Café: Bolsa de Nova York fecha em alta pela sexta sessão consecutiva e vencimentos distantes se aproximam de US$ 1,40/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em alta pela sexta sessão consecutiva nesta terça-feira (7). Em ajustes, o mercado oscilou dos dois lados da tabela durante o dia, mas ainda repercute, principalmente, as incertezas em relação a colheita da safra 2016/17 do Brasil, impactada pela chuva nas principais regiões produtoras. Com isso, os preços externos dos lotes com entrega mais distante já se aproximam de US$ 1,40 por libra-peso.
O vencimento julho/16 registrou na sessão de hoje 132,20 cents/lb com alta de 50 pontos, o setembro/16 teve 134,15 cents/lb com avanço de 55 pontos. Já o contrato dezembro/16 fechou o dia com 136,80 cents/lb com 65 pontos positivos e o março/17, mais distante, anotou 139,35 cents/lb com 60 pontos de valorização.
Na sexta-feira passada e na véspera, os preços externos do arábica na ICE tiveram ganhos de cerca de 400 pontos e voltaram a ficar acima do patamar de US$ 1,30/lb repercutindo fundamentalmente as condições climáticas adversas no cinturão produtivo, após dias oscilando em cerca de US$ 1,25/lb.
"Uma conjugação de fatores como frio, chuva no arábica, seca no conilon e dólar fraco no Brasil criou uma moldura especulativa nas bolsas de Nova York e Londres interessante, deixando as cotações vigentes dentro de um perfil construtivo", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Para amanhã, o analista acredita que correções podem ser registradas – assim como no início da sessão de hoje –. "Não podemos descartar leves operações de realização de lucros, mas, ao que parece, não há nada que tenha peso ou identidade suficientes para reverter o atual cenário mercadológico".
Em reportagem publicada ontem no Notícias Agrícolas, as regiões de café do Brasil mais atingidas são a Alta Mogiana, Sul de Minas Gerais e São Paulo. Além de impedir a colheita da safra 2016/17, antes vista com otimismo pelos operadores, as precipitações também atrapalham a secagem dos grãos já colhidos no terreiro.
"Temos muitos grãos que foram colhidos e estão no terreiro e não têm condições de ir para o secador. Esse café já está sendo comprometido, é um café 'chuvado'. E o café que caiu no chão irá atrasar a colheita, os produtores terão que salvar o grão para depois dar continuidade aos trabalhos de colheita. Isso sem contar que, temos muitos grãos que estão no pé rachando e é perigoso entrar fungo e comprometer a bebida", afirmou ontem ao site o presidente do Sindicato Rural de São Sebastião do Paraíso (MG), Antônio Jacinto Caetano.
De acordo com mapas climáticos da Somar Meteorologia, uma frente fria avança pelo Sudeste nesta semana levando chuva forte, de até 120 milímetros, à Baixa Mogiana, Sul e Zona da Mata de Minas Gerais e Espírito Santo. Há risco de chuvas de granizo em áreas de café.
Mercado interno
Com a valorização dos preços do café arábica no terminal externo nos últimos dias, as praças de comercialização do Brasil voltaram a registrar alguns negócios na semana passada. No entanto, o mercado voltou a ficar parado. "Preços firmes, poucos negócios e ansiedade elevada", pondera Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 549,00 a saca e queda de 0,59%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 2,50% e saca a R$ 534,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 547,00 a saca e recuo de 0,55%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 4,12% e saca cotada a R$ 505,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Varginha (MG), ambas com R$ 500,00 a saca, respectivamente, queda de 1,96% e alta de 4,17%. Varginha (MG) teve a maior oscilação dentre as praças no dia.
Na segunda-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 477,19 com alta de 2,13%.
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