Preços da soja voltam a subir nos portos do BR nesta 4ª, mas mercado segue travado pelos fretes

Publicado em 20/06/2018 18:01

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Os preços da soja nos portos do Brasil testaram patamares melhores nesta quarta-feira (20) nos portos e interior do país pegando uma carona na alta de mais de 1% do dólar frente ao real. Os prêmios mais altos também ajudam a compensar as cotações mais baixas no mercado internacional. 

Em Rio Grande, a soja disponível subiu 3,46% e foi a R$ 83,80 por saca e 3,68% na referência julho/18 para R$ 84,50. Em Paranaguá, apenas a soja disponível fechou em alta, subindo 1,22% para R$ 83,00. Enquanto isso,no terminal paranaense, queda de 1,82% para R$ 81,00 no março/19. 

No interior, as altas chegaram a 5,88%, como foi o caso de Brasília, onde o último indicativo ficou em R$ 72,00 por saca, mas bons ganhos foram observados também em praças da região Sul do Brasil, como as do Paraná, onde as referências subiram mais de 1%. Já em Mato Grosso, por outro lado, as praças seguem sem referência na maior parte delas, ainda em função do travamento pelo qual passa o mercado de grãos em função das incertezas sobre o frete. 

Em algumas delas, o valor da saca de soja caiu, como em Tangará da Serra, que fechou o dia com 1,52% de baixa, para R$ 65,00, ou Campo Novo do Parecis, onde a baixa foi de 2,31% para R$ 63,00.

Entre os prêmios, o destaque desta quarta ficou por conta da posição setembro/18, em Paranaguá, onde subiu 11,43% para chegar a US$ 1,95 por bushel acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago. Julho ainda tem US$ 1,65 e o agosto, US$ 1,70. 

Como explicou o consultor em agronegócio da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes, a comercialização permanece travada no Brasil, com navios que levariam entre 14 e 15 dias para se abastecer tendo que gastar até 40 dias. 

As oportunidades que a disputa comercial entre China e Estados Unidos está trazendo ao mercado brasileiro, no entanto, não estão sendo aproveitadas com todo seu potencial por conta dessa instabilidade em relação ao custo logístico. 

Nesta quarta-feira, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu mais uma semana para que caminhoneiros e empresas tentem um acordo na questão dos preços dos fretes. Além disso, a ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) abriu uma consulta pública para discutir a tabela dos preços na tentativa da construção de uma nova tabela. 

Leia mais:

>> Caminhoneiros e empresas tentarão acordo sobre preço do frete até semana que vem, diz Fux

Dólar

O pregão desta quarta-feira foi bastante volátil para o dólar frente ao real, porém, em um movimento de correção, a moeda americana terminou o dia com alta de 1,03% e valendo R$ 3,7827. 

"O mercado fez algumas compras, mas esperava que o Banco Central atuasse novamente. Ele colocou pouco swap hoje", disse o gerente de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Leia ainda:

>> Dólar sobe 1% e se reaproxima de R$3,80, com correção e à espera de BC

Bolsa de Chicago

Em Chicago, as cotações terminaram o dia com variações bastante tímidas na casa de 0,50 ponto, com altas e baixas entre as posições mais negociadas. Assim, o julho/18 fechou a sessão com US$ 8,89 por bushel. 

O mercado segue bastante especulativo e à espera de algumas informações que possam definir melhor o andamento das cotações a partir dos últimos ocorridos, principalmente o anúncio do presidente americano de aumentar a tarifação dos EUA sobre os produtos da China e a retaliação dos chineses na soja, entre outros produtos.

Na sessão anterior, a soja chegou a registrar suas mínimas em quase 10 anos e agora busca recuperar parte dessas baixas, que chegaram a 50 pontos ao longo do dia de ontem. 

"O mercado dos grãos está tomando fôlego depois da volatilidade extrema pela qual passou nas últimas duas sessões. Faz três semanas que foram observadas máximas no contrato dezembro do milho e julho da soja", explicam os analistas da consultoria internacional Allendale, inc.  
 
As baixas são reflexo ainda das boas condições de clima nos Estados Unidos, o que tem permitido um desenvolvimento bastante satisfatório das lavouras. Além disso, o mercado se atenta também ao novo reporte de área que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega no próximo dia 29. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Um assunto que tem causado muitas discussões atualmente é a "Guerra Comercial entre os EUA X China". Mas, porque eles travam essa "Guerra"? Quais são os reais interesses?

    Nessa minha vida de "mal pescador", pesquei algumas notícias que dão pistas que "o buraco é mais embaixo".

    É de conhecimento de todos que os EUA é a maior economia do mundo e, ... têm o domínio da tecnologia de ponta.

    Ocorre que a China lançou em 2015, o programa "Made in China 2025", com o objetivo de transformar o país em uma potência industrial e tecnológica, pois cansou de ser a fornecedora de sapatos, roupas e brinquedos baratos. E quer passar de país de mão-de-obra de baixo custo a um país de engenheiros. Hoje é o maior produtor de doutores universitários do mundo, algo em torno de 800.000 pessoas que estudam nas melhores Universidades ao redor do mundo.

    A transferência de tecnologia ocorre por diferentes vias. Uma delas é a obrigação que as empresas estrangeiras têm de se associarem a empresas locais para entrar no mercado chinês.

    Outra via são as aquisições de empresas estrangeiras que a China fez em setores estratégicos, como quando a Geely, a primeira montadora de automóveis independente da China, se tornou a maior acionista da alemã Daimler, dona da Mercedes-Benz, ao adquirir 9,7% das ações da montadora alemã.

    A estratégia "Made in China" foi projetada, em especial, para dominar 70% do mercado interno em setores estratégicos até o ano 2025.

    Nota-se que é uma "briga de gigantes" e as consequências serão sentidas em todos os pontos cardeais do globo, mesmo que "chova ou faça sol", vamos viver sob a sombra dessa nuvem provocada pelos humores desses gigantes...

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