Redução na oferta e demanda aquecida: O que esperar para o mercado do boi gordo em 2025?
As perspectivas indicam que o mercado pecuário deve seguir com uma oferta reduzida de carne bovina para o primeiro semestre de 2025, enquanto a demanda externa deve permanecer aquecida. A Agrifatto Consultoria destaca que esse cenário deve contribuir para valorização real, acima da inflação, para o boi gordo em 2025.
“Espera-se que os preços sigam uma tendência de alta, variando entre R$ 290/@ e R$ 330/@ no primeiro semestre, no estado de São Paulo. Dependendo das condições climáticas, uma recuperação mais expressiva poderá ocorrer a partir do terceiro trimestre de 2025, com a perspectiva de que o preço do boi gordo possa atingir os R$ 400,00/@ até o final do ano”, informou a consultoria.
A Scot consultoria considera que enquanto houver demanda, os preços deverão se manter sustentados ao longo de 2025. “Após a forte alta na cotação da arroba do boi gordo em um espaço de tempo tão curto, não podemos desconsiderar correções para baixo nos preços para o primeiro trimestre de 2025, onde há a possibilidade de uma demanda mais comedida, com destaque para o mercado interno”, alertou.
Segundo o levantamento realizado pelo a Farmnews, o mercado futuro do boi gordo, na B3, já está precificando essa perspectiva de valorização no preço da arroba, com o valor esperado da arroba para os vencimentos entre janeiro e maio de 2025 acima dos valores médios mensais praticados no mesmo período do ano anterior.
A Agrifatto ainda estima que os abates totalizem 37,76 milhões de cabeças, apresentando um recuo de 3,5% em relação a 2024. Consequentemente, a produção de carne bovina deve diminuir 2,6%, atingindo 9,97 milhões de toneladas.
Ainda de acordo com o levantamento da Agrifatto, a consultoria projeta uma redução na oferta de animais para 2025, marcando o primeiro recuo anual após três anos consecutivos de expansão. “Esse cenário é reflexo da elevada participação de fêmeas nos abates nos últimos dois anos, o que resultará em uma oferta menor de animais acabados para abate”, reportou em seu relatório.
A Scot Consultoria explicou que é preciso entender como a oferta de fêmeas deve se comportar no primeiro trimestre de 2025, uma vez que há melhor suporte das pastagens e menor necessidade de venda – diferente da virada de 2023, para 2024.
A Scot Consultoria ainda reportou que com as chuvas regulares nos últimos meses, há espaço para o pecuarista cadenciar a oferta de bovinos terminados em pastagens e, para os bovinos confinados, que podem ter uma saída precipitada pelas chuvas, a demanda, aparentemente, dará conta dessa oferta.
Um fator importante para o mercado é que o Brasil deverá continuar como líder mundial nas exportações de carne bovina em 2025. “Isso se deve à maior consolidação do mercado asiático, especialmente com a expansão das compras de países do Sudeste Asiático e à redução da participação dos EUA no comércio global da proteína, que, inclusive, deverão importar mais carne bovina do que em 2024”, destacou a Agrifatto.
“Projetamos que as exportações de carne bovina in natura alcancem 2,62 milhões de toneladas, um aumento de 3,18% em relação a 2024, superando o recorde histórico alcançado neste ano”, comentou a Agrifatto.
Com relação ao câmbio, a Scot Consultoria ressalta que a expectativa é que o dólar continue acima de R$5,50 para 2025. A carne brasileira, mesmo com preços maiores em reais, deve seguir competitiva no mercado internacional – lembrando das dificuldades vividas por nosso principal concorrente, os Estados Unidos – o que deverá manter o setor exportador brasileiro aquecido em 2025.
Já para o consumo interno, o Cepea apontou que as projeções para a economia brasileira sinalizam que o poder de compra do consumidor estará mais apertado que em 2024.
“É possível que a influência do câmbio seja ainda maior sobre os custos de produção do setor. Nestes primeiros meses do ano, a disparada do dólar no final de 2024 deve influenciar os custos”, destacou o Cepea.
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Reposição
Para o bezerro, as perspectivas da Agrifatto Consultoria são ainda mais favoráveis, em que os valores da reposição podem ter uma valorização superior à do boi gordo.
A safra de bezerros desmamados de 2025 será fruto das fêmeas inseminadas em 2023, ano que registrou um maior descarte de fêmeas e o menor volume de inseminações desde 2020.
“Assim, os preços do bezerro no Mato Grosso do Sul devem começar o ano em torno de R$ 13,00/kg, podendo chegar a R$ 16,00/kg ao final de 2025”, concluiu a Agrifatto.
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