Café: Cooxupé caminha para fim da colheita com melhora na qualidade, mas aponta preocupação com safra 17/18

Publicado em 19/09/2016 19:52

A colheita da safra 2016/17 de café na área de abrangência da Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé) está próxima do fim e já surpreende pela qualidade depois de enfrentar problemas no início dos trabalhos com as chuvas. Estimativa divulgada pela cooperativa, que é a maior do mundo, aponta que 96,75% da área total tinha os trabalhos finalizados até o dia 9 de setembro.

No mesmo período do ano passado, 94,23% da área dos cooperados havia sido colhida. Dentre as regiões produtoras atendidas pela Cooxupé, o Sul de Minas Gerais é a que tem maior porcentagem de colheita finalizada, com 98,17%, seguida de São Paulo, que registra 99,30% e, por último, o Cerrado Mineiro, com 94,23% dos trabalhos concluídos.

"A qualidade do café melhorou em relação ao início da safra, quando os grãos foram impactados pelas chuvas, e agora está muito parecido com o café que foi colhido no ano passado e também está na média dos últimos anos", explica o superintendente de comercialização da Cooxupé, Lúcio Dias. Na cooperativa, as temporadas de 2009 e 2013 foram consideradas ruins, já as de 2008 e 2010 foram as melhores registradas nos últimos anos em termos de qualidade.

Em meados de junho, boa parte da colheita no cinturão produtivo do Brasil precisou ser paralisada por conta das chuvas. Com o maior volume de precipitações, os cafeicultores não conseguiam realizar adequadamente os trabalhos no campo. Além disso, os frutos que caíram no chão perderam qualidade e, consequentemente, valor de mercado. A maior umidade também atrapalhou a secagem dos grãos já colhidos no terreiro.

Apesar dos problemas no início da safra, essa melhora na qualidade dos grãos fez com que a cooperativa mantivesse sua previsão inicial de recebimento na safra 2016/17. "Pelo que estamos analisando, vamos cumprir nossa meta do início do ano de recebimento do 6 milhões de sacas de 60 kg. Talvez ela passe até um pouco", pondera Dias.

Essa expectativa de 6 milhões de sacas de café da Cooxupé leva em conta um recebimento de 4,9 milhões de sacas de cooperados e 1,2 milhões de terceiros. Esse número é 17,65% maior que o registrado na temporada 2015/16, quando a cooperativa registrou 5,1 milhões de sacas. A projeção é de a produção de café da Cooxupé nesta temporada chegue a 9,5 milhões de sacas.

Dias também pondera que a comercialização do café está em ritmo normal na Cooxupé. "O produtor tem conseguido vender seu produto e aproveitado os preços", diz. Com a quebra na safra de robusta no Espírito Santo, principal estado produtor da variedade, os preços do arábica subiram. Os tipos mais negociados da variedade estão cotados entre R$ 450,00 e R$ 400,00 a saca.

De acordo com estimativa da Safras & Mercado, a comercialização da safra 2016/17 foi apontada em 46% até o dia 12 de setembro, o que representa um avanço de 9% em relação ao mês anterior. Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Barabach, a alta na Bolsa de Nova York e no dólar serviu de estímulo aos negócios. "Mas, mesmo com as vendas mais aceleradas, não se percebe afobação do lado da venda e nem desespero do comprador. O que existe são buracos de embarques e algumas necessidades específicas, onde o comprador se vê obrigado a ser bem mais agressivo na sua ideia de preço", diz.

Safra 2017/18

Com os trabalhos de colheita da safra 2016/17 praticamente finalizados, as atenções do mercado se voltam agora para a próxima temporada, que já promete ser de bienalidade baixa para a maioria das regiões produtoras do país, e apresenta problemas. "Em visitas pelas principais regiões produtoras já se percebe que a safra do próximo ano será entre 15% e 20% menor no arábica e no robusta por conta do clima. Isso se as condições se normalizarem. Do contrário, as perdas podem ser ainda maiores", afirma Dias.

Estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta que a produção brasileira de café arábica e robusta deve totalizar neste ano 49,67 milhões de sacas, com um aumento de 14,9% em relação às 43,24 milhões de sacas alcançadas em 2015.

Segundo o presidente do Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite), Armando Matielli, a próxima safra de café do Brasil já dá sinais de comprometimento por conta da derriça de folhas acima do normal. Para ele, o Brasil não produzirá nem 40 milhões de sacas na temporada 2017/18, número abaixo da necessidade total de exportação e consumo interno.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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