Dólar sobe mais de 1% e volta a R$2,61, após Fed mostrar otimismo sobre EUA
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta de mais de 1 por cento nesta quinta-feira e voltou à casa dos 2,61 reais, em linha com o exterior, após o Federal Reserve reiterar na véspera o otimismo sobre a economia dos Estados Unidos, reforçando as apostas de que o banco central norte-americano deve elevar os juros ainda neste ano.
A moeda norte-americana subiu 1,37 por cento, a 2,6121 reais na venda, chegando a bater 2,6180 reais da máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,6 bilhão de dólares.
"Está claro que a economia dos Estados Unidos vai ter que parecer muito pior para que o Fed decida adiar a alta dos juros", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Ao fim da primeira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do ano, o Fed informou na véspera em comunicado que a economia dos EUA está se expandindo em "ritmo sólido", com fortes ganhos do emprego.
O documento levou parte dos agentes financeiros a reforçar a aposta de que a alta dos juros norte-americanos provavelmente virá neste ano. Nas últimas semanas, vinha ganhando corpo nos mercados a expectativa de que isso poderia acontecer mais tarde, embora economistas consultados em pesquisas da Reuters não acreditassem nesse cenário e vissem o aumento em meados deste ano.
A alta dos juros na maior economia do mundo deve atrair para os EUA recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, impactando o câmbio. Por isso, a divisa norte-americana se fortalecia contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
No Brasil, o dólar voltou a superar o patamar de 2,60 reais, após romper esse nível de suporte na semana passada. As medidas de rigor fiscal adotadas pelo governo brasileiro e expectativas de liquidez abundante nos mercados globais graças aos estímulos monetários na zona do euro contribuíram para reduzir as cotações do dólar.
"Dá para imaginar o dólar girando em torno de 2,60 reais. Os fundamentos não sustentam uma queda muito maior do que isso", disse o operador de câmbio de um importante banco internacional.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 200 contratos para 1º de setembro e 1.800 para 1º de dezembro, com volume correspondente a 98,4 milhões de dólares.
O BC fez ainda aquele que deve ser o último dos leilões de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a 10,405 bilhões de dólares, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Com isso, a autoridade monetária rolou cerca de 94 por cento do lote total, dando continuidade à tendência dos últimos quatro meses de fazer rolagens praticamente integrais.
Segundo analistas, a expectativa é que o BC continue dosando a volatilidade no mercado brasileiro de câmbio por meio das rolagens de swap cambial. O próximo lote de swaps vence em 2 de março e equivale a 10,438 bilhões de dólares.
"O mercado está mais tranquilo, então o BC pode esperar um pouco para anunciar a rolagem e decidir a oferta", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.
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