Triticultor que utilizar glifosato ou paraquat na dessecação das lavouras será penalizado com multa e até apreensão da produção
Às vésperas da colheita do trigo, o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, alerta os produtores para que não se repitam as práticas identificadas nas úlimas duas safras do estado, nas quais alguns produtores, em virtude da desuniformidade da lavoura, realizaram a dessecação e utiizaram produtos não recomendados como o glifosato e o paraquat, que não possuem registro para essa finalidade no Brasil.
Os resíduos dos produtos foram identificados em análises de grãos, além de também estarem presentes na farinha já moída. O assunto chegou à Câmara Setorial das Culturas de Inverno e, desde então, a Farsul vêm realizando uma orientação aos produtores para que não utilizem da prática. Por outro lado, as condições da lavoura mostram cenários mais animadores.
A prática da dessecação não é recomendada, mas Jardim lembra que, se houver necessidade de realizá-la, os produtores devem utilizar produtos já recomendados, que existam no mercado com registro. A Secretaria da Agricultura do Estado estará realizando inúmeras fiscalizações e, aquele produtor que desrespeitar a norma poderá sofrer sanções administrativas e criminais. No Paraná, algumas lavouras já foram autuadas, com penas chegando até à destruição total da lavoura.
O presidente ainda aponta a necessidade de padronizar os parâmetros de fiscalização a nível de Mercosul, uma vez que 30% a 40% do trigo utilizado no Brasil é importado dos vizinhos Argentina, Uruguai e Paraguai. Como os primeiros agentes monitorados foram os moinhos, não é possível identificar se toda a farinha contaminada era brasileira. "Precisamos conversar com o governo para oferecermos segurança alimentar para a população", aponta.
A colheita no Rio Grande do Sul está sendo realizada apenas em algumas lavouras, mas já aponta uma boa produtividade. A maior parte será colhida em novembro, devido a um atraso no plantio ocorrido neste ano.
Estima-se que tenham sido plantados 830 mil hectares que, segundo a Farsul, devem gerar 2,5 milhões de toneladas, contra 2,2 milhões estimados pela Conab.
3 comentários
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Vilson Ambrozi Chapadinha - MA
E o que dizem de utilizar dessecantes em feijao ? Seria recomendado?
Lindalvo José Teixeira Marialva - PR
Na realidade é um jogo de interesses. Dentro da atual situação do Brasil, quadro politico e publico em geral desmoralizante, degradado, humilhante, não podemos e não temos motivos para confiar em ninguém desse setor. Não há credibilidade neste país, baseado neste fato e outros muitos, sempre venho defendendo mais autonomia do setor, menos estado e mais privado, começando pela Embrapa, temos que ter nossa pesquisa, nossa variedade, nossa tecnologia, não podemos ficar nas mãos de governo e muito menos das multinacionais do setor. Temos que discutir um plano nacional para agricultura, onde o produtor é quem manda e não meia duzia de politicos e funcionários públicos nomeados.
Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR
O consumidor quer comida barata, mas isso não quer dizer necessariamente que a comida seja segura. Eu já testemunhei a dessecação de trigo com paraquat e glifosato, além de inseticidas para controle de lagartas que iriam comer as plantas de soja. Também existe a dessecação de soja e milho safrinha com glifosato. Na soja, se desseca com adição de inseticidas para controle de percevejos. Na carne e no leite tem muito resíduo de ivermectina. Notaram como não tem mais piolho nas escolas? Por que será? Isso sem falar nos antibióticos nas carnes e leite. Comida barata dá nisso. O agricultor é forçado a fazer de tudo para baratear a lavoura e criação, e faz coisas que não devia. Não os culpo. Os consumidores , se pudessem, pegariam tudo de graça dos produtores. Não imagina que por trás de um kilo de alimento tem uma família que vive de produzir aquilo. Quando o tomate fica caro, todo dia tem reportagem no Jornal Nacional. Se a cerveja sobe, ninguém reclama na TV. Quem é do campo sabe do que estou falando. Quanta barbaridade fazem para produzir alimentos.
Sr. Carlos, num país onde as notícias de corrupção, nos faz desacreditar que convivemos com seres humanos, diante de tantas monstruosidades. Exemplos é que não faltam: Máfia das Próteses, Máfia dos Sanguessugas, Máfia da Merenda Escolar, Máfia da UTI. Parece que nossa sociedade tem mais máfia do que indivíduos. São tantos os casos que temos que pedir ajuda ao Google. Agora quanto ao "causo" do trigo, vamos aos fatos. Nos últimos anos houve uma revolução na técnica de se produzir hortifruti e, as estufas mudaram a paisagem no meio rural, pois a forma segura de produção é o cultivo protegido, embaixo de lonas plásticas transparentes. Ocorre que com o adensamento, os ataques de parasitas têm um aumento exponencial, obrigando os produtores aplicarem agroquímicos até 4 vezes por semana. Órgãos de controle, como ANVISA e outros detectaram que o pimentão e o pepino desbancaram o moranguinho e o tomate em porcentuais de amostras, onde a presença dos agroquímicos ocorre e, O QUÊ FOI FEITO ??? Quais os níveis de agroquímicos de trigos provenientes de outros países? Será que trigos da Argentina, Paraguai não são aplicadas as mesmas práticas de dessecação? Veja que a hipocrisia é inerente ao ser humano!!!
continuação:... No caso especifico do trigo, a produção nacional do grão corresponde a quase metade do consumo, sendo que mais da metade é importado de outros países. Será que os testes são realizados nos importados com a mesma ótica? Se o produto apresentar índices superiores de agroquímicos o produto é passível de ser confiscado, consta esse termo no contrato de importação???
Sr. Willian, justificar moralmente o erro dos produtores por que na corrente há gente mais errada ainda, são os politicos, os funcionários públicos, que sabem que é necessária uma reforma tributária, mas quem é que senta para discutir isso? No fundo o Estado precisa arrecadar para sustentar os funcionários públicos e os politicos querem comida barata para conseguir os votos do povo. Quando a coisa fica feia, tomam essas medidas, apreensão da produção, multas, etc... para dar satisfação aos consumidores que também estão certos em não querer comprar comida contaminada. Nenhum politico no Brasil pensa em fazer o certo, todos estão sempre atrás de defender os interesses particulares de grupos e corporações.
Sem falar que essa história de que ha alguma segurança no uso do finale, pelo fato de ele ser recomendado para dessecação pelo mapa, não tem lá muito fundamento. O fato é que ele foi registrado para essa função e para ser usado em diversas cultivares. Tenho certeza, que quando chegar perto da patente do finale vencer, momento em que não haverá mais interesse da bayer em explorar a venda do produto, vão aparecer diversos estudos mostrando que ele extremamente prejudicial a saúde, o que levará muito provavelmente, a sua proibição. Na sequencia a bayer vai - como sempre - apresentar um novo produto que será o salvador da pátria, mas cuja aplicação por ha vai custar, como agora, praticamente o dobro de um secante comum. Em resumo: sempre a mesma enrolação!