Variáveis como consumo interno, exportação e oferta criam cenário de incerteza para os negócios com o boi no segundo semestre
Em um ano atípico muitas incertezas envolvem as projeções para o segundo semestre no mercado do boi gordo. Nas duas últimas semanas os frigoríficos intensificaram o movimento de pressão sobre as cotações, diante do encolhimento nas margens de comercialização.
Por outro lado, como lembra o analista da FCStone, Caio Toledo Godoy, a disponibilidade de animais terminados em 2016 tem sido baixa, capaz de manter "uma queda de braço no mercado". Em São Paulo a semana encerra com negócios entre R$ 154,00 a R$ 156,00/@ a vista.
Considerando o equivalente do boi casado a R$ 9,41/kg, o preço da arroba - para que os frigoríficos ficassem dentro da margem média - deveria estão em R$ 141,15 em São Paulo. No entanto, o indicador Cepea/Esalq está em R$ 156,00/@.
"Outra fator que vale ressaltar é que no ano passado os frigoríficos se ajustaram cortando a gordura, mas neste ano não há mais essa possibilidade", alerta Godoy.
Com mercado interno fragilizado pela crise econômica, a dificuldade no escoamento de carne inibe a decolagem nos preços da arroba. Além disso, a queda no dólar também pode trazer reflexo as vendas externa no segundo semestre. "Os últimos números de julho já mostram um recuo nas exportações", lembra o analista.
Para o período, Godoy também projeta "um ligeiro incremento no volume de animais no segundo giro de confinamento", considerando que o boi outubro na BM&F chegou a atingir R$ 167,00/@.
Assim, "olhando uma demanda interna ruim, as vendas externas que eram válvula de escape retraindo e a oferta podendo melhora, é difícil falarmos em arroba valorizada para a segundo semestre", afirma Godoy.
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