Fala Produtor

  • José Walter de Oliveira Sacramento - MG 08/01/2009 23:00

    João Batista, este levantamento da Conab é digno de uma analise pelo Codigo de Defesa do Consumidor - CDC, pois é uma grande farsa o que informam ao mercado. Sou produtor de soja e milho e nunca vieram me perguntar o quanto plantei e qual a previsão de colheita. Este ano reduzi 500 hectares que seriam reservados para a cultura do milho, assim como varios companheiros também reduziram suas áreas. Poderiam alegar que se baseam em sementes comercializadas, porem no caso da soja ela é plantada em grande parte com sementes crioulas, entando portanto fora de qualquer estatistica. Com certeza, João Batista, a redução de produção será infinitamente maior do que os 5% divulgados pela Conab. Algum setor sério do Governo deveria rever isso.

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  • Luiz Carlos dos Santos Itaporã - MS 07/01/2009 23:00

    João Batista, assistimos ao seu programa todos os dias no canal Terraviva, para acompanhar os preços da soja e do milho. Queremos agradecer pela dicas que recebemos. Receba um abraço da familia Crivelaro, em nome do Agricultor José Crivelaro.

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  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 07/01/2009 23:00

    O TRISTE FIM DE UMA HISTÓRIA. Senhores cafeicultores de todo o Brasil, infelizmente a nossa situação pode ser dada como resolvida e perdida. Não quero aqui ser pessimista, mas sim realista. O que podemos esperar para nós, cafeicultores de tradição, que mantemos nossas atividades mesmo durante todos estes anos com prejuizo, sempre confiando no futuro e que algo poderia melhorar. Infelizmente estamos sem saída; nossas contas venceram no dia 30 ou 31 de dezembro (CPRs, custeios, alongamentos, securitização etc...) e agora o que fazer??? Nosso produto, o café, se vendido hoje ao preço em que se encontra não paga nem os postos de gasolina que devemos, não paga os supermercados, não paga nossos funcionários e ai por diante.

    Amigos, tenho certeza que mais de 80 % dos cafeicultores que tem o café estocado estão retendo o produto, esperando os preços que não vieram; ai a matemática é clara, pois estamos pagando juros também.

    Bom, algum leitor pode dizer, por que vc. não vendeu antes evitabdo este juro? A melhor resposta que posso dar é que, mesmo vendendo antes, não quitaríamos nossas dividas do ano passado, quanto mais estes alongamentos que venceram no dia 30, e as CPRs.

    João Batista, eu sabia que um dia isso ia acontecer, pois desde 2001 quando fizemos estas rolagens, ficamos esperando melhores momentos para a cafeicultura. Passaram-se anos e a coisa só piorou... bom, aí ficamos na seguinte situação: devendo os alongamentos e tendo que fazer novas dividas - pois os custos aumentaram (veja seu quadro) - e não podendo abandonar a lavoura (pois ja tinhamos um compromisso para 12 anos), a única forma de levantar o dinheiro foi através das CPRs. Sim, amigo, estas CPRs não foram feitas para vendermos os produtos em melhor momento e nos capitalizar..., esse dinheiro foi utilizado para pagarmos as novas dividas depois de 2001. O resultado esta ai, rolando CPRs , uma atras da outra... mas agora a coisa emperrou. Fazer o que? não tenho resposta.

    Não quero mais saber de rolagem de divida, quero apenas condição para quitar minhas dividas e, se Deus quiser, sair da atividade, pois hoje nem isso posso.

    Aqui em Coromandel, todos estão na mesma situação. E não adianta dar dinheiro para as cooperativas... estas vão sanar suas dividas (claro que feita com o objetivo de ajudar o cooperado), mas não vai ajudar o produtor, pois este não tem mais condição de receber novos créditos.

    A esperança está em transformas nossas dividas em produto, e que nos dêem um prazo para podermos nos adequar, pois hoje estamos negativados nos bancos. E o pior, João, é que para não deixar as coisas estourarem antes, fomos captando mais dinheiro a juros caros... Sim, tinhamos que pagar os postos de gasolina, funcionários etc. Entramos nos CDCs , custódia de cheques, papagaios e muitas outras operações de agiotagem. Agora, venceram as operações do Funcafé, estamos serasados e estas operações de credito pessoal tambem estão vencendo. Por isso acho que estourou a bolha do café. ESTOURO DA BOLHA DE CAFÉ.

    SE FIZERMOS UM LEVANTAMENTO, VERÃO QUE TODOS OS CAFEICULTORES AQUI DE NOSSA REGIÃO ESTÃO DEVENDO, CPRs, CUSTEIOS, CREDITO PESSOAL, CHEQUE OURO ETC, PORTANTO, AGORA EXPLODIU TUDO.

    E O TRISTE FIM DESTA HISTÓRIA É VER NOSSOS LIDERES EM BRASILIA CORRENDO ATRAS DE ESMOLAS, SE SUBMETENDO A FICAR ATRAS DE PORTAS ESPERANDO RESULTADO DE REUNIÃO.

    REALMENTE COMO VC DISSE HOJE, VAMOS SER REALISTAS , NÃO ESPEREMOS MUITA COISA PARA O CAFÉ.

    FICO TRISTE POIS A PARTIR DESTE MES JA ESTOU PARANDO MINHAS ATIVIDADES, COM AS ARVORES CARREGADAS DE FRUTO, FUNCIONÁRIOS ENTUSIASMADOS COM A SAFRA, MAS INFELIZMENTE TERÃO A TRISTE SURPRESA DO FINAL DESTA HISTÓRIA. PASSEI A BOLA PRAFRENTE.

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  • Luiz Vicente Kroetz Porto União - SC 07/01/2009 23:00

    João Batista, assisto ao seu programa todos os dias (já assistia vc. antes no outro canal), parabéns pelo seu sucesso. O que eu gostaria de mencionar é que os nossos governantes estão mais perdido que cego em tiroteio... crise eles vão ver a partir do segundo semestre. Por enquanto ainda temos algumas gorduras pra queimar. Quanto à perda da safra deste ano, a queda será de no mínimo 30% em termos gerais. Vai faltar tudo..., mas isso é bom porque plantamos caro e vendemos barato.

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  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 07/01/2009 23:00

    Se você leu e acreditou nas estimativas de safra da Conab, IBGE e Deral (Paraná), pode mandar uma carta para o Coelhinho da Páscoa e outra para o Papai Noel. Ah! E compre um adesivo para seu carro com os dizeres " Eu acredito em Gnomos".

    Porca miséria!!! Dizer que o Paraná perdeu 6,5% da safra de soja e 19% da safra de milho é palhaçada. P.A.L.H.A.Ç.A.D.A !!!!

    Eu já disse aqui que estes relatórios de safra só tem um objetivo: manter os preços baixos. É interesse do governo e é interesse dos atravessadores.

    Vamos torcer para nossos bravos representantes se manifestarem. Por enquanto só o João Batista tá carregando o piano sozinho.

    Deste jeito vamos ter que colocar ele lá na CNA.

    João, sem medo de errar: 40% da soja do Paraná foi " pro saco" e 60% do milho também.

    Ainda vem o Deral e diz que o agricultor vai recuperar no milho safrinha. De que planeta este povo veio mesmo??? PluTão??

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  • Fernando Diniz Belo Horizonte - MG 07/01/2009 23:00

    Joao Batista, sou produtor de cafe há mais de 50 anos, e nunca passei por isto que estamos vivendo agora. Queria que vc. convidasse aos produtores a largarem suas lavouras, pois só assim o presidente Lula terá a dimensão do desemprego que vai ser gerado. Ele precisa sentir o desaquecimento que vai trazer para o campo, tem que sentir sua popularidade caindo, enfim tem de sentir na pele o quanto é importante esta cadeia do cafe para o País. Entao vamos abandonar 50 % dos cafezais, pois não temos respostas do Governo. Portanto, só estamos aumentando nossos prejuizos. Acho que é fácil de entender, não é??!! Um grander abraço a vc. que luta com bravura pela nossa classe.

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  • Jane Gregorio Prela Andirá - PR 06/01/2009 23:00

    Sou filha de agricultor, e cresci vendo a dificuldade que se passamos ano após ano. Hoje sou casada tambem com um agricultor, e a nossa situação está muito dificil. Meu pai teve que diversificar a cultura, pois a area dele é pequena. Ele é produtor de limão taiti, e meu meu marido é de cereais. Pra se ter uma idea a área de meu pai e de 8 alqueires, e de meu marido é de 50 alqueires. Só que a renda do meu pai foi o dobro nesse ano de 2008. Fiquei com "vergonha" ao ver que a renda do meu pai foi 2 vezes maior que a nossa, com tão pouca terra.

    O programa de vcs é otimo. E me pergunto todos os dias se tem algum ministro, ou governante vendo a nossa dificuldade, o nosso dia a dia... Pois pra eles acho que pouco interessa a nossa situação. Para conseguirmos ter o que comer, corremos o risco de ter o nosso nome executado pelo Bancos. A unica coisa que nos resta ainda é o nosso nome, e estamos correndo o risco de perde-lo!!! Até quando, meu Deus, esse governo vai fazer de conta que nao existimos, que não somos parte desse Brasil???!!! Até quando????!!!

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  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 06/01/2009 23:00

    Olá cafeicultores, agora venho neste espaço fazer uma pergunta: Como a reunião com Lula, prevista para segunda, não aconteceu, como a de terça também não, nem a de quarta (e dizem que agora somente na segunda que vem), e, pelo que disse o deputado Odair Cunha, o ministro da Fazenda Guido Mantega não abre mão do pagamento das parcelas que venceram dia 30, e como não temos como pagar (tanto que estão em aberto CPRs, custeios, alongamentos, e muitas outras contas pessoais que agora vão ou ja estão estourando), a pergunta é essa: JOÃO, O QUE FAREMOS AGORA??? FECHAR AS PORTEIRAS??!!!

    POR FAVOR, ENTRE EM CONTATO COM O GILSON XIMENES OU O CARLOS MELLES PARA QUE ESTES POSSAM NOS DAR UMA LUZ SOBRE O QUE DEVEMOS FAZER ATE A PRÓXIMA SEMANA, POIS ESTAMOS DESESPERADOS. NÃO QUEREMOS MILAGRE, MAS QUEREMOS UMA POSIÇÃO PARA PODERMOS NOS DEFENDER.

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  • João Ademir da Conceição Barra do Garças - MT 06/01/2009 23:00

    Olá João Batista e amigos internautas, estou participando pela primeira vez deste espaço e é um prazer entrar nesse bate- papo dos agricultores e dividir nossos problemas pois a coisa tá feia... Será que algum dia esse governo vai olhar para nós, produtores, com o devido valor que temos? Morei no Paraguai durante 10 anos, fui produtor por lá e eu era tão FELIZ e não SABIA... Um abraço a todos

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  • Gustavo Slomp Vieira Santa Adélia - SP 06/01/2009 23:00

    A cafeicultura acabou!!! Caro João Batista, li recentemente em seu site que nos ultimos 14 anos o preço do café subiu para o consumidor 34%, para uma inflação de 250%. Acontece, amigo João Batista, que a inflação para produzir é outra; por exemplo, o salario minimo... quando entrou o plano Real era de R$ 68,00, hoje é de R$415,00, ( aumento de 610%); Oleo Diesel era R$ 0,23, hoje é R$2,10, (aumento de 913%); energia, era R$0,05 o KWh, hoje é R$0,29 (aumento de 580%); gás (que é muito usado na secagem de grãos) era R$ 5,50 o botijão, hoje é R$ 33,00 (aumento de 600%); a tonelada de adubo era R$ 300,00, hoje é R$1.250,00 (aumento de 415%); e só é mais barato para o cafeicultor que conseguiu comprar antes...

    Portanto, todos os produtos agricolas tiveram algum momento de euforia nos ultimos 14 anos, com subid de valor -- menos o café, que era R$ 200,00 e hoje a saca não passa de R$ 260,00.

    João Batista, espero que vc possa passar essas informações e questionamentos em seu programa, pois sou um telespector fanático pelo seu programa. Hamilton Vieira, agricultor de Garça (SP).

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  • Leandro Leonardi Toledo - PR 06/01/2009 23:00

    Gosto muito de assistir ao programa Noticias Agricolas no Terraviva. Acompanho a segunda edição (20 horas) com maior frequencia pois é um horario mais apropriado para o homem do campo. E ouço de pessoas do nosso setor que o problema de não acompanharmos a primeira edição é justamente o horario (13h30), pois nesse momento já estamos no trabalho... Mas sinto não poder assisti-lo principalmente por ter a previsão do tempo melhor detalhada. Acho que deveriam estudar algo em torno das 12h30, mesmo que Chicago ainda não estaja operando. Abraços.

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  • Waldir Sversutti Maringá - PR 06/01/2009 23:00

    SUGESTÕES PARA RESTABELECER A PAZ, A DIGNIDADE E A RENDA DO PRODUTOR RURAL. (PARA ALGUNS: CHOVER NO MOLHADO!) - No meu ponto-de-vista os três principais fatores que retiraram a renda do campo nos últimos anos e que provocaram o endividamento e o desânimo dos produtores foram:

    1-Cobrança de índices ilegais do Plano Collor pelo BB, nas dívidas;

    2-Política cambial do Plano Real, negativa e perversa para o setor;

    3-Desacertos com a desinformação na comercialização das safras;

    4-Ausência dos bancos públicos e privados no financiamento das safras.

    Com o intuito de contribuir para o debate dos pontos a serem discutidos no fórum proposto pelo sr João Carlos Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, resolvi dar também a minha contribuição, para somar com as sugestões do srs. Climaco Cesar,Telmo Heinen e outros.

    Penso que o r João Batista, tornou-se, por merecimento, o porta-voz de todos os produtores brasileiros, tamanha a sua luta para levar ao conhecimento da sociedade os problemas do campo. Por isso seria a pessoal certa para sintetizar, aprimorar e reduzir as principais sugestões colocadas neste site, inclusive organizar a pauta para o fórum sugerido. Caso o Fórum não se realize, o trabalho poderá servir como sugestão e subsídio do site à Bancada Parlamentar da Agricultura, composta por alguns membros atuantes e combativos, que já demonstraram através de entrevistas aqui publicadas, as suas lutas na defesa dos interesses da Agropecuária.

    SÃO ESTES OS PONTOS QUE PENSO DEVEM SER DISCUTIDOS:

    1º. TOLERÃNCIA ZERO / VALOR DO DÓLAR - Diante do sumiço da renda agrícola, com a não-reposição da inflação integral na cotação do dólar (provocada deliberadamente pelo BC mediante a explosão da DPF e os juros reais malucos que praticou), a minha opinião é que, DAQUI PARA FRENTE, a agropecuária terá que recusar o papel de "boi de canga" ou de "piranha", tomando atitudes mais drásticas. Quando houver qualquer plano econômico ou qualquer medida que retire a renda do campo, a classe terá que se mobilizar, DURANTE e não depois, fazendo o que Lula sempre fez com competência para conseguir seus objetivos: Decretar GREVE GERAL. Desde o Plano Real passaram-se 14 anos sem que os produtores e entidades reagissem à altura. Não poderemos mais deixar o tempo passar sem reação. Se tivesse acontecido alguma, mecanismos de reposição das perdas teriam sido criados e não foram (enquanto para o mercado financeiro fizeram o Proer). É tarde para lamentar as perdas do passado, mas não para a reação. A Lei não protege aquele que dorme.

    2º. ESPANSÃO DO COOPERATIVISMO: Louve-se a iniciativa da Aprosoja em criar a sua cooperativa, pois em primeiríssimo lugar, se faz necessário expandir a implantação de Cooperativas centralizadas nos pólos de produção, a exemplo do que ocorreu no norte do Paraná, onde a Coamo, Cocamar, Corol e outras integraram milhares de produtores dos vários segmentos, com ganhos de escala na compra e venda dos produtos que comercializa, além de oferecer constantes palestras sobre o mercado, levando ao produtor informações que só lhes trazem benefícios. Ao incentivar a participação dos produtores nas reuniões, assembléias e dias-de-campo, ela promove uma troca de informações extremamente úteis para eles e para as Cooperativas, que são mais ágeis e indicadas para realizarem operações de hedge na BMF em favor dos produtores quando os preços estiverem bons.

    3º. FINANCIAMENTO DOS PLANTIOS: O agricultor teria que financiar o plantio de sua safra somente em Bancos, na hora certa e não nas multinacionais, através de vendas antecipadas com CPRs. Deveria livrar-se das CPRs. Ela já provou que é prejudicial ao produtor até aqui. Só não vê quem não quer. Disse isso aos funcionários do BB, em Balsas, quando me convidaram para assistir a palestra de implantação da CPR. Não deu outra. Ela amarrou os produtores e nos dois primeiros anos já provocava prejuízos, pois a soja subiu de preço e os produtores não puderam aproveitar as altas significativas que aconteceram. Quem ganhou com isso foram as multinacionais, que tomaram adiantamentos cambiais a 6% aa (do BC) e o repassaram a 15% ao ano nos adiantamentos ou compraram a produção a preços baixos. (culpa do sistema financeiro nacional omisso – FINANCIAR BEM A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS É UMA QUESTÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR DA POPULAÇÃO E NÃO UMA OPÇÃO DO GOVERNO DE PLANTÃO)

    4º. PRAZO DOS FINANCIAMENTOS: O vencimento mais indicado é 30/9, para que o produtor possa ter a oportunidade de aproveitar as altas que acontecem geralmente no começo do segundo semestre. No entanto, o produtor teria que se comprometer a vender no dia que o mercado estiver com o preço bom, para consolidar seu ganho e garantir a volta do dinheiro ao Banco, podendo ser, inclusive, no ato da colheita se o banco financiador assim o indicar, sabendo que a margem de lucro que o financiado está conseguindo já é boa, induzindo-o a vender. Exemplos: No início de 2.004 a cotação atingiu R$ 52,00 no centro-oeste e teve gente que não vendeu, esperando R$ 60,00. No início de março de 2.008, a soja chegou a US$ 36,00 nos portos, a maior cotação da história da soja no Brasil, e muita gente tb não vendeu.

    5º. INFORMAÇÕES DO MERCADO, SAFRA E FUTURO- O produtor que optar por não se associar à Cooperativa mais próxima, para não ficar isolado deveria se filiar à Associação de Produtores e participar ativamente das reuniões a serem realizadas na sua região ou estado, buscando constantemente informações atualizadas sobre as perspectivas do mercado dos produtos que planta, para não perder as oportunidades de poder vender a produção, no preço e na hora certa, com mais certeza do que estará fazendo e com menos erros na hora de vender, ao contrário do que tem feito até aqui, com algumas ressalvas. Acho que também cabe ao banco financiador zelar pela liquidez do financiamento, repassando ao financiado as boas oportunidades que o mercado estiver oferecendo, inclusive promover, se indicada, a operação de hedge com a venda a futuro na BMF, através de sua corretora, administrando e financiando as oscilações negativas diárias ou no mercado de opções, que dispensa essas coberturas, mediante a fixação de um diferencial como prêmio.

    6º. CUSTOS: O ideal é que o produtor consiga fazer seu custo de plantio em dólar, PORQUE É NESSA MOÉDA QUE AS COMMODITIES SÃO COMERCIALIZADAS NO MUNDO INTEIRO, comprando os insumos quando estes estiverem na menor relação de troca. Tem por isso a obrigação de conhecer a média histórica dos preços em dólar dos insumos, em relação ao produto que planta, não podendo repetir o exemplo deste ano, quando compraram adubo a R$ 1.800,00 antes da planta (quase o dobro da média histórica na relação de troca) e na hora da planta o adubo baixou 50%. Essa inversão era óbvia. Todo produtor teria que dispor de um limite de crédito adicional pré-aprovado no seu banco financiador para antecipar a compra dos insumos da próxima safra à vista, a exemplo do que faz o BB, de forma muito restrita para alguns de seus maiores e privilegiados clientes.

    7º. RISCOS - O produtor não pode fazer fixações antecipadas de preços quando estes estão com a cotação no chão, no piso mínimo. Tem de saber que, nestes casos, só tem uma possibilidade pela frente: a alta dos preços, por isso não pode fixar antecipadamente para conseguir recursos, sob nenhum pretexto, a menos que seu produto esteja com a cotação nas alturas. Deve recorrer a adiantamentos cambiais, pois nessa forma a hipótese de prejuízos será menor. Ainda que ele tenha como única opção a venda através da fixação no físico, se o preço está baixo deveria conseguir que a empresa fizesse um hedge de opção de compra na bolsa, casando as operações para ganhar a possível valorização, caso o seu produto venha a subir de preço. Outra sugestão importante que fizeram neste site: Não plantem em terras que não estiverem 100% aptas e bem corrigidas, caso não tenham a certeza de obterem produtividade acima de 40 sacas por há, pois abaixo disso é prejuízo certo.

    8º. SEGURO, SEGURINHO OU SEGURÃO : Aqui é preciso mudar tudo. O seguro que vem aí através de uma subvenção do governo divulgado pelo MAPA, é um arremedo de seguro agrícola. Pelo que li, dá para rir. Estudam limitar o valor segurado a R$ 32,000,00, apropriado apenas para a agricultura familiar. Temos que ter um seguro completo, INTEGRAL e eficiente. Aí o próprio seguro vai se negar a fazer a apólice em áreas de risco, onde já se sabe que dá seca num ano, no outro também, obrigando o produtor a diversificar para culturas mais resistentes ao seu clima. Além disso, o custo ficaria muito caro e sem o seguro o banco não financiaria as lavouras mais suscetíveis.

    9º. PREÇOS MÍNIMOS COMPATIVEIS COM OS CUSTOS DE PRODUÇÃO, SEGUNDO AS REGIÕES DE PLANTIO: Embora eles já sejam diferenciados por estados, não são atualizados com base nos preços reais dos insumos no ano safra e da região. Também não são honrados por inteiro no tempo certo das colheitas, deixando o produtor à espera de cotas insignificantes. Isso tem que mudar ! A Bancada Parlamentar da Agricultura deve isso aos produtores.

    10º. LEI 8.171 DE 1991 – RENDA COMPATÍVEL - REVISÃO PARA TORNÁ-LA GARANTIDORA DA RENDA AGRICOLA –

    Os preços mínimos ao serem fixados terão que levar em conta, além da cobertura dos custos, uma margem mínima de lucro ao produtor, como já prevê a Lei 8.171, que necessita ser revisada o quanto antes para deixar clararamente definida a garantia dessa renda mínima por unidade de produto colhido, estimulando assim uma maior produtividade, ao contrário do que é hoje ao se referir à renda de forma genérica, apenas nas entre linhas.

    Para finalizar, Economia de Mercado – Devemos reconhecer que ao governo não cabe arcar com os riscos de cada atividade econômica da iniciativa privada. Para evitar prejuízos é preciso uma boa gestão e seguro, o que não temos. No entanto, no mercado financeiro mundial, inclusive aqui, parece que não é bem assim, pois nele não parece haver riscos. Como se viu nos EUA e Europa, trocam as bolas à vontade, ou seja, deixam que privatizem os lucros e depois socializam os prejuízos com dinheiro público a rodo, como fizeram também aqui com o Proer. Quando o mercado financeiro quer aparece dinheiro à vontade para tudo.

    Quem quiser os bônus de um regime capitalista deve suportar os ônus que ele também traz, ou seja, como os riscos da atividade agrícola são maiores e mundialmente conhecidos devido aos vários fatores que precisam ser bem conduzidos para se ter sucesso, é preciso PLANEJAR, DISCUTIR E REDOBRAR OS CUIDADOS, COM NOÇÃO, DIREÇÃO E SENTIDO.

    waldirsversutti.spaces.live.com

    Waldirsversutti.blogspot.com

    www.imobiliariarural.net

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  • Gustavo Orlando Primavera do Leste - MT 05/01/2009 23:00

    Joao Batista, gostaria que vc relatasse para todo Brasil o drama que estamos vivendo no nosso estado do Mato Grosso; não bastasse todos os problemas deste ano (credito, preços, etc), agora estamos enfrentando um critico periodo de falta de chuvas. Em nossa região já estamos com 22 dias de puro sol.

    E posso afirmar, com certeza, que nossa safra já está comprometida. E agora, o que fazer?? Obrigado pela atenção.

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  • Renato Ferreira Dourados - MS 05/01/2009 23:00

    João Batista, por que só o campo tem que preservar? Estou de acordo com o reflorestamento e recomposição da mata ciliar em beira de nascentes, corregos e rios. E também estou aguardando para dar início na meu reflorestamento... Mas qual é a atitude dos URBANOS para com seus corregos e rios que cortam as cidades??? E das prefeituras que despejam esgotos nos rios??? E dos moradores que tem sua varanda às margens dos mesmos.

    Vejo todos os dias desperdicío de agua nas cidades, com URBANOS lavando calçadas, carros e muito mais e com muito esbanjamento. Dá para notar a sujeira das cidades que, além de ser poluição, gera altos índices de dengue e proliferação de insetos peçonhentos. Portanto, não é só o campo que deve preservar e sim toda a população de um modo geral. Nós, agropecuaristas, vamos fazer a nossa parte direito.

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  • Valmir Berle paranambu - PR 04/01/2009 23:00

    João Batista, nasci no Paraguai e planto soja há 15 anos e nunca vi seca como nesse ano. Queria ver se vc . podia passar uma previsao estendida (90 dias) para nós aqui do Parnanbu, Py. Estamos a 50 km de Foz do Iguaçu. E UM PROSPERO 2009!!!!

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