Ministério da Agricultura prepara portal com dados sobre qualidade do leite no país
O Ministério da Agricultura (Mapa) está finalizando um novo portal que reunirá dados de análises de qualidade do leite em todo o país. O projeto ainda está em desenvolvimento e fornecerá informações quantitativas e das medições dos padrões previstos nas INs 76 e 77 de forma a ter um raio-X da produção nacional. A posição foi indicada pela fiscal do Mapa e médica veterinária Milene Cé, que se reuniu com representantes das principais indústrias laticinistas em atuação no Rio Grande do Sul na tarde desta terça-feira (19/11) em Porto Alegre.
Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, esta será uma ferramenta importante para guiar os trabalhos de qualificação da produção no país e seria excelente se permitisse estratificar o grau de testagens nos diferentes estados do país. “A Região Sul está muito engajada com o projeto de qualificação da produção. É essencial disseminar esse conceito no país todo.” O projeto, inicialmente previsto para entrar no ar em outubro, ainda encontra-se em fase de elaboração.
Durante a reunião com as indústrias, Milene Cé esclareceu questões importantes sobre a fiscalização e penalizações a serem aplicadas ao setor em decorrência das INs 76 e 77, em vigor desde 31 de maio deste ano. “O que a gente tem visto é uma reação extremamente positiva da cadeia do leite. Uma posição de competência”, elogiou. Coordenando a reunião, o vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, enalteceu a reação positiva da cadeia produtiva em relação às medidas. “Isso mostra um amadurecimento do setor, que foi lá e fez acontecer”, pontuou Portella.
As principais dúvidas apontadas durante reunião foram em relação à mudança nas regras de exclusão de produtores, publicadas no dia 7 de novembro. Segundo Milene, reconhecendo que havia pontos a serem corrigidos, as equipes do Mapa revisaram os regramentos, permitindo que a medição de CBT do último mês se sobreponha à média dos últimos três meses, desde que se encontre abaixo do padrão oficial. Desta forma, entende-se estar valorizando quem realmente está trabalhando pela melhoria dos processos e do manejo animal. “Não queremos a exclusão de ninguém, mas valorizar a qualidade”, explicou.
Para cadastro de novos produtores, Milene recomenda que as contratantes solicitem as medições de meses anteriores, junto aos respectivos laboratórios da RBQL, mesmo do período em que estavam vinculados a outras empresas como forma de assegurar um histórico desse criador.
2 comentários
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José Eustaquio Candeias - MG
Ministério da Agricultura: peça ajuda a Polícia Federal, vcs vão assustar quando analisarem a proteina no leite UHT. É um verdadeiro desmando...
Leandro Furtado de Sena Candeias - MG
Nós, produtores de leite, trabalhamos de segunda a segunda, sem direito a feriado, dia santo ou mesmo folga. As vacas produzem o precioso leite diariamente... Como produtores fazemos investimento em conforto animal com barracões climatizados, ordenhas modernas, cuidados com a saúde do rebanho, zelamos pela qualidade do leite mantendo baixos pradões de CBT e CCS, para saber o valor que vamos receber somente após entregar nosso produto.
Acredito que a INS 76 e 77 deveria ser aplicada também para a indústria, para garantir ao consumidor que o produto que saiu da fazenda é o mesmo que será entregue pela indústria ao consumidor final. Basta fazermos uma amostragem de todas as marcas de leite longa vida para verificar que os níveis de proteína do leite UHT são inferiores aos níveis de garantia impresso na embalagem e muito menores que os níveis que saem da fazenda. Hoje o leite que sai de nossa fazenda e vai para o laticínio tem CBT de 8, CCS de 300, Gordura de 3,9% e proteina de 3,4%, porém a industria não faz com que esses padrões de qualidade sejam entregues ao consumidor. Cada dia que passa temos menos produtores na atividade leiteira devida à baixa remuneração, com a industria sempre falando "está sobrando leite no mercado"... Está realmente sobrando leite no mercado, ou estão aumentando o volume de leite com práticas de diluição - via água ou soro de leite ? Até quando somente o produtor será obrigado a cumprir todas as exigências de qualidade e não temos nenhuma fiscalização da indústria ?LEITE: Por isso que sou a favor de que o produtor possa vender seu produto ao consumidor final, sem esses atravessadores que tiram do produtor a renda e tiram do consumidor a qualidade de vida. Como fazer/regular isso? Não sei. O que sei é que se a vigilância sanitária flagrar a venda de leite in natura pelo produtor diretamente ao consumidor só Deus sabe o que pode acontecer com esse produtor....é a burocracia e o Estado gigante em cima de quem produz alimento neste Brasil.
E eu concordo inteiramente com você Sra. Maria.
O leite deixou de ser rentável quando o lobby (pra não dizer outra coisa) venceu a batalha contra o produtor e colocou na cabeça das pessoas que leite de caixinha é saudável e saquinhos plásticos não, ... proibiram a venda de leite em outras embalagens, tirando do produtor a opção de comercializar o leite mais facilmente. Esse problema de atravessador e exportador tirar a renda de produtor rural está uma vergonha ... e vai levar a faltar muito coisa na mesa do brasileiro se as coisas não mudarem.
Antigamente havia muita venda de leite em natura... Os governos esquerdistas proibiram... O GOVERNO E" DONO DE TUDO E, PELO VISTO, DE NOSSA LIBERDADE TAMBEM...