Soja tem melhora intensa dos preços nos portos do Brasil, mas margem dos produtores seguem ajustadas

Publicado em 03/04/2018 11:53
Confira entrevista com Lucilio Alves - Pesquisador do Cepea
Em relação a fevereiro, média Paranaguá subiu mais de 6% em março. Ritmo acelerado das exportações, avanço do dólar frente ao real e prêmios altos motivaram o avanço das referências. Altas no interior do país, porém, não foram tão intensas quanto as observadas nos terminais de exportação.

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Soja tem melhora intensa dos preços nos portos do Brasil, mas margem dos produtores seguem ajustadas

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De acordo com dados divulgados pelo Cepea, os preços da soja voltaram a reagir nos últimos dias por conta da valorização do dólar referente ao Real. Com isso, a média em Paranaguá subiu mais de 6% entre os meses de fevereiro e março, mas a margens aos agricultores seguem apertadas.  

O pesquisador do Cepea, Lucilio Alves, destaca que nesta temporada as comercializações foram mais lentas do que nas safras anteriores e com altas nos preços contribui para as novas negociações sejam feitas com valores maiores. “As cotações de ontem já voltam para os patamares observados em agosto e setembro de 2016. Além disso, a safra da Argentina também está interferindo nas referências”, explica.

Outro fator que favorece as altas nos preços é a briga entre a China e os Estados Unidos, tendo em vista que as demandas internacionais acabam migrando para o Brasil e elevando o prêmio de exportação. “Lembrando que no primeiro trimestre de 2018 já foram exportados 13 milhões de toneladas de soja em grãos, na qual é um cenário bastante positivo”, afirma.

No entanto, as altas nas cotações nem sempre refletem tão rapidamente no lucro a todos os produtores, isso porque os custos com os transportes em determinadas regiões acabam pesam no bolso do agricultor. “Observamos que temos uma elevação dos custos ano a ano, sendo que nesta safra os custos estão maiores do que o inicio da temporada anterior e uma redução das margens”, aponta.  

Diante desse cenário, o pesquisar salienta que é preciso analisar os números de ofertas e as demandas para então avaliar que impacto isso poderá ter no mercado. “Será que o número de oferta não pode vir superior do que está sendo observado até agora e pode reduzir a sustentação dos preços. Por outro lado, a oferta Argentina pode ser ainda menor que prevista e pode trazer um cenário positivo para os preços” afirma.

Ainda segundo o pesquisador, o ano eleitoral pode acentuar a volatilidade no câmbio, e assim também impactar nas cotações da soja no Brasil. “O produtor deve aproveitar as ondas de preços favoráveis como observados no primeiro semestre deste ano”, finaliza.

Leia mais:

>> Soja: Média em Paranaguá sobe mais de 6% entre fevereiro e março

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Por:
Carla Mendes e Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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