Setores de carnes e leite protestam em São Paulo nesta quarta-feira (27) contra decreto do ICMS
Na manhã desta quarta-feira (27) representantes dos setores do leite e de carnes, especificamente frigoríficos e cadeia distribuitora (atacado e varejo), fizeram carreata em São Paulo em protesto à manutenção das taxas do ICMS, após decreto do governador do Estado, João Doria, publicado no último dia 15, revisando a taxação.
A mudança na lei foi feita pelo governador após mobilização do setor do agronegócio paulista, que teve isenções para o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Entretanto, o setor do leite e das carnes ficou de fora deste recuo do Governo do Estado.
Por volta das 8h da manhã desta quarta-feira (27), conforme informações do sócio-diretor do Frigorífico Cowpig, Renato Sebastiani, cerca de 1260 caminhões saíram de três pontos da cidade de São Paulo (Tamboré, Anhanguera e Pacaembu) com destino ao Palácio dos Bandeirantes e à Secretaria da Fazenda.
Antes do dia 15 de janeiro, quando o decreto foi modificado, os frigoríficos de São Paulo tinham débito de 7% na venda para qualquer cliente e como recebiam 7% de crédito outorgado sobre a venda, o imposto a recolher ficava zerado. Após esta data, os frigoríficos paulistas continuaram com o débito de 7% na venda para clientes do regime normal e 13,3% sobre o regime do simples e o crédito outorgado sobre a venda passou para 5,6%. Nesse caso para empresas do regime normal (RPA) o valor de imposto para os frigoríficos paulistas ficou em 1,4% sobre o faturamento e para empresas do SIMPLES ficou em 7,7%.
Para o leite, conforme explica a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) a carga tributária foi aumentada em diferentes etapas da cadeia produtiva. A saída do produto cru e pasteurizado, que era isenta, passará a ser tributada em 4,14%. O crédito outorgado à indústria na aquisição do leite produzido em São Paulo, instrumento para manter a competitividade do setor que tinha sido reduzido para 9%, foi restabelecido em 12%.
O QUE DIZ O GOVERNO DE SP
"Desde o ano passado, o Governo de São Paulo dialoga com o setor sobre a redução de benefícios fiscais. Como resultado destas conversas, em dezembro concedeu o benefício de crédito outorgado para carne e frango. O protesto de hoje é uma manifestação de caráter político, incentivada por setores ligados ao bolsonarismo, que buscam não o diálogo, mas o desgaste do governo paulista.
Em São Paulo os frigoríficos já contam com o benefício de redução de base de cálculo, que faz com que o setor pague imposto muito menor que a alíquota padrão, de 18%. A carga tributária é de 11,2% nas vendas para consumidor final e 7% nas demais vendas dentro do estado, como para açougues e supermercados, por exemplo.
Por determinação do governador João Doria, não haverá redução de benefícios fiscais para produtos da cesta básica de alimentos e de remédios, insumos agropecuários usados na produção de alimentos e para medicamentos genéricos. Foi criada uma força-tarefa das secretarias da Fazenda; Projetos, Orçamento e Gestão; Desenvolvimento Econômico; e Agricultura, que está dedicada para aplicar a determinação do Governador para revogar as mudanças no ICMS de insumos agropecuários para a produção de alimentos e de medicamentos genéricos. Foram feitas as alterações necessárias para acomodar as mudanças nas medidas de redução de benefícios fiscais."
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1 comentário
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Osler Desouzart Sao Paulo - SP
Traíra (Dória) e ainda tem a coragem de dizer que os protestos são políticos. Nunca mais vai se eleger para nada...
Luiz Luiz....tenha um pouco de pena de nós, pobres agricultores da mão calosa do cabo da enxada. Fique uns 3 meses sem nos visitar. Tire férias. Descanse. Não volte. Faça este pequeno favor para a humanidade.
Infelizmente falta no nosso governo pessoas mais ligada ao dia a dia da roça aquele que passa a seca a chuva as pedras os ventos os problemas com os bancos 9s seguros as estradas o transporte o armazenamento dos grãos em fim o dia a dia acho que seria muito importante para sanar de vez os problemas que mais atinge o agro no Brasil os grande manda fazer e sempre estão lá no topo mas não olham pra baixo como deve olhar
Sr. Hilário, concordo que deva haver mudança, mas temos que colocar um Militar na agricultura. Um Militar à altura do nosso Ministro da Saúde e do Estadista Bolsonaro.