Dólar sobe ante real pelo 2º dia com exterior e cautela política, mas recua na semana
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira, dando continuidade ao movimento da sessão anterior em meio ao ambiente externo desfavorável e à cautela com o cenário político nacional.
O dólar avançou 0,81 por cento, a 3,4310 reais na venda, após atingir 3,4491 reais na máxima da sessão. A moeda norte-americana havia subido 1 por cento na sessão passada. Na semana, o dólar acumulou queda de 2,66 por cento.
O dólar futuro avançava cerca de 0,7 por cento no fim da tarde.
"O movimento de aversão ao risco permanece, mas o BC continua silencioso", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
A divisa norte-americana novamente avançou em relação às principais moedas emergentes, com investidores preferindo a segurança do dólar. O movimento vinha menos de duas semanas antes do referendo que decidirá sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia e em linha com a queda dos preços do petróleo.
Pesquisa divulgada nesta tarde mostrou vantagem de 10 pontos da opção pela saída da UE e levou o dólar às máximas da sessão, embora a moeda norte-americana tenha perdido fôlego em seguida.
"Houve uma fuga para ativos de qualidade alta, e o real não se enquadra nessa categoria", disse o superintendente de derivativos de uma corretora internacional.
Operadores também favoreceram estratégias defensivas diante da instabilidade política no Brasil. A presidente afastada Dilma Rousseff defendeu a realização de uma consulta popular sobre a antecipação das eleições presidenciais de 2018 caso retorne ao Palácio do Planalto.
Alguns operadores viram na entrevista um incentivo para que senadores indecisos votem pelo retorno de Dilma ao governo, atualmente ocupado pelo presidente interino Michel Temer. As medidas econômicas e a postura defendida pela equipe econômica de Temer vêm sendo bem recebidas pelo mercado, de maneira geral.
O avanço do dólar veio mesmo diante da ausência de novas intervenções cambiais do BC. A autoridade monetária não realiza leilões de swap reverso --que equivalem a compra futura de dólares-- desde 18 de maio, mesmo com a moeda norte-americana recuando para seus menores níveis em quase um ano.
Até então, o BC vinha intervindo praticamente sempre que o dólar recuava abaixo de 3,50 reais, em uma estratégia interpretada por alguns operadores como uma tentativa de proteger as exportações do Brasil.
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