Condição de estiagem pode debilitar, comprometer produtividade e até matar a planta. Safra de grãos está sob risco no Brasil
As condições do clima estão sob o radar dos produtores em todo o país. Enquanto as previsões indicam estiagem para a região meio norte do país nas duas próximas semanas, no sul - especialmente o Rio Grande do Sul - os mapas climáticos apontam para a possibilidade de mais de 250 mm de precipitações concentrados em 10 dias.
Mas, o que esses cenários distintos representam para o desenvolvimento das plantas? Neste momento em que todos os produtores do país querem sabem como ficarão as sementes já lançadas no solo, ou quais as condições ideais para iniciar o plantio, o Notícias Agrícolas fez esses questionamentos ao pesquisador da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva Neto.
Segundo ele, em casos de seca os danos nas plantações variam de acordo com o período que ela persiste. Em situações na qual as sementes já brotaram a maior preocupação são com as pragas, principalmente as lagartas, uma vez que "ataque a plantas pequenas podem comprometer o estande [população]."
No caso de plantações em que as sementes ainda não germinaram, os prejuízos podem ser ainda maiores. Neste cenário há a possibilidade da não formação das plantas pela ausência de umidade. "Dependendo das condições haveria a necessidade de replantio", acrescenta Neto.
Em condições de estiagem, o pesquisador afirma que as plantas aguentam em média uma semana, a partir desse período "elas passam a gastar energia que é refletido em queda no potencial produtivo", explica.
Diante das previsões de estiagem no Centro Norte do Brasil, Neto orienta que os produtores que ainda não iniciaram o plantio aguardem a consolidação das chuvas para não haver o comprometimento do rendimento.
"A semente demora cerca de cinco dias para germinar, para isso é preciso de umidade. Então, se elas [sementes] começam a absorver água do solo e não é o suficiente para emergir, as plantas ficam debaixo do solo sobre uma condição de temperatura alta e chegam a morrer", alerta Neto.
Excesso de chuva
Em estados do sul, como o Rio Grande do Sul, onde as previsões da Climatempo indicam chuvas acumuladas de mais de 250 mm em pouco mais de 10 dias, Neto explica que há possibilidade de problemas de desenvolvimento pelo excesso de chuvas.
Para aqueles que já deram início aos trabalhos de campo "a água em abundância pode provocar podridões ou falta de aeração no sistema radicular das plantas", explica o pesquisador.
Além do mais, o tempo encoberto com poucos dias de sol e baixas temperaturas pode prejudicar o potencial produtivo das lavouras, já que as plantas necessitam de realizar fotossíntese.
É importante destacar ainda que o excesso de umidade dificulta as atividades de manejo das áreas, com a impossibilidade de aplicação de defensivos e a entrada de maquinários agrícolas.
Para Neto, em ambas as regiões o melhor cenário seria de dias quentes com abertura de sol e chuvas amenas nos finais de tarde, "para que durante o dia as plantas realizassem fotossíntese e durante a noite estivessem abastecidas de água."
0 comentário
Após semana de intensa volatilidade e mínimas em anos, soja fecha 6ª com mais de 1% de alta em Chicago
Itaú BBA vê exportações recordes de soja do Brasil em 2025 e fretes em alta
Farelo de soja sobe quase 3% em Chicago e dá força à recuperação dos preços do grão nesta 6ª
Hedgepoint atualiza complexo de soja e óleo de palma
Após atraso no plantio, chuvas chegaram para contribuir com o desenvolvimento da soja em Boa Esperança do Sul (SP)
Soja sobe na Bolsa de Chicago nesta 6ª e continua movimento de ajuste após últimas baixas