Em dezembro, IBGE prevê safra 16,1% maior para 2017
O terceiro prognóstico para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2017 estima uma produção de 213,7 milhões de toneladas, 16,1% maior que a de 2016. Todas as regiões devem ter aumentos na produção: Norte (13,4%), Nordeste (73,0%), Sudeste (11,1%), Sul (5,8%) e Centro-Oeste (20,5%).
Já a estimativa de dezembro para a safra colhida em 2016 (184,0 milhões de toneladas), ficou 12,2% abaixo da obtida em 2015 (209,7 milhões de toneladas). A área a ser colhida (57,1 milhões de hectares) recuou 0,9% em relação à do ano anterior. O arroz, o milho e a soja, principais produtos deste grupo, representaram 92,2% da estimativa da produção e responderam por 87,8% da área a ser colhida. Em relação a 2015, houve recuos na produção da soja (-1,8%), do arroz (-14,0%) e do milho (-25,7%).
Para 2016, a distribuição regional da produção de grão foi: Centro-Oeste, 75,1 milhões de toneladas; Sul, 73,0 milhões de toneladas; Sudeste, 19,6 milhões de toneladas; Nordeste, 9,5 milhões de toneladas e Norte, 6,7 milhões de toneladas. Em relação à safra passada, houve redução de 2,1% no Sudeste, de 12,5% no Norte, de 42,0% no Nordeste, de 16,3% no Centro-Oeste e de 3,6% no Sul. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso foi o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,9% no total do país, seguido pelo Paraná (19,0%) e Rio Grande do Sul (17,3%). Somados, esses três estados representaram 60,2 % do total nacional.
Destaques na estimativa de dezembro em relação a novembro
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de dezembro destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de novembro: arroz (1,8%), aveia em grão (11,5%), batata inglesa 2ª safra (3,3%), batata-inglesa 3ª safra (7,0%), café arábica (4,7%), cebola (2,4%), cevada em grão (8,3%), feijão em grão 2ª safra (-4,8%), sorgo em grão (1,3%) e trigo em grão (4,7%).
ARROZ (em casca) - A produção de arroz alcançou 10,6 milhões de toneladas em 2016, aumento de 1,8% em relação ao mês anterior. A área colhida e o rendimento médio sofreram leve alteração mensal de 0,9% ambos, influenciados principalmente pela atualização da produção do cereal na região norte do país, especificamente no estado do Tocantins, onde houve a confirmação da produção de 503,8 mil toneladas. Este aumento foi justificado pela adoção de nova variedade de arroz resistente ao estresse hídrico e a pragas, o que reduziu a expectativa de perdas no estado.
BATATA-INGLESA – A produção da batata-inglesa somou 3 935 438 toneladas nas três safras do produto, aumento de 2,7% frente ao mês anterior. As variações foram maiores nas 2ª e 3ª safras, 3,3% e 7,0%, respectivamente. Na 2ª safra, os resultados foram influenciados principalmente por Minas Gerais e Paraná, com aumentos de 6,4% e 6,5%, respectivamente. Nesses dois estados, as áreas plantadas aumentaram 6,3% e 5,6%, respectivamente, consequência dos preços compensadores do produto.
CAFÉ ARÁBICA (em grão) – Com as lavouras sendo beneficiadas pelo clima mais chuvoso a produção nacional de café arábica em 2016 foi de 2.586.188 toneladas, ou 43,1 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 4,7% frente ao mês anterior. Os dados nacionais refletiram reajustes observados em Minas Gerais, maior produtor nacional e que deve participar com mais de 70% do total da safra 2016. O GCEA/MG reavaliou a produção mineira em 1.817.883 toneladas, ou 30,3 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 6,2% frente ao mês anterior. A área a ser colhida e o rendimento médio aumentaram 0,6% e 5,5%, respectivamente. Já a produção paulista deve alcançar 364.260 toneladas, com alta de 2,9% frente a novembro.
CEBOLA – A produção nacional de cebola (1,6 milhão de toneladas) cresceu 2,4% quando comparada a novembro. O reajuste de 1,8% na área colhida foi o principal fator de elevação da estimativa de produção neste mês. Em Santa Catarina, a estimativa de produção é de 536,6 mil toneladas, com alta de 3,8% em relação a novembro. A área colhida foi estimada em 21.515 hectares, cresceu 1,5% e o rendimento médio foi estimado em 24.941 kg/ha, registrando alta de 2,3%. Em Goiás, a área plantada de cebola (2.549 hectares) cresceu 69,9% em relação a novembro e o rendimento médio reduziu-se em 19,0%.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A produção da aveia alcançou 865.628 toneladas em dezembro, aumento de 11,5% frente ao mês anterior. Os dados foram influenciados principalmente pelo Rio Grande do Sul, onde é esperado um aumento de 15,5% na produção. A estimativa de produção em Santa Catarina cresceu 11,5% no mês. Para a cevada, a estimativa da produção cresceu 8,3% em dezembro, comparada a novembro. Os dados foram influenciados principalmente pelo Rio Grande do Sul, cuja estimativa de produção aumentou 20,4%. Com relação ao trigo, a produção do país foi de 6.719.519 toneladas em 2016, crescimento de 4,7% frente ao mês anterior. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, esperam-se aumentos de 13,6% e de 11,8% na produção de trigo.
FEIJÃO (em grão) – A produção nacional de feijão recuou 2,1% este mês, encerrando o ano com uma produção de 2,6 milhões de toneladas. Em dezembro, o feijão 2ª safra apresentou maior variação em relação a novembro (-4,8%), com queda acentuada no Nordeste (-22,2%), gravemente afetado pela seca. As reavaliações negativas mais intensas foram em Pernambuco (-63,3%), Paraíba (-59,6%), Sergipe (-29,9%) e Maranhão (-10,9%), principalmente devido à falta de chuvas.
MILHO (em grão) - A produção alcançou 63,4 milhões de toneladas, 0,3% menor que a avaliada em novembro. A redução de 0,6% na estimativa da área colhida foi o principal fator responsável pela variação frente ao levantamento anterior. A produção do milho 1ª safra foi de 24,3 milhões de toneladas. As Unidades da Federação que mais influenciaram o acréscimo da expectativa de produção, quando comparadas a novembro, foram: Distrito Federal (+81,8%); Goiás, (+3,3%) e Tocantins (+23,5%). As avaliações de dezembro para o milho em grão 2ª safra foram menores em 171,5 mil toneladas, variação negativa de 0,4% frente às informações de novembro. A reavaliação negativa da área a ser colhida em 0,7% determinou uma menor expectativa de produção, avaliada em 39,0 milhões de toneladas. As variações negativas da produção para o milho em grão 2ª safra foram no Paraná (-0,9%), Pernambuco (-89,6%), Sergipe (-13,3%), Distrito Federal (-16,7%), Mato Grosso do Sul
(-0,3%), Minas Gerais (-0,3%) e Rondônia (-0,1%).
SOJA (em grão) - A produção de soja foi de 95,8 milhões de toneladas, 0,3% menor que a estimativa do mês anterior, redução absoluta 273.118 toneladas. Com a colheita encerrada, os GCEAs dos estados seguem fazendo os ajustes necessários em seus dados, de acordo com as informações levantadas em pesquisas no campo. Nesta avaliação de dezembro, os ajustes positivos foram observados em Tocantins (3,4%), Distrito Federal (14,1%) e Rio Grande do Sul (0,1%). Reduções na estimativa de produção ocorreram para Rondônia (-17,9%), Paraná (-0,9%), Maranhão (-2,3%), Goiás (-0,2%) e Mato Grosso do Sul (-0,2%). Os estados que informaram decréscimo na produção de soja no levantamento de dezembro estão relacionados às menores avaliações dos respectivos rendimentos médios. A exceção deste grupo foi o Mato Grosso do Sul, que teve sua expectativa de produção reduzida em decorrência da menor área ocupada pela cultura.
SORGO (em grão) – A produção do sorgo em 2016 alcançou 1.168.904 toneladas, aumento de 1,3% frente ao mês anterior. A área colhida apresentou aumento de 0,7% e o rendimento médio aumentou 0,6%. A variação dos dados resultou dos reajustes realizados nas estimativas de São Paulo e Distrito Federal, onde foram registrados aumentos de 13,2% e 75,0%, respectivamente. Para São Paulo, o GCEA/SP aumentou em 25,4% a área plantada do cereal. No Distrito Federal, o rendimento médio foi reajustado em 75,0%, segundo o GCEA/DF. Nesses estados, a produção do sorgo é de segunda safra, cujas estimativas estão sujeita a maiores variações em relação à 1ª safra, consolidada há mais tempo.
Estimativa de dezembro em relação à produção obtida em 2015
Entre as estimativas dos 26 principais produtos, dez apresentaram alta em relação a 2015: aveia em grão (71,4%), batata-inglesa 2ª safra (3,1%), batata-inglesa 3ª safra (10,4%), café em grão arábica (29,7%), cebola (8,2%), cevada em grão (96,5%), feijão em grão 3ª safra (6,4%), mandioca (2,8%), trigo em grão (22,0%) e triticale em grão (30,4%). Com variação negativa foram 16 produtos: algodão herbáceo em caroço (-17,0%), amendoim em casca 1ª safra (-10,2%), amendoim em casca 2ª safra (-32,3%), arroz em casca (-14,0%), batata-inglesa 1ª safra (-2,9%), cacau em amêndoa (-21,4%), café em grão canephora (28,1%), cana-de-açúcar (-2,7%), feijão em grão 1ª safra (-16,4%), feijão em grão 2ª safra (-25,1%), laranja (-4,6%), mamona em baga (-52,7%), milho em grão 1ª safra (-16,1%), milho em grão 2ª safra (-30,7%), soja em grão (-1,8%) e sorgo em grão (-45,3%).
Para 2017, o IBGE espera uma safra de grãos 16,1% maior que a de 2016
Neste terceiro prognóstico para a safra de 2017, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas foi estimada em 213,7 milhões de toneladas, com alta de 16,1% em relação à safra colhida em 2016. Esperam-se aumentos na produção em todas as regiões: Norte (13,4%), Nordeste (73,0%), Sudeste (11,1%), Sul (5,8%) e Centro-Oeste (20,5%). As principais influências desses aumentos são a alta de 9,6% na estimativa de produção da soja (9,2 milhões de toneladas a mais que a safra de 2016) e de 31,0% na produção de milho (19,6 milhões de toneladas a mais que em 2016). Neste terceiro prognóstico, as projeções respondem por 19,6% e as informações de campo já representam 80,4% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas prevista para 2017.
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Para a safra 2017 são esperadas 3,6 milhões de toneladas de algodão, 6,9% acima da safra de 2016, mas com um recuo de 1,8% em relação ao segundo prognóstico. Apesar da redução da área plantada em comparação a 2016
(-5,0%), espera-se melhora nas condições climáticas trazendo uma alta de 12,3% no rendimento médio nacional. A produção de algodão no Mato Grosso deve crescer 1,4% e na Bahia, espera-se alta de 15,0% em relação 2016.
ARROZ (em casca) – Para 2017, a produção esperada é de 11.587.485 toneladas, com rendimento médio de 5.920 kg/ha, maiores, respectivamente, em 9,5% e 8,5% que a safra anterior. Já a área plantada encontra-se 2,0% menor. No Rio Grande do Sul, maior produtor (71,8% da produção nacional), aguarda-se uma produção de 8.315.795 toneladas, numa área a ser colhida de 1.091.728 hectares, com rendimento médio de 7.632 kg/ha, maiores, respectivamente, em 11,0%, 2,6% e 8,2%, que a safra anterior. Santa Catarina, segundo produtor nacional, aguarda uma produção de 1.078.015 toneladas e rendimento médio de 7.305 kg/ha, maiores, respectivamente, em 2,6% e 2,5%, comparados a 2015.
CAFÉ (em grão) – A estimativa para a safra 2017 de café alcançou 2.666.727 toneladas, ou 44,4 milhões de sacas de 60 kg, com o arábica respondendo por 80,1% do total (2.153.410 toneladas) e o conillon respondendo por 19,9% (513.317 toneladas). Para o café arábica, a estimativa da produção deve cair 16,7% em relação a 2016, tendo em vista que neste ano a safra foi impulsionada pelas condições climáticas favoráveis, notadamente nos principais estados produtores. Além disso, 2016 foi considerado ano de bienalidade positiva, ou seja, quando as lavouras apresentam maior resposta em termos de produção, característica fisiológica intrínseca a esse tipo de café, que alterna ano de produção alta com ano de produção baixa. Quanto ao café conillon, aguarda-se uma produção de 513.317 toneladas, aumento de 9,6% em 2017, em virtude de que em 2016 o Espírito Santo, maior produtor do país, teve sua safra comprometida por uma seca que assolou os principais municípios do estado. O GCEA/ES aguarda um aumento de 5,2% na estimativa da produção do estado, apesar de uma redução de 25,8% na área plantada. O rendimento médio deve aumentar 14,6% em relação ao ano anterior.
FEIJÃO (em grão) – em relação a 2015. É importante salientar que para o cálculo das estimativas para as 2ª e 3ª safras, boa parte das informações ainda é formada por projeções realizadas pelo cálculo de médias dos últimos cinco anos, eliminando-se os extremos. Este expressivo crescimento resulta do acréscimo na área a ser colhida, estimada em 1.792.603 hectares, 23,9% maior que no período anterior, quando muitas lavouras da Região Nordeste foram afetadas pela seca. O aumento das estimativas de área plantada e da área a ser colhida decorre também do bom preço do produto, que se manteve em um patamar elevado durante 2016. Também há previsão do aumento no rendimento médio (13,0%), que poderá alcançar 905 kg/ha. As produções do feijão segunda e terceira safra devem alcançar 1.186.834 toneladas e 495.856 toneladas, respectivamente.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção do milho em 2017 alcança 82.968.329 toneladas, aumento de 31,0% em relação ao ano anterior. Para o 1ª safra, a expectativa é de uma produção de 29.474.266 toneladas, 21,2% superior ao período anterior, marcado por expressivas perdas em virtude das condições climáticas adversas. Minas Gerais desponta com maior área plantada de milho 1ª safra, 895.550 hectares, superando em 5,6% a área plantada na safra anterior. No Rio Grande do Sul, a previsão é de aumento de 17,7% na produção em relação ao mesmo período do ano anterior. Já Santa Catarina, onde o maior volume de milho é produzido na 1ª safra, também há expectativa de boa produtividade no Estado, em razão do investimento em sementes de alta tecnologia, com perspectiva de rendimento médio próximo de 7.718 kg/ha, um aumento de 9,9% em relação a safra anterior. Para a 2ª safra, espera-se um aumento de 37,1% frente ao ano anterior.
SOJA (em grão) – A terceira estimativa de produção para 2017 segue otimista, com a expectativa de 9,6% de aumento em relação à produção em 2016, podendo alcançar 104.915.837 toneladas. Há possibilidade de novo recorde na produção nacional do grão no próximo ano. No Mato Grosso, principal estado produtor, a previsão é de que a produção cresça 10,6%, chegando a 29.050.148 toneladas.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, com informações obtidas por comissões municipais e regionais e avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007.
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