Fala Produtor

  • Marcos da Rosa Canarana - MT 10/11/2008 23:00

    Meus senhores, concordo plenamente com o Telmo Heinen quando ele diz que os alimentos estão sobrando,e, como consequência, derrubando nossos preços. As catástrofes anunciadas somente servem para motivo de aumento dos preços dos insumos. As empresas das quais somos clientes aumentam seus insumos com o anúncio do "fim do mundo" e nossos produtos caem de valor, e a nossa renda dica danificada. Temos que cuidar do discurso, ou melhor, temos que planejar um discurso único, pois nossos fornecedores e compradores utilizam deste método para arrancar nosso suór. Obviamente que a oferta tem que ser no máximo do tamanho da demanda. Da maneira como os produtores agem (e nós não conseguimos influenciá-los do contrário), a oferta vai ser sempre maior que a demanda... Resultado: endividamento, pressões comerciais e ambientais, e nós correndo atrás da agenda e dos problemas criados pelos outros, sem podermos estar engajados pró-ativamente. Gastando toda nossa energia somente atrás do respeito ao produtor rural. Vamos refletir e agir. Abraços. Marcos.

    0
  • Telmo Heinen Formosa - GO 10/11/2008 23:00

    Para desfazer um tremendo equívoco brasileiro, pergunto: por que o etanol brasileiro ganharia com a eleição de Obama, (ou até mesmo se tivesse sido McCain)?

    Parte-se do principio de que haveria uma redução da produção de etanol de milho, substituindo-o por etanol da cana-de-açúcar! Balela, pura balela...

    Primeiro, a sobretaxa de US$ 0.54/galão (de 3,785 litros) imposta às nossas exportações de etanol, ao ser supostamente retirada, beneficiaria o consumidor americano? É falso, uma vez que o mesmo valor seria GASTO para transportar álcool de dentro do Mato Grosso do Sul para o Estado amerciano do Illinois.

    Mas o pior é o seguinte: uma redução de 20 milhões de t de milho nos EUA, geraria um excedente de 20 milhões de t de milho no mercado mundial. Por quê nenhum jornalista analisa a consequência disto? Haveria enorme prejuizo para os plantadores brasileiros, e duplamente: Primeiro, aviltamento dos preços e, em segundo lugar, uma produção maior de frangos e suinos fora do Brasil, prejudicando nossos criadores destes animais.

    Então, cadê a vantagem da retirada da sobretaxa americana ao álcool importado?

    ---------------------------------------------------------------------------------

    DIÁRIO DE MARINGÁ - PR

    Assunto:

    AGRONEGÓCIOS - Informação: EUA consomem cerca de 500 bilhões de litros de gasolina por ano. O MUNDO: 1,5 trilhão.

    Durante a disputa pela presidência dos Estados Unidos da América (EUA), tanto o democrata Barack Obama quanto o republicando John McCain mencionaram, nos discursos, o Brasil como parceiro estratégico no fornecimento de biocombustíveis.

    Os dois candidatos se referiam principalmente ao etanol brasileiro, extraído da cana-de-açúcar, que é até três vezes mais barato que o etanol produzido em solo norte-americano, à base de milho.

    No duelo entre os senadores, venceu aquele que mais agrada ao setor sucroalcooleiro brasileiro.

    De acordo com o presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, com Obama na Casa Branca as barreiras alfandegárias e o protecionismo contra o álcool combustível do Brasil devem diminuir.

    Fato que tende a resultar no aumento gradativo das exportações para os EUA.

    Obama já anunciou que quer misturar álcool à gasolina utilizada pelos americanos, o que o Brasil já faz há mais de uma década. Para isso, diz Tormena, ele sabe que precisará do etanol brasileiro.

    Em 2007, o Paraná produziu 1,8 bilhão de litros de álcool e, para este ano, espera-se 2,2 bilhões de litros. Pelo interesse dos EUA, apostaTormena, o crescimento da produção deve ser mantido nos próximos anos.

    O Diário: A eleição de Barack Obama vem acompanhada de uma expectativa de mudanças na matriz energética dos Estados Unidos.

    Pode-se dizer que o momento aponta para o aumento gradativo dos biocombustíveis em detrimento do petróleo?

    Anísio Tormena: Acreditamos que sim, apoiados na premissa de que o petróleo tende a ficar mais escasso e cada vez mais caro. Como o mundo não pode parar, é preciso que haja um combustível alternativo que atenda aos interesses de ordem ambiental. Os Estados Unidos já são um dos maiores produtores de etanol do mundo, produzem hoje 34 bilhões de litros contra 27 bilhões de litros do Brasil. A previsão inicial, para 2022, era de uma produção de 136 bilhões de litros de etanol. Obama, em um dos discursos, sugeriu uma proposta de 225 bilhões de litros de etanol para até 2022.

    O Diário: Os EUA mantêm subsídios para o etanol produzido a partir do milho. Esse protecionismo contra o álcool brasileiro, com Obama na presidência, vai continuar?

    Anísio Tormena: O protecionismo deve diminuir porque os EUA já estão desacelerando a produção de etanol a partir do milho. Eles produziram, em 2007, algo em torno de 300 milhões de toneladas de milho, 30% disso foi destinado para o etanol. É óbvio que esse milho começou a fazer falta no mercado de lá, para o consumo humano e para a ração animal. Então, para atingir as metas de produção de etanol que Obama propõe, eles teriam de ampliar em muito essa produção de milho, logo teriam mais problemas. E agora, em função dessa crise, não sabemos se os EUA vão continuar subsidiando o produtor de milho para a produção de etanol, que custa três vezes mais que o álcool obtido da cana-de-açúcar.

    O Diário: O setor sucroalcooleiro ganha ou perde com a eleição de Barack Obama?

    Anísio Tormena: Não sou expert em matéria de política internacional, mas entendo que as propostas do Obama são mais condizentes com a realidade do mundo, em relação ao presidente George W. Bush. Acredito até na possibilidade de redução das tarifas alfandegárias, para que possamos colocar nosso produto lá com mais facilidade. Hoje, os EUA são o maior importador do etanol brasileiro.

    O Diário: Então o senhor prevê um aumento das exportações de etanol para os EUA...

    Anísio Tormena: Há uma possibilidade concreta de crescimento das exportações, já que haverá a desaceleração do uso do milho para a produção do etanol americano. E o Brasil, que tem o etanol mais barato do mundo, deve aumentar significativamente as exportações para lá.

    O Diário: Fala-se na adição do álcool brasileiro no combustível norte-americano. É uma proposta possível no curto prazo?

    Anísio Tormena: É possível e está acontecendo em alguns estados norte-americanos onde já é mandatória a adição de etanol na gasolina. Até 2022, por lei, todos os Estados Unidos terão a obrigatoriedade de adicionar um porcentual entre 5% e 6% de álcool na gasolina.

    O Diário: O aumento das exportações para os EUA não encareceria o preço do álcool combustível no mercado interno?

    Anísio Tormena: Penso que não, até porque não podemos entregar no mercado um produto sem competitividade. Hoje somos viáveis porque ofertamos ao mercado um produto que é ecologicamente correto, economicamente viável e tecnicamente melhor que a gasolina. Não abandonaremos o mercado interno, até porque a indústria do carro flex veio para ficar.

    O Diário: O senhor citou que nosso etanol, à base de cana-de-açúcar, leva vantagem em relação ao etanol dos EUA, extraído do milho. Por que há essa diferença?

    Anísio Tormena: Temos aqui todos os requisitos para a produção da cana-de-açúcar, que me parece a matéria-prima que nasceu para a produção de biocombustível. Isso a Europa e os EUA, por questões climáticas, não têm. Na produção de etanol somos campeões mundiais em regime de chuvas, tecnologia, mão-de-obra e logística. Temos todos os atributos para o desenvolvimento dessa cultura.

    O Diário: A União Européia já afirmou que nosso álcool é fruto de desmatamento. Como o senhor avalia essa crítica?

    Anísio Tormena: Vejo com muita maldade por parte dos membros da UE, porque eles não têm o devido conhecimento sobre o Brasil. Para ampliarmos nossa produção de etanol não é preciso derrubar nem uma árvore, até porque na Amazônia não há clima favorável para produzir cana-de-açúcar. Queremos aproveitar as áreas degradadas do Brasil, mais notadamente no Centro-Oeste. Só em Goiás há disponível, para a plantação de cana, 15 milhões de hectares. E isso se daria na área da pecuária, porque de uns anos para cá começamos a fazer o uso racional da terra (confinando o gado). Com o avanço tecnológico, estamos produzindo, em uma mesma área, quantidades mais expressivas de açúcar e álcool.

    O Diário: O Paraná se destaca como o maior produtor de grãos no País. Qual a situação do Estado quando se trata do setor sucroalcooleiro?

    Anísio Tormena: Não vamos impedir o crescimento da área de grãos, mas a produção de etanol, apesar da crise, tem ainda muitas áreas no noroeste e no norte pioneiro do Paraná para se expandir. Na produção de cana, fala-se muito em zoneamento, definindo quais áreas são propícias para essa cultura. Aqui, o zoneamento é perfeito. Jamais teremos cana-de-açúcar no litoral, nos campos gerais, no sudoeste, onde o clima não permite, e no oeste, que é a região destinada à produção de grãos.

    O Diário: De que forma esse crescimento vai contribuir com a economia maringaense?

    Anísio Tormena: No Paraná, o setor sucroalcooleiro gera 80 mil empregos diretos e 500 mil indiretos. E nesse contexto, Maringá pode se considerar privilegiada porque, assim como Ribeirão Preto e Araçatuba, em São Paulo, pode ser considerada um pólo na produção de açúcar e álcool. Maringá é a capital do etanol no Paraná porque tem uma logística excelente e, futuramente, teremos o "alcoolduto", que vai reduzir os custos para levar nossa produção até o porto.

    0
  • Lucas Borges Pizarro São João D'Aliança - GO 09/11/2008 23:00

    João, gostaria de informações sobre especuladores do mercado do boi gordo, os profissionais que atuam neste negocio e se existe treinamento para este tipo de profissional no mercado da carne.

    0
  • José Walter de Oliveira Sacramento - MG 09/11/2008 23:00

    CARO AMIGO JOÃO BATISTA

    Faço-lhe uma sugestão para entrevistar um diretor da área agricola do Banco do Brasil e perguntar ao vivo e a cores porque esta instituição do Governo Federal, então do povo está "exigindo" o pagamento de um pedágio aos seus clientes que são contemplados com financiamentos rurais, os quais são obrigados a deixarem até 10% do valor liberado a título de seguros, previdencia e aplicações em fundos, com a justificativas que precisam colaborar com aquela agência que tem metas a cumprir junto a sua Regional.

    João, literalmente, é de goela abaixo, porque se o produtor não comprar os produtos algum motivo será apresentado para postergar o emprestimo ou até mesmo não concede-lo.

    Isto está na lei - é proibido operação casada, mas ninguém reclama oficialmente porque sabe que será banido do Banco como cliente e ninguém de nós tem o plano B, ou seja, outro banco ou empresa para atende-lo. Aos usuarios deste site faço-lhe uma sugestão para guardar todos os documentos que envolvem estas operações, pois pode lhe serem uteis no futuro.

    0
  • Waldir Sversutti Maringá - PR 09/11/2008 23:00

    Para demonstrar aos produtores rurais "deste paiz" que o caminho não é outro, senão o de trabalhar, trabalhar e trabalhar, como já recomendava o autor do texto antigo, que reproduzo abaixo:

    (que vale até mesmo para aqueles que já estão com os burros na sombra)

    O Trabalho

    Se você é pobre, trabalhe. Se é rico, trabalhe.

    Se está sob o peso de responsabilidades aparentemente injustas, trabalhe.

    Se você está feliz, continue a trabalhar; a preguiça dá lugar a dúvidas e receios.

    Se a tristeza o esmaga, e as pessoas amadas não parecem sinceras, trabalhe.

    Se tiver decepções, trabalhe.

    Se a fé titubeia e a razão falha, trabalhe.

    Quando os sonhos estão desfeitos e as esperanças parecem mortas;

    trabalhe como se a sua vida estivesse em perigo; ela está mesmo.

    Seja qual fôr o seu problema, trabalhe.

    Trabalhe fielmente e trabalhe com fé.

    O trabalho é o maior remédio material que existe.

    O trabalho cura tanto os padecimentos mentais como físicos.

    William Walace Rose

    0
  • Adriano da Silva Ramos Uberlândia - MG 09/11/2008 23:00

    Enquanto o produtor brasileiro não entender que só ganhamos dinheiro em épocas de escassez de produtos nada vai mudar. Portanto para ganharmos mais temos que plantar menos ou ficar torcendo para que alguém ou alguma região tenha frustrações. Isso é muito ruim pois num mundo aonde ainda existe gente morrendo de fome, temos que pensar em produzir menos para não quebrarmos. Portanto se queremos resolver os problemas do mundo devemos plantar muito e oferecer produtos a preços baratos, mas se quizermos resolver os nossos problemas devemos plantar menos.

    0
  • Telmo Heinen Formosa - GO 09/11/2008 23:00

    Encalhamento:

    Como disse o Cristiano, estaremos com cerca de 16 milhões de t de milho encalhadas no dia 01/02/2009 data oficial do nosso Estoque. Isto nos criou um problema de preço. Imagina se os agricultores americanos vão permitir ao Presidente, qualquer que seja, fazer alguma coisa para não usar as 100 milhões de t de milho que usam para fazer álcool? Além disto fica este besteirol de que é benéfico para nós, a retirada da sobretaxa de US$ 0.54 por galão de 3,785 litros do álcool de cana brasileiro. Para o consumidor americano não mudaria quase nada uma vez que estes 54 centavos seriam gastos para levar o álcool do interior de Goiás para o interior do Illinois, capital Chicago. Isto dá aproximadamente R$ 0,30/Litro ou você duvida que não se gastaria isto?

    Informo também ao Carlos William Nascimento de que se todos os cereais (345 kg/ano/hab) fossem usados para criar frangos e suinos, resultaria erm uma produção de 115 kg de carne por ano por pessoa, ou seja, cada um teria que comer 300 g destas carnes por dia... além do resto que já tem. Portanto, não adianta duvidar dos meus cálculos, todas as dúvidas posso contestar. No último ano esta falsa propaganda de falta de comida foi feita pelos fabricantes de adubos e os agricultores cairam quem nem patinhos nesta conversa. Att, Telmo.

    0
  • Cristiano Zavaschi Cristalina - GO 09/11/2008 23:00

    Infelizmente os produtores rurais brasileiros em sua grande maioria sempre aumentam a área plantada quando podem (e quando näo podem também), achando que se plantarem muito seus lucros crescerão linearmente. Alguns (incluindo grandes) não conhecem nem ao menos o seu custo real de produçäo, näo consolidam seu negócio e se as coisas väo mal aí coitada da mäe do presidente. Será que os preços de insumos teriam subido tanto se näo houvesse demanda? Será que teríamos 16 milhöes de toneladas de milho encalhadas se näo fossem os iludidos e famigerados que acharam que os preços näo tinham mais teto e recusaram preços remuneradores? Como o Telmo disse tem muita comida no mundo e temos que estar atentos a estas notícias de falta de comida, pois o mundo näo caminha nesta direçäo.

    0
  • Gil Augusto Pletsch Campo Belo do Sul - SC 08/11/2008 23:00

    Olá, sou agricultor de Campo Belo do Sul – SC (planalto serrano), e ao analisar alguns prognósticos de previsão do tempo para janeiro e fevereiro de 2009 em minha Região, as previsões mostram que haverá uma uma condição de precipitação abaixo do normal. Poderá ocorrer um período de estiagem como em anos anteriores. Me preocupa muito essa situação, pois é uma época critica para culturas de milho, soja e feijão que eu cultivo. Por isso, preciso de mais informações. Desde já agradeço a atenção.

    0
  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 07/11/2008 23:00

    Caro João Batista, foi dito neste espaço que o mundo produzirá 2,241 bilhões de toneladas de cereais(excluindo oleaginosas), e que isso daria 345 kg por pessoa por ano. Por favor, esclareça quanto destes cereais são destinados para alimentação animal, como milho, sorgo, etc...

    0
  • Paulo Duarte do Valle Presidente Prudente - SP 06/11/2008 23:00

    A ARMADILHA DO BOI A TERMO

    A classe produtora rural, tanto na agricultura como na pecuária, vem sendo desde há muito tempo, um exemplo de denodo, tenacidade e crença naquilo que faz, nunca deixando de sempre dar mais um passo à frente em busca de uma melhor tecnologia, principalmente após o Plano Real, em que os produtos agropecuários foram os principais responsáveis pela sua viabilidade, sustentação e também pela manutenção da inflação em índices compatíveis com a expectativa governamental.

    Na agricultura temos as novas técnicas de adubação e plantio e o advento das sementes transgênicas das mais diversas culturas, aumentando significamente a produtividade no campo e melhorando em muito a qualidade dos produtos agropecuários que chegam à mesa do consumidor final.

    Na pecuária, nos animais, investe-se em melhoramento genético, usando-se inseminação artificial, transferência de embriões, rastreabilidade, técnicas veterinárias. Nunca tivemos um contrôle fito-sanitário como se faz nos dias de hoje e temos um rebanho bovino com uma qualidade superior, tanto que o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo.

    Nos pastos, investe-se em adubação, divisão de pastagens, pastos rotacionados, infra-estrutura de manejo, confinamentos, tudo para se obter uma carne bovina da melhor qualidade, por isso ela é a mais vendida no mundo.

    E para que fazemos tudo isto? É claro, para termos a certeza de que quanto melhor fizermos, mais e melhor seremos remunerados pela industria frigorífica.

    Porém, não é isto o que vem acontecendo. Os frigoríficos exportadores (os grandes) estão cada vez mais organizados, fazendo de tudo para que o preço da arroba (@) não atinja o valor justo a ser pago ao produtor rural, mas sim o valor que lhes for conveniente. Quanto mais baixo melhor.

    É quando chega a entressafra, que o pecuarista, especialmente o que faz confinamento (ou semi) tem a oportunidade de recuperar os investimentos do ano todo, vendendo melhor o boi acabado. Aí no afã de garantir um preço futuro melhor, ele cai na armadilha do boi a termo. Porque não tem ninguém, por mais expert que seja, que possa adivinhar a que preço vai estar a @ nos mêses futuros, ou seja, de agosto até novembro.

    E fazendo-se a venda do boi a termo, dá-se aos frigoríficos a certeza de escalas de abates futuras, embora isto não represente nem 20% de suas necessidades, dando-lhes uma arma muito forte para manipulação do mercado. Quanto mais baixo melhor.

    Como exemplo, os grandes frigoríficos compram de grandes ou médios confinamentos em SP ou outro Estado, em torno 20.000 bois gordos ao preço do índice CEPEA-ESALQ + 1 ou 2% por @, o que equivaleria no dia 05/11/2008 a R$ 90,00/@ bruto, no prazo de 30 dias. Então todos estes bois, equivalentes a no máximo 5 dias de escala, são usados como argumento de que as escalas se alongaram e com isso derrubam as cotações. Essa venda só beneficiou o grande produtor (ou industrial agregado à pecuária), prejudicando como um todo o setor produtivo pecuário. Em síntese essa negociação foi um desastre para a pecuária de corte brasileira.

    Esta é a cilada que os grandes frigoríficos nos preparam a cada ano. Não vamos mais cair nela. Devemos vender nosso gado ao preço de mercado do dia, ou pior das hipóteses, na cotação do dia do índice ESALQ-BM&F, nunca com preço pré-fixado. Agindo assim estaremos valorizando nosso BOI. São os EXTERMINADORES DO FUTURO. Simplesmente querem nos aniquilar. Não nos querem mais como fornecedores. Não caia nesta armadilha. “companheiro”.

    O boiadeiro está virando, ou já virou canavieiro. Não por vocação, mas por obrigação. Uma questão de sobrevivência.

    PAULO DO VALLE

    Agropecuarista

    0
  • Marcos José Alves lins - SP 06/11/2008 23:00

    OI JOAO BATISTA GOSTEI MUITO DA ENTREVISTA COM A RENATA FERNANDES DA COFRRETORA INDUSVAL, ESTA O QUE FALA OU SEJA SABE DAS COISAS E VAI MUITO LONGE, FIQUEM COM DEUS.

    0
  • Telmo Heinen Formosa - GO 06/11/2008 23:00

    Caro João Batista, você tem ocasiões em que deixa de abraçar a nossa causa, que é de lutar em favor de uma renda digna para a produção agricola. Quando se faz muita propaganda de que vai faltar comida, isto só ajuda aumentar o preços dos adubos, como aconteceu em 2008.

    Veja esta noticia no Jornal Valor Econômico: Mais alimentos - (Estão excluidas as oleaginosas, como soja principalmente): A produção mundial de cereais deverá alcançar 2,241 bilhões de toneladas na temporada 2008/09. Se confirmada a alta de 5,3%, marcará um novo recorde. Pela primeira vez em quatro anos, a produção deverá superar com folga a demanda. (págs. 1 e B12). Divida-se isto por 6,5 bilhões de pessoas e você terá 345 kg por pessoa por ano, além das oleaginosas, leite, ovos, mel, sal, açúcar, pequi, carne de boi a pasto, pescados, TODAS as verduras, TODAS as frutas, TODOS os legumes, TODA a mandioca, sem contar as cobras, lagartos, calangos e até cachorros que são consumidos mundo a fora, mortadela de jegue, de cavalo véio, etc... etc...

    Portanto, vamos acolher BEM o pensamento dos Presidentes de Sindicato como os de Sorriso e de Sinop que estão propugnando pela regulagem da oferta, QUE NESSE momento passa pela redução de área de plantio.

    O chavão "A China está demandando muito" está batido demais. Tem que contar que eles passaram dois meses comprando pouco por causa das olimpíadas. O resto do serviço de reação dos preços será realizado pela provavel ocorrência de forte estiagem no Sul do país durante o primeiro trimestre de 2009. Confirme com a Meteorologia.

    Att, Telmo Heinen - Abrasgrãos, Formosa (GO)

    0
  • Arnaldo Trein Lagoa Vermelha - RS 06/11/2008 23:00

    Prezado João Batista Olivi,

    Gostaria de iniciar manisfestando-lhe minha admiração e apreço por sua defesa do agronegócio brasileiro e contar-lhe o que segue:

    Conforme nos foi facultado, optei pela renegociação de minhas dívidas de investimento e custeio da seca, com o Banco do Brasil, sendo que, paguei todos os meus compromissos até a presente data, tendo inclusive feito um depósito bloqueado no dia 14 de outubro no valor de R$ 170.000,00, para que o Banco realizasse os débitos referentes as renegociações, o que não foi feito até o presente momento. O resto da missa, você entenderá lendo a cópia da carta que remeti ao gerente da minha agência do Banco do Brasil.

    Esta situação é igual para todos os produtores que optaram pela renegociação.

    Penso, que este tratamento que estamos recebendo, chega as raias do desrespeito.

    Pela sua atenção, agradeço.

    ------------------------------------------------------------------------

    Lagoa Vermelha, 04 de Novembro de 2008.

    À Superintendência do Banco do Brasil

    Passo Fundo, RS

    Prezado Senhor João Wilson Gomes Machado,

    Na qualidade de cliente e mutuário deste Banco, há 30 anos, venho novamente, através desta carta, colocar-lhe o que segue:

    Com esforço, muitas vezes inimaginável, consegui vir honrando meus compromissos junto a esta instituição, tendo pago os 40% das parcelas de investimentos a serem renegociadas, bem como dos custeios do ano da seca, sendo estes o meu maior compromisso financeiro com este Banco. Neste momento restam duas parcelas de custeio de milho e uma parcela de custeio de soja, deste ano, a serem pagas.

    Comprei e paguei a maioria dos insumos necessários à formação de meus 550 hectares de soja e 550 hectares de milho pipoca e encontro-me em uma encruzilhada decisória, necessitando de uma posição definitiva, por parte desta instituição, quanto à concessão de custeio para esta safra, pelo motivo que segue: Se pago os saldos de custeio, sem obter financiamento, fico sem recursos para plantar, pagar funcionários e até mesmo viver. Se não pago, serei colocado como inadimplente com prejuízo de crédito e constrangimentos.

    Me considero um agricultor profissional e dedicado, que não gostaria, de forma alguma, estar passando por esta situação.

    No aguardo de vossa posição, atenciosamente.

    Arnaldo Trein

    0
  • Mario Wolf Filho Curitiba - PR 06/11/2008 23:00

    Meu Caro João Batista, os frigorificos estão trabalhando com prejuizo, segundo Eles, por isso este recuo no preço da @, nós PECUARISTAS também. Por que não fazemos o mesmo? Pois tem fazendas com pasto vazio, então vamos fazer igual aos Frigorificos, dar férias coletiva para o PESSOAL DO EMBARQUE NAS FAZENDAS pelo menos quinze dias ou até voltar o preço da @ a patamares anteriores. Um forte abraço. Mário Wolf Presidente do Sind. de Nova Canaã do Norte MT

    0