Fala Produtor
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Climaco Cézar de Souza Taguatinga - DF 03/11/2008 23:00
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José Francisco Piloto Junior Uberaba - MG 03/11/2008 23:00
Faço minhas as palavras do colega de Campo Mourão/PR.
A situação dos agricultores aqui do Triângulo Mineiro também não está boa, só se houve "devolução de sementes" e "redução de área", sem contar que as chuvas por aqui não chegaram (vejam o relato do colega de Sacramento).
Sou totalmente contra medidas "regionalizadas" !!!!
Alô Deputado Marcos Montes, alô Deputado Paulo Piau, estamos esquecidos aqui em MG ???
Agricultura não se limita a apenas centro-oeste e sul do país.
E vamos em frente.
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Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 03/11/2008 23:00
Tem uma noticia interessante no clipping da Conab, disponibilizado neste site. O governo estuda a prorrogação das dívidas vencidas e não pagas em outubro passado, para injetar recursos no Campo. Mas valerá somente para o centro oeste.
Sei que o problema é grave por lá, mas tem muito agricultor em dificuldades aqui no sul também. Conheço pessoas que tiveram que emprestar dinheiro com agiota para pagar a parcela em 15/10, já que o banco não prorrogou, ou se prorrogasse acabava o limite de crédito.
João, por favor, lembre aos nossos representantes que o sul do país não está tão bem como eles pensam.
Dê o recado.
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Paulo César Cano da Silva Sacramento - MG 03/11/2008 23:00
Caro João Batista as chuvas anuciadas não vieram, e na Região de Sacramento alguns produtores estão tendo perdas na lavoura de milho. A sitiação está ficando bem dramatica..., é nesta hora que nos falta um seguro agrícola que de fato nos dê um respaldo. Dificuldade de credito, baixos preços e agora perdas na nossas lavouras de milho.
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Jurandir Alexandre Lamb Cascavel - PR 03/11/2008 23:00
olá João Batista, bom comento sobre o milho no Paraná, especialmente no oeste ,em Cascavel, o tempo corre como um relógio, chove na hora certa E FAZ SOL O SUFICIENTE PARA UMA PRODUÇÃO.... digamos que razoável pois com o preço a 16,00 a saca o investimento na cultura caiu mais de 70 %, quer explos: adubaçao normal 400 kg de npk na base, utilizado 220 kg, cobertura de nitrogenio normal, 350 kg/ alq, utilizado 110 kg/alq, e assim por diante se utilizou semente de 1a linha nao tratou com inseticida adequado, nao usou a dose de herbicida recomendada, somente 45%,e se continuar esses patamares de preço ou o custo nao baixar, vc acha que o agricultor vai plantar milho safrinha? o tempo em que se plantava por plantar passou o agricultor nao e mais trouxa do governo, e se nao plantar milho safrinha, na entre safra de 2009-2010 o milho ira buscar novamente seus 38,00 como ano passado ocorreu na bmf pois nao havia milho no mercado. jurandir Alexandre Lamb Cascavel Parana
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Ezio Antonio Seabra Uberaba - MG 02/11/2008 23:00
Valeu João, agora o agricultor pode ver o progama, nos outros horários, eu como milhões de agricultores, estavamos trabalhando e quase não o viamos, mas agora sim vou poder acompanhar eu e meus amigos companheiros. Ezio Seabra, fazenda Teimosa-Uberaba, valeu joaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao.
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José Carlos F. Pinheiro Iacanga - SP 02/11/2008 23:00
A desunião dos produtores brasileiros é um prato cheio para os compradores da nossa produção seja de grãos, laranja etc... e para os vendedores de insumos é um paraiso. É nós nem iniciativa e muito menos apoio dos sindicatos, federações e a confederação; só pra se ter uma idéia, aqui no meu municipio se juntassemos 6 produtores alcançariamos um volume acima de 1.000.000 de caixas que facilitaria muito a venda e com certeza os preços seriam melhores, mas infelizmente e cada um por si e ja tentei reuni-los foi impossivel e uma lastima um abraço
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Anderson Gonçalves de Souza Posse - GO 02/11/2008 23:00
Caro João Batista, Boa Tarde!!!
Gostaria de saber se você compartilha da minha opinião que o governo deveria, além de ajudar as trandings, destravar o crédito oficial para o produtor rural!!!!??? Ou seja, resolver por definitivo o endividamento e o limite de crédito.
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Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 02/11/2008 23:00
Concordo com o Valdir de Maringá plenamente.
Já passou o tempo de acionar o judiciário para sanar esta dúvida sobre o Estatuto da Terra. Temos ou não temos direito a um lucro pela nossa produção?? Deixem o juíz resolver.
Mas é difícil para um agricultor contratar um advogado e acionar o governo na justiça, Consome tempo e dinheiro. Quem deveria nos defender, as entidades representativas, nada fazem. A resposta para isso se chama " porta giratória". Sabe, aquelas portas que vemos em filmes, em países que tem neve. Em um momento se está fora, e em outro está dentro. Nosso representantes adoram esta porta. Uma hora estão na CNA, em outra estão no Governo, e em outra estão nas associações dos atravessadores e do agribusiness. Eles nunca irão bater de frente com seus futuros patrões. Nunca.
A ação terá que partir de uma associação de produtores, como os amigos produtores de leite de Santa Catarina. Pode ser uma ação civil pública, que me parece é muito mais barata.
Peço aos amigos de Santa Catarina, ou de qualquer outro estado que estão á frente destas pequenas associações: pelo amor de Deus, dêem o primeiro passo, não esperem nada das federações ou CNA, muito menos da bancada ruralista.
Já estive dentro deste sistema, e podem ter certeza que estão muito tranquilos recebendo seus salários, que nós somos obrigados a pagar.
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Giovani Giotti Luis Eduardo Magalhães - BA 02/11/2008 23:00
Estou escrevendo para desejar boa sorte a voce amigo J.B para que este novo programa seja um verdadeiro sucesso, e que as pessoas aproveitem este espaço para dar sugestões, pois lamentações não resolvem nada. pode contar comigo, farei a minha parte, e se precisar de mim estou as ordens. Um Abraço.
Giovani Giotti
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Elizeu Afonso Cremonese Palotina - PR 01/11/2008 23:00
Caro Telmo, me ajude à raciocinar um pouco, por que toda a maioria dos agricultores está individada?
E porque toda a carga ambiental está incidindo em cima dos proprietários rurais. Não consigo entender essa matemática.
Será que todos agricultores só são competentes no assunto ambiental e nada em suas próprias contas?
Será o que é que está errado?
O que será que está faltando em tudo isso?
Conto com sua resposta. Obrigado.
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César Augusto Sandri Mineiros - MG 01/11/2008 23:00
Eu voto nas vaquinhas
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Waldir Sversutti Maringá - PR 31/10/2008 23:00
A advogada Ana Echevenguá postou um comentário neste espaço dizendo que estava pensando em levar a situação do leite para análise do Ministério Público Estadual, alegando indícios de formação de cartel das industrias de laticínios e indícios de crime contra a economia popular. E o Sr Telmo, para quem ela pediu a opinião, para minha surpresa, respondeu que não concorda e até classificou os juízes de “ esse (s) lentíssimo (s)". Morosidade vergonhosa da justiça brasileira à parte, venho intrometer minha colher nesse angu. Meu pai sempre trabalhou com produção de leite, sempre se lamentou de sua atividade e eu sempre o aconselhei a “ CAIR FORA “ enquanto fosse tempo.
Esse é o princípio do negócio capitalista. Quando uma atividade não lhe traz rentabilidade, cai fora enquanto é tempo de não perder mais dinheiro com os custos fixos. Mas no caso em questão D. Ana tem razão: O leite é um produto essencial e como tal esta amparado na POLITICA AGRÍCOLA, e como outras atividades de produção de alimentos, deve estar na lista daquelas consideradas de SEGURANÇA ALIMENTAR da população. Obrigar o setor privado a pagar mais pelo leite não vai ser possivel. Mas é possivel fazer o governo honrar a politica de preços mínimos.
Em 20-04-2007 tb postei neste espaço o comentário que vai transcrito a seguir:
“” 4-Penso eu, que as entidades deveriam entrar com processos contra o governo, responsabilizando-o pelos prejuízos que a política cambial vem causando aos agricultores, que plantaram com o dólar a R$ 3,20 e venderam a R$ 2,70, plantaram com o dólar a R$ 2,70 e venderam a R$ 2,20 e por último, plantaram com o dólar a R$ 2,20 e agora tem que vender a produção com ele a R$ 2,00. Está claro que é uma política irresponsável do governo, deliberada, ao promover a alta dos juros e rebaixá-lo a conta-gotas, numa demonstração de não estar nem aí com os prejuízos que tem causado ao campo, já pelo terceiro ano consecutivo, MANTENDO ÉSSA POLÍTICA DE JUROS E CAMBIO, na direção do precipício e da falência generalizada dos produtores, contrariando frontalmente a Lei 8.171, de 17/01/1991, que dispõe sobre a Política Agrícola. Vejam:
LEI Nº 8.171, DE 17 DE JANEIRO DE 1991
Dispõe sobre a Política Agrícola.
CAPÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais
Art.1 - Esta Lei fixa ..
Art.2 - A política agrícola fundamenta-se nos seguintes pressupostos:
===I. A atividade agrícola compreende processos físicos, químicos e biológicos, onde os recursos naturais envolvidos devem ser utilizados e gerenciados, subordinando-se às normas e princípios de interesse público, de forma que seja cumprida a função social e econômica da propriedade;
( VOCE, então, NÃO PODERÁ DEIXÁ-LA IMPRODUTIVA OU REDUZIR O SEU INDICE DE PRODUTIVIDADE, SENÃO FICA SUJEITO A ...DESAPROPRIAÇÕES.)
===III - como atividade econômica, a agricultura deve proporcionar, aos que a ela se dediquem, rentabilidade compatível com a de outros setores da economia;
===II. O adequado abastecimento alimentar é condição básica para garantir a tranqüilidade social, a ordem pública e o processo de desenvolvimento econômico-social;
” No meu modesto parecer o governo exorbitou no direito de errar e ao causar prejuízos imensos aos agricultores pelo terceiro ano consecutivo, com essa política cambial desastrosa, que afronta o item III do Art. 2 da mencionada Lei, portanto passível de reparação pelos danos financeiros e morais causados aos produtores até aqui.
” Basta a coragem de nossas entidades, não demonstradas até aqui, em colocar um ponto final nesse suplício conduzido por gente do mercado financeiro, que não levam a sério e não avaliam os tremendos prejuízos e as conseqüências danosas para o país, ao desorganizar de forma inconseqüente o setor produtivo agropecuário brasileiro, até que sejam responsabilizados por esses abusos, através da justiça, atitude que tem que ser tomada urgente por nossas entidades representativas.
” Para isso é necessário pressão, muita pressão, de imediato. “””
A mesma dúvida que tem a Sra Ana, tem os produtores de soja e outros alimentos como arroz e trigo, que amargam prejuízos com manobras e descaso do governo federal em não honrar a política de preços mínimos, deixando de amparar o produtor quando este se defronta com o mercado aviltado. Em todo o mundo civilizado que incentivam seus produtores de alimentos o governo atua intensamente adquirindo suas produções para regular o mercado quando isso se faz necessário. Mas isto, comumente, não vem acontecendo no Brasil com ênfase e critérios necessários.
Então, em vez de choradeiras uma atrás da outra, seria conveniente que também outros segmentos da agropecuária façam o que D. Ana está em dúvida de fazer. Chega de bancar o bonzinho ou otários. Comecem a reclamar a aplicação da referida Lei na justiça pois a política agrícola que existe no Brasil não é tão má como pintam. O que acontece é que as ENTIDADES DE CLASSE DA AGROPECUÁRIA se omitem e não fazem a sua parte quando é preciso, deixam pra lá, os produtores também, e os prejuízos se acumulam nas dívidas constantemente prorrogadas. É lógico que isso não pode continuar, tem que acabar. Para isso não pode haver a dúvida que manifesta a Sra Ana; a justiça terá sim que ser acionada, e já ... Vejam o caso da falta de recursos e o desdém dos bancos para financiarem o plantio desta safra.
waldirsversutti.blogspot.com
www.imobiliariarural.net
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Rafael Casonatto Lucas do Rio Verde - MT 31/10/2008 23:00
Muito irregulares as chuvas, principalmente no sul do MT. Ficou complicado o plantio, está contecendo muito replantio.
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Guilherme Frederico Lamb Assis - SP 30/10/2008 23:00
João Batista, gostaria de esclarecer alguns pontos em relação à entrevista com o deputado Luis Carlos Heinze (em 30/10):
Vejo que agora é tarde demais para essas ações do Governo, pois o período de plantio já se iniciou em todo Brasil (em alguns Estados, a recomendação do zoneamento técnico já está se fechando para milho e soja). Ou seja, como alguém em pleno juízo vai adquirir financiamento bancário agora? Temos os juros reais mais altos do planeta, a burocracia na agencia é enorme, e o pagamento é um assalto ao produtor. Isso quando as agencias não exigem reciprocidades para liberarem o crédito.
De que adianta agora contrair um Finame (que já é inviável por natureza), se o mesmo ainda vai demorar 10 dias para entrar na conta do produtor? Isso em teoria, caso o dinheiro esteja liberado, falando em anos normais... o que dirá agora com a crise de credito....
E o principal problema para o produtor que conta com o Finame é que, fertilizantes e sementes principalmente, demoram pelo menos 10 dias para serem entregues ao produtor, soma-se então mais 10 dias na melhor das hipóteses para o banco liberar o dinheiro... temos ai vinte dias. Daqui a vinte dias é tecnicamente inviável plantar soja na maior parte do Brasil. O riscos climáticos e agronômicos aumentam consideravelmente e a chance de prejuízo é enorme, o que levará o produtor a ter mais dividas com os bancos ano que vem.
E o governo PTista dirá que fez de tudo para ajudar o produtor.... Estamos dando um tiro no pé ao aceitar dinheiro agora, fora da época, desse governo corruPTo que só quer fazer proselitismo e propaganda para seus assistidos do bolsa isso-e-aquilo.
Um abraço
Amigos.
Vejam a seguir a lição do prof. Graziano para os eleitores rurais, seguindo a linha do que tenho escrito aqui, ou seja, a maior necessidade de politização do agricultor. Falando nisto, a campanha 2010 já começou e vc
já decidiu em quem vai votar ?, e melhor, para quem vai pedir seu voto para te ajudar no teu agronegócio e nas tuas dificuldades ? e de forma que não precises mais reclamar tanto, mas mostrares união e organização social e politica de base ? (aliás, como fazem, sabiamente, os atuais partidos do Governo).
Liderança rural (Artigo)
Xico Graziano
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) elege neste começo de novembro sua nova diretoria. Pela primeira vez na história, uma mulher comandará a mais poderosa entidade ruralista do País. Renovar lideranças é fundamental para melhorar, perante a sociedade, a imagem dos agricultores brasileiros.
A senadora Kátia Abreu, nova presidente da CNA, conhece os meandros da política classista no campo. Tento se tornado agricultora aos 25 anos, após a morte do marido, a psicóloga, mãe de três filhos, liderou o Sindicato Rural do município de Gurupi e, depois, assumiu a Federação da Agricultura do Estado do Tocantins. Ganhou liderança enquanto tocava a fazenda de gado. Ficou famosa naquele rincão machista.
Entrou na política partidária pelas mãos do antigo PFL, hoje Democratas. Em 2002, elegeu-se deputada federal com a maior votação do Estado. Na Câmara coordenou a forte e articulada bancada ruralista. Impetuosa, deu constante trabalho para o governo federal. Boa de briga.
O Senado recebeu-a, com enorme votação, em 2006. Às encrencas do campo agregou os dramas da economia. Designada relatora da CPMF, aquela Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, conseguiu aprovar, contra a máquina do governo Lula, a extinção da malfadada taxa. Competente, respeitada, vai com certeza turbinar a CNA.
Dizia Bertolt Brecht, criticando as pessoas alienadas, que o pior analfabeto é o analfabeto político. Elas não sabem, afirmava o filósofo alemão, "... que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas". Assim, o engajado e lúcido pensador traduzia, em termos populares, o perigo da ignorância.
Os agricultores brasileiros costumam não gostar da política. Ficam, normalmente, distantes das eleições, passivos, alguns irritados, como se o assunto nada tivesse que ver com eles. Ledo engano. Se o pessoal da roça fosse mais participante, interessado na vida política, certamente os representantes populares seriam mais simpáticos às causas do campo. Melhorias poderiam advir.
Os prefeitos e vereadores, por exemplo, comandam o poder municipal e quase sempre olham apenas para os problemas da cidade, da praça e do asfalto, esquecendo-se das estradas rurais, sempre esburacadas. Ora, as obras públicas não caem do céu. Elas dependem da capacidade de cobrança da população interessada. Isolados, distantes, os agricultores perdem o jogo da política local.
No contexto maior, as decisões de governo sobre financiamentos rurais, seguro de safra, mecanismos de comercialização, entre tantos, sujeitam-se, claramente, às pressões do Congresso Nacional. Nem poderia ser diferente. Na época da ditadura, bastava conhecer os escondidos corredores do poder. Hoje, felizmente, manda o jogo democrático, legítimo, do Parlamento.
A dependência caracteriza um amargo traço da herança cultural dos brasileiros. Dizem os historiadores que, acentuadas pelo marquês de Pombal, as reformas na sociedade lusitana se impunham na colônia de "cima para baixo". Até hoje, 186 anos após a Independência, há pessoas que parecem aguardar que o "rei", lá longe, anuncie as decisões a serem cumpridas, aqui, pelos "súditos". Submissa, acostumada a cumprir ordens, a população espera que o governo aja em seu nome, como se um desígnio divino o guiasse. Vã ilusão.
Na sociedade moderna, complexa, grupos de interesse se formam, disputando a primazia da política. Se os agricultores não se organizam devidamente, acumulando força reivindicativa, os seus pleitos se esvaziam. E de nada adianta reclamar, tomar cerveja no boteco e xingar o governo, ou a prefeitura. Se as coisas não funcionam conforme se deseja, há que reivindicar. Assim se constrói a democracia.
No mundo todo, os agricultores participam ativamente da política. Mobilizam a sociedade em defesa de suas causas. Aqui, no Brasil, lamentavelmente, há quem já se tenha esquecido até em quem votou, noutro dia, para vereador. Deputado, então, nem pensar. Resultado: forma-se um terrível fosso entre a política e a agricultura. Isso precisa mudar.
Não adianta, porém, a cúpula ser forte. Em cada canto do interior, lá na base da sociedade, as entidades da agropecuária devem participar, ativamente, do processo de decisões. Para tanto será fundamental alterar a atitude das lideranças rurais. Abandonar o personagem dependente e assumir o protagonismo, tornando-se proativo. Vale para todos, agricultores familiares e empresariais, pequenos e grandes produtores. O limite do caráter empreendedor não reside na forma, mas na mente.
Uma coisa puxa a outra. Romper com a passividade exige adequar o discurso. A fama de chorão dos agricultores brota da conversa atrasada, desconectada dos princípios e das idéias contemporâneas. Desde que, a partir da Revolução de 1930, a oligarquia agrária sentiu reduzida a sua fatia no poder da República, começou a perder sua embocadura. O saudosismo cresceu e o discurso ruralista desafinou.
Passa da hora o surgimento de uma nova geração de líderes rurais. Jovens agricultores, antenados ao mundo moderno, começam a participar da política, assumindo os postos da geração passada. Esse processo se consegue verificar em dezenas de sindicatos, associações e cooperativas rurais por aí afora, onde cursos de treinamento e capacitação se desenrolam. O sermão caquético está com os dias contados.
Brecht concluía que da ignorância política nasce o pior dos bandidos, o político vigarista. Muitos vigaristas arrebanham os votos do campo, dando-lhes uma banana depois. Sujam o nome dos agricultores. Só existe uma vacina: participação.
Xico Graziano, agrônomo, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
E-mail: [email protected] Site: www.xicograziano.com.br