Dólar: Dados sobre economia americana deverão dar tom sobre juros nos EUA e andamento do câmbio
Dólar cai e fecha em R$ 3,3017 com melhora no cenário externo
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu mais de 1 por cento nesta quinta-feira, ajudado por dados mais fracos sobre a economia dos Estados Unidos, que reduziram as apostas de aperto monetário na próxima semana na maior economia do mundo.
O dólar recuou 1,24 por cento, a 3,3017 reais na venda, depois de subir 2,89 por cento nos dois pregões anteriores. Na mínima do dia, o dólar marcou 3,2960 reais e, na máxima, 3,3681 reais.
O dólar futuro cedia cerca de 1,20 por cento no fim da tarde.
Na primeira etapa de negociações, a moeda marcou um vaivém, ora operando em baixa, ora em alta, firmando-se em queda apenas à tarde. Segundo operadores, houve um forte fluxo de saída que pressionou as cotações mais cedo e adiou a reação aos dados dos EUA.
"O mercado está de olho no exterior, mas os investidores aproveitam os momentos. Hoje, por exemplo, houve uma janela de oportunidade", comentou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Zerado o fluxo de saída, o mercado ficou livre para digerir os dados e o noticiário.
"A trégua no exterior depois dos dados norte-americanos deu a deixa para uma realização de lucros aqui no Brasil", afirmou o operador de uma corretora nacional.
O mercado trabalha em compasso de espera pelo encontro de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira que vem, mesmo dia em que o Banco do Japão também anuncia sua decisão e pode fazer mudanças em sua política de estímulos.
Segundo dados do FedWatch, da CME Group, operadores viam apenas 12 por cento de chance de o Fed subir juros na próxima semana, abaixo dos 15 por cento vistos na quarta-feira.
Pesquisa Reuters feita com economistas na semana passada apurou que cresceram para 70 por cento as chances de um aumento do juro nos EUA em dezembro. No levantamento anterior, a chance era de 57,5 por cento.
A produção industrial dos EUA caiu 0,4 por cento em agosto ante julho, pior que a projeção em pesquisa Reuters, de recuo de 0,3 por cento. As vendas no varejo nos EUA também caíram mais do que o esperado no mês passado, 0,3 por cento, ante previsão de recuo de 0,1 por cento e após alta de 0,1 por cento em julho.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 1 mil, para 260 mil em dados ajustados sazonalmente na semana encerrada em 10 de setembro, informou o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters projetavam que os pedidos chegassem a 265 mil.
O Banco Central vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso.
Dólar: Dados sobre economia americana dão tom sobre futuro dos juros nos EUA e do câmbio
O produtor brasileiro está em momento de colocar em prática seu planejamento para a temporada 2016/17 e um dos componentes que mais exigiu acompanhamento e deverá continuar exigindo é o câmbio. Do final de agosto até o último dia 14 de setembro, a moeda norte-americana já acumula uma alta de 3,52%, porém, se essa trajetória de alta volta a se consolidar, essa ainda é uma dúvida entres os especialistas.
O atual momento político do Brasil é tenso, intenso e de transição, e quem vem se aquecendo diante dos novos desdobramentos da operação Lava Jato, que agora envolvem o ex-presidente Lula. Acompanha-se ainda a interferência do Banco Central sobre o andamento da moeda. A votação do ajuste fiscal proposto pelo governo Temer no Congresso Nacional também tem espaço nas análises, bem como a resistência que pode enfrentar quando as discussões forem efetivamente iniciadas.
Já no exterior, a influência maior sobre o dólar vem, principalmente, do futuro da taxa de juros nos Estados Unidos e, consequentemente, do comportamento da principal economia do mundo. E o quadro político norte-americano também exige atenção já que o ano é de eleição presidencial e a disputa entre Donald Trump e Hillary Clinton está acirrada. Ao mesmo tempo, se aproxima a nova reunião do Federal Reserve (o banco central norte-americana) e a mesma segue gerando especulações.
E nesta quinta-feira (15), alguns dados que deverão indicar o norte da economia dos EUA foram reportados, com a queda da atividade industrial mais forte do que o esperado; a queda do valor das vendas no varejo que também não estava nas projeções e, em contrapartida, o número de pedidos de auxílio desemprego menor do que mostravam as estimativas.
Veja mais detalhes, nos links a seguir, do site Investing:
>> A produção industrial dos EUA -0,4% vs. estimativa de -0,3%
>> O nível de atividade manufatureira Philly Fed 12,8 vs. estimativa de 1,0
>> As vendas no varejo dos EUA -0,3% vs. estimativa de -0,1%
>> As vendas no varejo nos Estados Unidos -0,1% vs. estimativa de 0,2%
>> O índice Empire State de atividade manufatureira -1,99 vs. estimativa de -1,00
>> IPP dos Estados Unidos 0,0% vs. estimativa de 0,1%
>> Núcleo do IPP dos Estados Unidos 0,1% vs. estimativa de 0,1%
>> O número de pedidos de auxílio desemprego nos EUA 260K vs. estimativa de 265K
Já os links a seguir indicam três índices que serão reportados na sexta-feira (16) e que também carregam forte importância do direcionamento da economia norte-americana:
>> EUA - Núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) (Mensal)
>> EUA - Núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) (Anual)
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