Soja e derivados realizam lucros e fecham a 3ª feira no vermelho na Bolsa de Chicago
Com os mercados ainda se ajustando antes da chegada dos novos números de área da safra 2024/25 dos Estados Unidos, os negócios com a soja em grão e os derivados terminaram a terça-feira (26) em campo negativo. Além da área da nova safra, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza também os estoques trimestrais de grãos do país.
Os futuros da oleaginosa cederam entre 8,25 e 10,25 pontos nos principais contratos, com o maio sendo cotado a US$ 11,99 e o agosto a US$ 12,09 por bushel. Os preços do óleo encerraram o dia perdendo mais de 1% e os do farelo, mais de 0,5%. No pregão anterior, o óleo liderou as altas, subiu quase 3% e puxou os preços do grão e do farelo, e a terça-feira foi, portanto, de realização de lucros.
"As vésperas da divulgação dos estoques trimestrais e da intenção de plantio pelo produtor americano, que saem nesta quinta-feira (28), mantêm o mercado com sentimento de cautela. A queda do óleo também colaborou para um cenário mais negativo", afirma a Agrinvest Commodities.
Além disso, parte da pressão sobre os preços da soja nesta terça-feira, ainda segundo a consultoria, veio também de condições de clima mais favoráveis para a conclusão da safra na Argentina. A produção local de grãos já sofreu com uma onda de calor e, nos últimos dias, com um severo excesso de chuvas, granizo e vendavais.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, com a semana mais curta e o mercado se ajustando em Chicago, os negócios também são mais tímidos. Nesta terça-feira, o dólar subiu levemente e deu algum suporte aos preços da soja brasileira, bem como os prêmios, que também estão melhorando nos últimos dias.
Como explicou o analista de mercado e diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro, além da formação dos preços, a comercialização no país se dá também pela necessidade de caixa dos produtores frente ao vencimento de seus compromissos financeiros. Assim, é preciso que o produtor mantenha seu monitoramento do mercado, fazendo seus margens e sabendo quais os momentos de oportunidade que os preços têm oferecido.
"Temos fatores novos daqui para frente que ainda são incertos. O clima será bom ou ruim para a safra americana? Sabemos o quanto isso pesa sobre o mercado. A colheita nas demais regiões brasileiras acaba trazendo mais oferta, a colheita da Argentina que começa nos próximos dias com preços mais competitivos do que os nossos no mercado internacional - mesmo a Argentina não participando tanto das exportações de grãos", afirma Palavro.
E estes são todos fatores que, como detalha o especialista, colocam dúvidas sobre o mercado sobre novas ou melhores oportunidades a frente. "E, infelizmente, o mercado não olha tanto para o nosso custo. O custo é relevante na tomada de decisão, mas depois que a safra foi implementada, se o mercado estiver vendendo no vemelho ou não, este não é um fator que vai fazer o mercado reagir. O que pode acontecer é a retenção do produtor fazer com que o mercado reaja pela incapacidade de compra das empresas. Mas, sabemos que não é fácil carregr o grão e sabemos quanto custa segurar o grão".
0 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira