Cotton Brazil vai à China para ampliar mercado
O programa Cotton Brazil, que promove internacionalmente o algodão brasileiro, inicia nesta semana a agenda de 2023 pela China, maior importador da pluma nacional. A Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) realiza uma série de ações de 23 a 28 de março em solo chinês que culminam com a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e incluem a divulgação do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro, desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela associação.
“No ano passado, tínhamos várias iniciativas planejadas para a China, mas devido à pandemia o país manteve-se fechado. Agora, queremos intensificar os negócios e divulgar também como funciona o programa oficial de classificação”, observa o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
Parceria com CNCE. Schenkel é um dos participantes da delegação da Abrapa, que terá pela frente um programa composto por eventos, visitas técnicas e reuniões com autoridades chinesas. O primeiro compromisso será nesta quarta (23), no 2023 CNCE Industry Development Conference, em Pequim.
O evento é considerado um dos maiores do mercado de algodão na China e é promovido pela China National Cotton Exchange (CNCE), uma das principais organizações da cadeia chinesa do algodão.
A previsão é de que a conferência reúna 500 empresas do setor têxtil chinês. Para aproveitar o público qualificado, a Abrapa preparou um estande no evento. Responsável pela coordenação do programa Cotton Brazil, o Diretor de Relações Internacionais da associação, Marcelo Duarte, fará palestra sobre o status atual da produção da fibra no Brasil na programação oficial do evento.
Este é o sexto evento realizado pelo Cotton Brazil na China desde sua criação, em 2019. Outros três eventos serão organizados pelo programa no país em abril, nas cidades de Xangai, Zhengzhou e Pequim. Eles farão parte da missão internacional da Abrapa que levará produtores e exportadores brasileiros para intercâmbio comercial com o mercado têxtil chinês e sul-coreano.
Visitas técnicas. Logo depois do evento da CNCE, a delegação da Abrapa segue para Qingdao, onde visitará a agência chinesa de Inspeção e Quarentena. O destaque da agenda será a série de reuniões em armazéns alfandegados no Porto de Qingdao, o maior da China na importação de algodão e sétimo mais movimentado do mundo.
De volta a Pequim, os representantes da Abrapa visitarão a Chinatex e a China National Cotton Group Corp. (CNCGC) – maiores comercializadoras de algodão da China. As duas empresas estatais movimentam, por ano, aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de algodão.
Programa Oficial. Na noite de segunda-feira (27), a equipe da Abrapa se encontra com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a comitiva brasileira que acompanhará a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China.
“Em nossas reuniões, vamos apresentar para os representantes dos setores privado e público chinês como funciona o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro, desenvolvimento pelo governo brasileiro em parceria com a Abrapa”, antecipa Schenkel.
O programa certifica que a análise da qualidade da amostra do algodão foi feita instrumentalmente de acordo com normas internacionais sendo, portanto, confiável. Para isso, é feita a amostragem sistematizada de cada fardo durante o descaroçamento, transporte e condicionamento, seguindo como parâmetro as práticas internacionais de classificação por HVI (High Volume Instruments).
“É um sistema transparente, consistente e confiável o suficiente para o mercado comprador, o que elimina a necessidade de controle de qualidade complementar no destino final”, explica o presidente da Abrapa.
Parceria em números. De acordo com o Governo Federal, a China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, o comércio entre os países atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões. Brasil e China estabeleceram Parceria Estratégica em 1993, elevada à Parceria Estratégica Global em 2012. Os países comemorarão 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas em 2024.
No caso do algodão, a relação é bem próxima: a pluma foi o segundo maior produto da agropecuária exportado para os chineses em 2022, ficando atrás apenas da soja. Em dez anos, a importação de algodão brasileiro pela China aumentou 47,13%, e, hoje, o país é o maior comprador da pluma brasileira. No ano comercial 2021/22, 11 estados brasileiros exportaram 455,61 mil toneladas de pluma de algodão para a China – que respondeu por 27% dos embarques no período.
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