Diante da movimentação do mercado a expectativa é que o preço do café alcance novas altas nas bolsas internacionais

Publicado em 27/11/2024 15:39 e atualizado em 27/11/2024 17:25
Willian Freiria - Gerente de Operações de Café da Cocapec
Para especialista, estoques baixos e oferta restrita são os principais fundamentos para precificação do café
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Diante da movimentação do mercado a expectativa é que o preço do café alcance novas altas nas bolsas internacionais

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A tendência de alta permanece para os preços do café tanto no mercado futuro quanto no físico, de acordo com o que afirmou Willian Freiria, gerente de operações de café da Cocapec, em entrevista ao Notícias Agrícolas. Nesta quarta-feira (27) o dia foi novamente de altas acentuadas nas bolsas internacionais, com avanço de até 4,49% para o arábica em Nova York e expressivos 6,92% para o robusta em Londres, entre os contratos mais próximos.

De acordo com o que afirmou Freiria, a demanda de café está alta, o estoque para os torradores está baixo e o estoque do produtor a ser vendido também está muito baixo. Então, a oferta de café no mercado está bem restrita, o produtor está segurando o que tem ainda para ser comercializado, mas de qualquer forma não tem muito para comercializar. Isso traz esse rally no mercado, principalmente no físico.

Ele ressalta também que para a próxima safra, ainda não há total certeza de quão grande será a quebra. Sabe-se que terá perdas, algumas regiões mais e outros menos, e isso traz instabilidade ao mercado e por isso os preços do Nova York acima de US$ 3,20/lbp.  

Segundo o gerente de operações, a movimentação de venda está bastante restrita. O produtor veio participando dos movimentos de alta e agora estoque do cafeicultor está baixo, o que diminui a oferta no mercado. Além disso, ele explica que este é um momento de questão de imposto de renda e momento de faturamento, em que produtor acaba segurando para o próximo ano e oferece menos para o mercado. A sequência de alta também traz um sentimento ao agricultor de que poderia ter esperado mais e, por isso, também acaba segurando mais.

Na Bolsa de Nova York, o contrato dezembro/24 do arábica fechou com alta de 1.400 pontos (4,49%), cotado em US$ 3,26/lbp. O março/25 subiu 1.420 pontos (4,60%) e foi a US$ 3,23/lbp. O maio/25 registou ganho de 1.440 pontos, negociado em US$ 3,20/lbp. O julho/25 avançou 1.460 pontos (4,85%), com preço de US$ 3,15/lbp.

Em Londres, o robusta fechou no valor de US$ 5.533/tonelada no contrato janeiro/25, ganho de 358 pontos (6,92%). O março/25 foi a US$ 5.496/tonelada, alta de 382 pontos (7,47%). O maio/25 avançou 383 pontos (7,58%), com preço de US$ 5.434/tonelada. O julho foi a US$ 5.360/tonelada, elevação de 390 pontos (7,85%).

Mercado interno 

De acordo com o gerente de operações, a tendência de alta também vale para o mercado interno. Ele conta que a região de Franca/SP passou por seis meses sem nenhuma chuva e altas temperaturas, o que principalmente para a cultura do arábica é muito ruim, o que acarretou em um não pegamento da florada. “Cada vez que vai na lavoura, a sensação é de uma perda ainda maior do que na visita anterior”, frisa Freiria.

Conforme ele aponta, algumas regiões estão praticando preços próximos dos R$ 2.200,00/saca. "Aparentemente não dá para falar que a alta tem fim, pela movimentação do mercado pode ser que suba ainda mais as bases em Nova York, com isso o preço físico tente a subir também. Claro que não sobe na mesma proporção, porém nada indica uma retração nos próximos dias, principalmente considerando a baixa oferta de café", declara.

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Por:
Raphaela Ribeiro e Igor Batista
Fonte:
Notícias Agrícolas

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