot Consultoria, em decorrência das denúncias da PF "os compradores diminuíram as compras, pois o momento é de não acumular estoques", diz.
No curto prazo, a Consultoria afirma que o mercado deve continuar lento, onde novas quedas nos preços não estão descartadas.
O levantamento semanal de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, mostrou que em oito praças pesquisadas, a queda na referência ocorreu em seis delas. O destaque ficou por conta de São Paulo, onde o percentual de perda foi de 7,71%, deixando o quilo do animal vivo cotado a R$ 4,43.
No atacado, a baixa procura pela carne no mercado interno pressionou as cotações na semana.Segundo colaboradores do Cepea, os cortes foram os primeiros a absorver a baixa demanda. As desvalorizações no atacado, por sua vez, já vêm sendo repassadas ao mercado de animais vivos na maioria das regiões pesquisadas pelo Centro.
Exportações
As exportações de carne de suína 'in natura' apresentaram declínio na comparação anual, após os embargos realizados por importantes compradores em retaliação a operação Carne Fraca.
Os dados do Ministério da Indústria, Serviços e Comércio Exterior, divulgado nesta segunda (27), trouxeram um total de 45,9 mil toneladas embarcadas até a 4ª semana de março (dezoito dias úteis). Esse resultado significa queda de 1,2% no volume exportado, se comparado ao igual período de 2016.
Em relação ao mês passado, as vendas externas seguem positivas em 3,9%.
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