B3 olha para safrinha otimista e milho recua nesta 4ªfeira
A quarta-feira (09) chega ao final com os preços futuros do milho se consolidando no campo negativo da Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 85,75 e R$ 91,33.
O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 85,75 com queda de 0,12%, o janeiro/23 valeu R$ 87,87 com desvalorização de 0,26%, o março/23 foi negociado por R$ 91,33 com baixa de 0,02% e o maio/23 teve valor de R$ 90,83 com perda de 0,21%.
O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que o contrato maio/23 está próximo dos R$ 91,00, mas já rodou perto dos R$ 96,00, refletindo que a safra norte-americana vai se definindo, a safra de soja brasileira já está no campo e vem uma grande safrinha por aí.
“O produtor tem que começar a se prevenir. É momento de hedge e de proteção, porque pode recuar um pouco mais. Mesmo que todo o mundo esteja precisando do grão, o comprador sabe que se tiver uma produção grande ele vai pagar o que acha que tem que pagar”, diz Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou recuos neste meio de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorização em nenhuma das praças e identificou desvalorizações em Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Tangará da Serra/MT, Amambai/MS, Campinas/SP e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “apesar do menor ritmo de negócios do mercado interno, as exportações do cereal seguem dando sustentação aos preços no mercado doméstico com saca de milho sendo negociada a R$ 85,30 em Campinas/SP”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve um dia lento nos negócios, com os investidores focando atenções no relatório de oferta e demanda de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mercado também avalia os números divulgados para a safra brasileira de milho por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“O ritmo fraco de negócios caracteriza principalmente as praças de produção e comercialização dos estados da Região Sul, além de São Paulo e Minas Gerais”, indicam as informações da Consultoria SAFRAS & Mercado.
Enquanto isso, “as exportações seguem em bom nível, o que mantém o fator câmbio como determinante para a formação das receitas”, disse o analista da Consultoria SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT) a quarta-feira também foi negativa para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,64 com perda de 3,00 pontos, o março/23 valeu US$ 6,70 com queda de 3,25 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,70 com baixa de 3,25 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,66 com desvalorização de 3,75 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última terça-feira (08), de 0,45% para o dezembro/22, de 0,45% para o março/23, de 0,45% para o maio/23 e de 0,45% para o julho/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho fecharam o dia com perdas menores do que as registradas ao longo do dia, já que os traders pesaram a perspectiva de demanda mais alta do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) contra as previsões, ligeiramente, maiores para as safras dos EUA.
A publicação destaca que, o USDA fez apenas ajustes modestos na oferta global de grãos e oleaginosas, apesar das expectativas de revisões maiores após uma seca nos EUA neste verão e clima preocupante em algumas áreas de cultivo da América do Sul.
“A surpresa seria o aumento da produção de grãos nos EUA, mas foi mínima”, disse à Reuters, Charlie Sernatinger, analista da ED&F Man Capital.
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