Dilma, doutora (Ph.D.) em Ciencias Economicas?? Tudo mentira.. apenas cursou Ciencias Sociais

Publicado em 21/10/2015 18:11
por JOSE NÊUMANNE, em O ESTADO DE S. PAULO (no blog de AUGUSTO NUNES, de VEJA.COM)

José Nêumanne: A falsidade como meio de vida

Publicado no Estadão

JOSÉ NÊUMANNE

Em 2009, já escolhida pelo então chefe, Luiz Inácio Lula da Silva, para lhe suceder na Presidência da República, Dilma Rousseff teve registrada no currículo oficial, divulgado no site da Casa Civil, que chefiava, sua condição de mestre (master of science) e doutora (Ph.D.) em Ciências Econômicas pela Universidade de Campinas (Unicamp). Pilhada em flagrante delito pela revista piauí, ela reconheceu que não era nada disso. E mandou corrigir seu Curriculum Lattes (padrão nacional no registro do percurso acadêmico de estudantes e pesquisadores, adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa do país), que informava ter ela cursado Ciências Sociais.

Falsificar Curriculum Lattes equivale, na Academia, a usar um falso diploma de médico. Cobrada, Dilma justificou-se: “Aquela ficha do Lattes era de 2000. Eu era secretária de Minas, Energia e Telecomunicações no Rio Grande do Sul. Eu não tinha mais nenhuma vida acadêmica. Eu era doutoranda porque eu não tinha sido jubilada, era doutoranda. Ao que parece eu fui jubilada em 2004, mas não fui comunicada”.

Do episódio se conclui que, pelo menos desde então, Dilma tem mantido hábitos que se mostraram recorrentes nas duas eleições presidenciais que disputou (em 2010 e 2014) e nos mandatos que nelas obteve. Um deles é conjugar verbos repetitivamente na primeira pessoa do singular. Outro, recusar-se a assumir a responsabilidade pelos próprios erros. Para ela, a culpa era do Lattes, não dela. Já no dilmês tatibitate, ao qual o país se acostumaria nestes tempos, ela se eximiu da falsificação do documento. Quem falsificou seu currículo? Ela mesma nunca se interessou em saber e denunciar. Nem explicou como pagou créditos de doutorado sem ter apresentado dissertação de mestrado, como é praxe. Esta, contudo, é uma mentira desprezível se comparada com outro acréscimo que fez a sua biografia: o da condição de heroína da democracia, falsificando o conceito básico que definiria o objetivo de sua luta.

Ela combateu, sim, a ditadura, ao se engajar num grupo armado de extrema esquerda de inspiração marxista-leninista, o VAR-Palmares. Sua atuação está confirmada em autos de processos na Justiça Militar, em que foi acusada de subversão e prática de atentados terroristas. E foi narrada em detalhes por Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, que a delatou em depoimento mantido no arquivo digital de O Globo (oglobo.globo.com/politica/confira-integra-do-depoimento-de-beto-dado-em-1971-2789754). Dilma mente porque, como atestam ex-guerrilheiros mais honestos, eles não lutavam por uma democracia burguesa, mas, sim, pela “ditadura do proletariado” de Marx, Lenin, Stalin, Pol Pot, Mao e dos Castros.

Na campanha pela reeleição, que ela empreendeu em 2014, Dilma parecia padecer de uma compulsão doentia à mentira. No palanque, ela prometeu o Paraíso de Milton e já nos primeiros dias do segundo governo, este ano, começou a entregar a prestações o Inferno de Dante. No debate na TV Globo com Aécio Neves, do PSDB, que derrotaria nas urnas, ela sugeriu à cearense Elizabeth Maria, de 55 anos, que disse estar desempregada, apesar de seu diploma (não falsificado) de economista, que procurasse o Pronatec. Em 2015, esse carro-chefe da propaganda engendrada pelo bruxo marqueteiro João Santana, o Patinhas, terá 1 milhão de vagas, um terço das do ano passado. E, em sua Pátria Enganadora (que “Educadora”?), foram cortados R$ 2,9 bilhões das escolas públicas.

Este é apenas um dos exemplos da terrível crise econômica, política e moral, com riscos de virar institucional, causada pela desastrada gestão das contas públicas em seu primeiro mandato, em especial no último ano, o da eleição, Em 2014 viu-se forçada a violar a Lei da Responsabilidade Fiscal, cobrindo rombos nos bancos públicos para pagar programas sociais, como seria reconhecido até por seu padim Lula.

Tudo isso põe no chinelo os lucros do falsário Clifford Irving, causador de imensos prejuízos no mercado das artes plásticas e que terminou virando protagonista de Orson Welles no filme Verdades e Mentiras. Não dá para comparar milhares de dólares perdidos na compra de obras de arte falsas com a perda de emprego por mais de 1 milhão de brasileiros em 12 meses nem a empresários fechando suas empresas.

Os dois só se comparam porque neles falsificar é meio de vida – jeito de obter um emprego e se manter nele. Na Suécia, onde começou a semana, Dilma fez seu habitual sermão da permanência doa a quem doer (e como dói!). Questionada se havia risco de os contratos que assinou serem anulados por um sucessor que capitalize a crise criada por seu desgoverno, afirmou: “O Brasil está em busca de estabilidade política e não acreditamos que haja qualquer processo de ruptura institucional”. A imprecisão semântica serve à falsificação da realidade – não como método, mas como ofício. Se se busca estabilidade, estabilidade não há. Não é necessária ruptura institucional para ela cair.

E ontem ela atingiu o auge do desprezo à inteligência alheia ao repetir a madrasta da Branca de Neve em frente ao espelho, num delírio de falsidade e má-fé: “O meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção”.

Os jardineiros de Alice no país das Maravilhas, de Lewis Carrol, pintavam de vermelho rosas brancas que plantaram, em vez de vermelhas, que a Rainha de Copas os mandara plantar. Quem apoia a alucinação obsessiva de nossa Rainha de Copas falsária 150 anos após a publicação da obra – “depô-la é golpe” – não tem memória. Pois ignora que o que ela tenta é alterar a cor da História: o primeiro presidente eleito pelo voto direto depois da ditadura, Fernando Collor, hoje investigado por corrupção, foi deposto por impeachment e substituído pelo vice, Itamar Franco, por quem ninguém dava nada, mas que nos libertou da servidão da inflação. O resto é a falsidade de ofício dela.

(por JOSÉ NÊUMANNE)

 

“Uma crise sem segredos” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN

De Dilma, sobre a pressão para que afaste seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy: “Quando digo não, não há outra opção, é não e acabou”. Beleza: a presidente que não sabe se fica sustenta o ministro que não sabe se aguenta ficar. Defende a política econômica que atacou na campanha e que é condenada não só por seu partido, mas por Lula, seu padrinho político. Lula quer porque quer trocar Levy por Henrique Meirelles, presidente do grupo Friboi, não se sabe bem por que, já que a política econômica não mudaria tanto de um para outro.

Então a solução é a oposição? Há controvérsias: a oposição concorda com a atual política econômica de Joaquim Levy, mas vota contra, derrubando até as normas que criou quando estava no governo.

E pode ser complicado decretar que a crise é moral e exigir providências legais para resolvê-la. O substituto natural de Dilma é o vice Michel Temer ─ mas irregularidades nas contas da campanha o atingem tanto quanto a Dilma, já que foram companheiros de chapa. O segundo é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O terceiro é o presidente do Senado, Renan Calheiros. Cunha e Renan estão na lista de alvos de delação premiada, e Cunha enfrenta o problema das contas suíças que jura que não tem. Certamente são contas de mau caráter, dissimuladas, que disfarçam tão bem que, puxa, seria possível acreditar que são dele sim.

Mas há ainda outra opção. O quarto substituto é o presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski.

É simples entender o tamanho da crise.

Mamando na crise

O Governo Federal tem hoje 103.313 funcionários comissionados ─ nomeados sem concurso, geralmente em função de seu QI (Quem Indica). Destes, 22.019 ocupam cargos de Direção de Assessoramento Superior, DAS, com salários de até R$ 31.700 mensais. O empreguismo existe desde sempre no Brasil: o poder emprega, o cidadão paga. Mas se acelerou ultimamente: Lula, em oito anos, criou 18.300 cargos de confiança; Dilma, em quatro, 16.300. No total, 34.600.

Por isso se pensa tanto em novos impostos. Não há arrecadação que chegue.

A guerra continua

A CPI do BNDES ordenou que o banco lhe envie todos os contratos de financiamento acima de R$ 50 milhões ─ o que inclui as obras financiadas no Exterior e boa parte dos financiamentos aos “campeões nacionais”, grupos escolhidos pelo governo para crescer. O prazo máximo previsto é segunda-feira que vem. Se não houver imprevistos, se o BNDES obedecer, se a CPI exigir que a ordem seja cumprida, finalmente o país saberá a resposta à pergunta da repórter Consuelo Diéguez, em excelente reportagem na revista “Piauí” de outubro: “Desde 2008, o BNDES emprestou o equivalente a 10% do PIB para empresas escolhidas pelo governo acelerarem o crescimento. Onde foi parar este dinheiro?”

Como diria Caetano, “ou não” 

De qualquer forma, o governo já tomou providências para reduzir os danos. Quase 800 documentos referentes às relações governamentais com a Odebrecht ─ cujo presidente, Marcelo Odebrecht, está preso por ordem do juiz Sérgio Moro ─ foram classificados como “secretos” ou “reservados”. Alguns só poderão ser revelados em 2030. Como dizia o ministro Ricúpero, o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde.

No caso, o governo optou por esconder.


O Mudo, de novo

O Exército passou anos em silêncio ─ silêncio bem-vindo, silêncio apropriado para a instituição conhecida como O Grande Mudo. Mas, há poucos dias, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, falou, considerando preocupante a situação. Também há poucos dias, o general Antônio Mourão, chefe do Comando Militar do Sul, nosso mais poderoso efetivo militar, criticou os políticos. “(…) parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões (…)”, e disse que “mudar é preciso”. 

Nada diferente do que nós, civis, falamos sempre ─ mas o general não é civil. Mourão falou para um grupo fechado, o CPOR, em palestra fechada, descoberta pelo colunista Túlio Millman, de “Zero Hora”. Não era para o público. Mas também rompeu o silêncio. Que é que está levando o Grande Mudo a falar?

O porta-voz da morte

O cavalheiro é professor universitário, com mestrado e doutorado pela USP, foi do PT, hoje integra o PCB (não o tradicional Partido Comunista, hoje chamado de PPS, mas outro que usa o mesmo nome), foi candidato a presidente da República, tendo 0,05% dos votos. Para expor suas teses de radicalização, sem diálogo, citou em assembleia um poema de Bertolt Brecht e sugeriu o fuzilamento de quem for contra o comunismo. Sua frase: ”Nós sabemos que você é nosso inimigo, mas considerando que você, como afirma, é uma boa pessoa, nós estamos dispostos a oferecer o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, com uma boa bala. E vamos oferecer, depois de uma boa pá, uma boa cova. Com a direita e o conservadorismo nenhum diálogo, luta.” (https://www.youtube.com/watch?v=hQVHzFxMakw)

Como disse o rei Juan Carlos a Hugo Chávez, ¿Por qué no te callas?

Valentina de Botas: A dublê do jeca segue abolindo os limites do cinismo

VALENTINA DE BOTAS

“Primeiro, eu não vou comentar as palavras do presidente da Câmara”, avisa a presidente para, em seguida, comentar as palavras do presidente da Câmara: “O meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção; não é o meu governo que está sendo acusado atualmente”. Dilma Rousseff segue abolindo os limites do cinismo dilatados cotidianamente pelo lulopetismo.

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Gil Castello Branco: E o Lula?

Publicado no Globo

GIL CASTELLO BRANCO

Como todos sabem, a Justiça é representada pela estátua de uma mulher, de olhos vendados, segurando em uma das mãos a balança e, na outra, a espada. A balança pesa o Direito que cabe às partes, enquanto a espada significa a defesa do que é justo. A venda nos olhos é o símbolo da imparcialidade. Na Grécia Antiga, porém, na representação da Justiça, a deusa Diké aparecia com os olhos descobertos. A venda surgiu por iniciativa de artistas da Idade Média para denunciar a parcialidade dos juízes e criticar a dissociação do Direito em relação à Justiça.

Como na Justiça pau que bate em Cunha bate em Luiz, na semana passada o lobista Fernando Baiano, em delação premiada, citou o nome do ex-presidente e afirmou ter repassado R$ 2 milhões para uma nora do petista, por meio de contratos falsos que envolvem José Carlos Bumlai, um dos amigos íntimos de Lula.

E não é a primeira vez que suspeitas são levantadas sobre seus familiares. Um dos seus filhos, Fábio Luís Lula da Silva, trabalhava como monitor em um zoológico de São Paulo. Após a eleição do pai, Lulinha tornou-se sócio de uma empresa de games, posteriormente contemplada pela Telemar com aporte de aproximadamente 15 milhões de reais. Lula explicou o sucesso do filho dizendo tratar-se do “Ronaldinho dos negócios”. A curiosidade, porém, é saber o porque de o craque só ter despontado a partir de 2003.

O filho caçula do ex-presidente, Luís Claudio Lula da Silva, formado em Educação Física, tornou-se empresário de marketing esportivo. Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, sua empresa recebeu 2,4 milhões de reais de conhecida entidade de lobby que defendia interesses da indústria automotiva junto ao governo federal. E o que tem a ver o marketing esportivo com o lobby da indústria automotiva?

O sobrinho da primeira mulher do ex-presidente, Taiguara Rodrigues, pequeno empresário que realizava reformas em varandas de apartamentos em Santos, conseguiu que a sua empresa fosse contratada pela Odebrecht como parceira de obras na África e em Cuba. Indagado na CPI do BNDES sobre como conseguiu sair de Santos para o mundo, Taiguara não deu resposta convincente. Deve ser o Neymar das reformas….

Outro negócio estranho diz respeito a um triplex, em Santos, de 297 metros quadrados, avaliado em 2,5 milhões de reais. Depois que a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, controlada pelo PT, quebrou, milhares de famílias ficaram sem receber seus apartamentos. Algumas obras paradas foram assumidas pela construtora OAS, entre elas o edifício do triplex. Na papelada, o imóvel está em nome da OAS, mas a obra foi acompanhada pela dona Marisa. Ela, Lula e Lulinha foram vistos no imóvel algumas vezes. Segundo a revista “Veja”, que ouviu funcionários da empreiteira, o apartamento pertence à família, e a reforma foi um agrado da construtora, envolvida até o último tijolo com a Operação Lava-Jato. Aliás, a OAS já tinha reformado um sítio em Atibaia, registrado em nome de um dos sócios do Lulinha, onde Lula costumava passar fins de semana.

Na quinta-feira passada, Lula depôs em inquérito do Ministério Público do Distrito Federal que o investiga por suposto tráfico de influência, previsto no Artigo 332 do Código Penal: “Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função”…

A investigação quer descobrir se o ex-presidente — que até hoje manda e desmanda no governo — influenciou na gestão Dilma em prol de determinadas empresas, como na concessão de financiamentos subsidiados para que as empreiteiras realizassem obras mundo afora.

De fato, já passou da hora de apurar se as viagens do “Brahma” como garoto-propaganda de algumas empresas escolhidas — a maioria envolvida na Lava-Jato, cliente do BNDES e financiadora de campanhas eleitorais — tem relação com o sucesso dos familiares, com as gentilezas das empreiteiras, com as milionárias palestras e, ainda, com as fartas doações ao Instituto Lula. Um dos fundadores do PT, Hélio Bicudo, disse que Lula enriqueceu de forma ilícita e tem, hoje, uma das maiores fortunas do país.

No Brasil, a representação da Justiça mais conhecida é a de Alfredo Ceschiatti. A escultura, no Supremo Tribunal Federal, mostra uma mulher sentada, com a espada sobre as pernas, sem a balança e com os olhos vendados. Com todo o respeito que o artista merece, prefiro a imagem grega, em que a Justiça está ereta, com a espada, a balança e os olhos bem abertos.

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Fonte:
Blogs de veja.com.

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