Conversa de Cerca #141 - Com país cada vez mais seco, clima árido começa a surgir no nordeste brasileiro

Publicado em 02/10/2024 16:00 e atualizado em 11/10/2024 10:37
Conversa de Cerca - Com Carla Mendes
Pesquisa também detectou que área do semiárido está maior, chegando a estados pouco acostumados com a falta de umidade
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Com país cada vez mais seco, clima árido começa a surgir no nordeste brasileiro

Aridez é uma característica do clima que resulta do déficit hídrico gerado pela insuficiência da precipitação média e sua relação com a evapotranspiração potencial numa dada região. A aridez de uma região é caracterizada através do índice de aridez, que é a razão entre a precipitação e a demanda de evaporação da atmosfera. Assim, se o índice for menor do que 1, significa que a demanda atmosférica é maior do que a precipitação, o que ocorre nos climas mais secos como na Caatinga. Quando o índice é maior do que 1, a precipitação é suficiente para suprir toda a demanda de evaporação da atmosfera, o que pode ser constatado no bioma Amazônia. 

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Por meio do índice de aridez é possível  identificar, localizar ou delimitar regiões com variável déficit de água disponível, condição que pode afetar severamente o uso efetivo da terra para atividades como agricultura ou pecuária, que favorece a ocorrência de queimadas, e que no longo prazo podem levar à desertificação quando associado a uso não sustentável do solo. 

Utilizando uma base de dados climatológicos recentemente publicada, pesquisadores do INPE e do Cemaden analisaram a variação da precipitação e a evapotranspiração no período entre 1960 e 2020. Neste tipo de estudos é importante considerar dados médios em períodos de 30 anos, pois as variações de chuva entre um ano e outro podem mascarar tendências de longo prazo. Assim, foram considerados os períodos 1960-1990, 1970-2000, 1980-2010 e 1990-2020 nas análises. 

O estudo constatou que há uma tendência de aumento da aridez em todo o país, com exceção da região sul e do litoral dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo. Estas variações se devem principalmente ao aumento da evapotranspiração associada com aumento da temperatura, que tem sido observada em grande parte do país. Já no caso da Região sul, a diminuição está associada com o aumento da chuva. 

O estudo verificou que as áreas do semiárido do país, têm crescido a uma taxa média superior a 75 mil km2 a cada década considerada. As áreas classificadas como semiáridas se concentram na região Nordeste (exceto Maranhão) e no norte de Minas Gerais. Com relação às áreas subúmidas secas, além da Região Nordeste e Norte de Minas Gerais, foram identificadas ocorrências no Norte do Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul. Finalmente, no último período considerado, 1990-2020, observou-se o aparecimento de uma área definida como árida no norte do Estado da Bahia, que nunca fora observada no país nas décadas anteriores. 

O diagnóstico produzido pelo INPE e CEMADEN subsidiará a elaboração do Plano Nacional de Combate à Desertificação. 

 

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Por:
Ericson Cunha
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Aloísio Brito Unaí - MG

    Acredito que o sombreamento por faixas arbóreas no sentido norte/sul com distanciamentos entre 50 a 100 mts nas areas extensas da agricultura e pecuária seriam uma boa ferramenta para amenizar esses efeitos climáticos. A adequação de estradas com manutenção de lombadas para escoamento de enxurradas para pequenas bacias/açudes outra ferramenta muito importante para evitar assoreamentos. Cansei de ver estradas de terra destruindo córregos e mananciais. Cansei desse papo de órgãos que não exigem das prefeituras tais serviços. A pouco tempo andei nas estrada na região de Januária, no noroeste mineiro e vi a quantidade de solo deslocado para os córregos e rios. Coisas básicas não são feitos pelos órgãos públicos. Tenta ciência e pesquisa e pouca ação significativa e simples para auxiliar esses problemas. Em todo o Brasil vemos assoreamentos por estradas de terra e até mesmo de asfalto em seus acostamentos. Apoiem o desmatamento legal com exigência de faixas arbóreas com no mínimo de 5m de largura a cada 100m lineares de desmatamento. Se não damos conta nem da nossa educação básica, nem do saneamento básico do País, o que adianta centros de pesquisas que não são efetivos nas estratégias de governos hipócritas e incoerentes? Artistas sensacionalistas que estão preocupados só com seus marketing pessoais. Bla bla bla… não vai adiantar. Nesse País da hipocrisia, demagogia, da vaidade e do sensacionalismo, nunca chegaremos a lugar nenhum. Vamos ser Janja que é mais legal!

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    • CARLO MELONI sao paulo - SP

      EU TAMBEM ACHO ESSA SUA IDEIA DE FAIXAS ARBOREAS MUITO CERTA----DEVERIA HAVER UMA COMPENSAÇAO PARA A IDEIA ESCORVAR

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    • Aloísio Brito Unaí - MG

      Sr Carlo Meloni, a nossa propriedade já foi credenciada como Unidade demonstrativa na sustentabilidade e fixação de carbono por uma entidade não governamental apoiada pelo Governo Britânico e EMBRAPA. Sou coerente com minha proposta. Ja fizemos esse tipo de trabalho há 30 anos. Fiz roçadas seletivas de vegetação nativa deixando essas faixas, fiz desmatamentos deixando faixas de até 10mts de largura, fiz sistemas IPF. A compensação veio pela produtividade, além de conseguirmos uma melhor integração através de aves nativas mais próximas dos ambientes produtivos as quais combatem muito bem pragas como a sigarrinha. A produtividade é observada nos pastos até mesmo no final da seca, aonde capins bem manejados estão perfilhando e produzem pastagem com quase 200 dias sem uma gota de água se quer. Vizinhos que passam pela estrada de acesso perguntam se nós irrigamos as pastagens. Portanto os resultados são realmente significativos. Iniciou se o trabalho na metodologia da permacultura, criando se micro ambientes com os açudes de contenções nos canais de grotas e possíveis erosões. Como a permacultura foi elaborada para pequenas propriedades rurais e mais específicas para um equilíbrio de criação de animais domésticos e plano arbóreo para micro ambiente, fiz uma adaptação para uma média propriedade, adaptando os conceitos para a busca de um equilíbrio entre fauna e flora silvestre com a pecuária e silvicultura. Hoje chamada de regenerativa. Na fazenda podemos contatar tamanduás bandeiras, antas e tantos outros convibento tranquiamente entre a nelorada. A fazenda além de ser produtiva, virou refúgio de animais silvestres da região. Isso tudo numa região muito povoada e cortada por uma rodovia muito movimentada. Meu maior problema são cachorros domésticos abandonados e que se tornam praticamente selvagens mas correm e perseguem os animais silvestres. Mas estamos sempre procurando soluções para tais desafios. São procedimentos que podem demorar anos mas com métodos que podem responder em curto prazo. A regeneração do cerrado é muito forte, portanto fazemos a ameaça se tornar nossa oportunidade, exemplo a roçada seletiva como uma delas.

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    • CARLO MELONI sao paulo - SP

      O Senhor esta' de parabens oxala' todos tivessem essa garra.---Eu acho que o capim na meia sombra nao esturrica e oferece mais proteina, alem de conforto para o gado -----PARABENS MESMO,, VIVA O BRASIL

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      No MS existia uma propriedade na beira da BR-267 chamada "Fazenda Teijin". Sim, de nome japones, pois era do grupo japonês TEIJIN. Em 1976 eles começaram a desmatar para o plantio de braquiária. O método usado no desmatamento foi de deixar faixas de matas nativas de 50 a 60 metros de distância. Isso em 15.000 ha. Na década do governo petista Zéca do PT, a área foi invadida e o governo assentou o pessoal do MST. Após 10 a 12 anos todas essas faixas desapareceram. Acho que essa madeira virou carvão ou foi vendida para terceiros. Essa é a vantagem de ser "velho". Você tem muita "estória" pra contar.

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