Milho acumula perda de 3% ao longo da semana na B3

Publicado em 17/12/2021 16:50
Chicago fecha semana de estabilidade, mas pode ultrapassar os US$ 6,00 na semana que vem

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A sexta-feira (17) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando flutuações negativas na Bolsa Brasileira (B3) e com as principais cotações ficando na faixa entre os patamares de R$ 84,00 e R$ 91,00.

O vencimento janeiro/22 foi cotado à R$ 89,41 com desvalorização de 1,37%, o março/22 valeu R$ 91,50 com queda de 1,32%, o maio/22 foi negociado por R$ 88,90 com perda de 0,61% e o julho/22 teve valor de R$ 84,81 com baixa de 0,22%.

Na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam desvalorizações de 3,86% para o janeiro/22, de 3,81% para o março/22 e de 0,56% para o maio/22, além de alta de 0,37% para o julho/22, com relação ao fechamento da última sexta-feira (10).

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está levemente pressionada devido as movimentações de final de ano, com o milho basicamente nominal nas indústrias de ração na faixa de R$ 90,00.

“Não tem vendedor, que já fala em R$ 100,00, mas não tem negócios. Também não tem caminhão para transportar milho de agora em diante. É Natal chegando e um período que todo mundo já fica mais parado”, diz Brandalizze.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho subiu ao longo desta sexta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou nenhuma desvalorização, mas observou valorizações nas praças de Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Campo Novo do Parecis/MT, Dourados/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS e Cândido Mota/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, a semana foi de queda nas cotações do milho físico no mercado paulista. “Os compradores têm tido pouco interesse ao passo que mostram algum conforto em relação aos estoques. As chuvas também ficaram mais frequentes, o que trouxe algum alívio em relação ao clima”.

A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que, “no mercado físico do milho os negócios ocorrem em ritmo lento devido ao baixo interesse para composição de novos estoques devido ao período de festas. Em Campinas/SP, a saca é negociada na média dos R$ 87,00”.

Na visão da SAFRAS & Mercado, a produção de milho da safra verão 2021/22 deverá atingir 22,556 milhões de toneladas. O volume ainda fica acima das 21,645 milhões de toneladas colhidas na primeira safra 2020/21, mas aquém das 25,725 milhões de toneladas indicadas no levantamento anterior.

O analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, ressalta que houve uma revisão para baixo nos números em razão da estiagem que atinge a Região Sul do Brasil, especialmente os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em decorrência do fenômeno climático La Niña. “A safra do Rio Grande do Sul deverá ficar em 2,912 milhões de toneladas, 22,5% aquém ante as 3,762 milhões de toneladas registradas na safra verão 2020/21”, avalia.

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou o último dia da semana muito próxima da estabilidade e levemente mais alta para as primeiras cotações dos preços internacionais do milho futuro.

O vencimento março/22 foi cotado à US$ 5,93 com valorização de 2,00 pontos, o maio/22 valeu US$ 5,94 com ganho de 1,50 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 5,92 com elevação de 1,00 ponto e o setembro/22 teve valor de US$ 5,62 com queda de 0,75 pontos.

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (16), de 0,34% para o março/22, de 0,34% para o maio/22 e de 0,17% para o julho/22, além de baixa de 0,18% para o setembro/22.

Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam ganhos de 0,51% para o março/22, de 0,34% para o maio/22 e de 0,17% para o julho/22, além de perda de 0,35% para o setembro/22 e estabilidade para o dezembro/22 (que encerrou as atividades em 14/12), com relação ao fechamento da última sexta-feira (10).

Segundo informações de Bob Linneman, da Kluis Commodity Advisors, o patamar de US$ 5,96 o bushel parece ser a área de resistência atual na qual o mercado está tendo dificuldades para negociar. No entanto, ele disse que se o mercado ultrapassar a marca de US$ 6,00 recuada em agosto, as valorizações provavelmente continuarão a empurrar o mercado para cima. 

Vlamir Brandalizze destaca que o milho em Chicago pega carona em uma pressão positiva de momento e acredita que iremos ver o cereal ultrapassando esta barreira dos US$ 6,00 ao longo da próxima semana.

“É uma cotação que estava difícil de chegar e já estamos batendo pertinho. Essa quebra da safra do Brasil, que tinha um potencial muito grande, o Paraguai perdendo muito milho e a Argentina que também tem a dúvida do que vai vir de produção, acabou comprometendo a primeira safra da América do Sul e dando argumentos positivos lá em Chicago”, explica.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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