Milho: Apesar da revisão na safra dos EUA, preços encerram 2ª feira com leve queda em Chicago
Após 6 sessões seguidas em alta, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a recuar nesta segunda-feira (12) e encerraram o dia em campo negativo. As principais posições da commodity finalizaram o pregão com leves desvalorizações entre 0,75 e 1,50 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,39 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,50 por bushel. O maio/17 fechou o dia a US$ 3,57 por bushel.
De acordo com as informações das agências internacionais, o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foi neutro aos preços do cereal. "Os números foram tomados como neutros, como a produção americana de milho foi revista, mas não na medida em que os participantes do mercado aguardavam", informou o site Agrimoney.com.
Ainda hoje, o órgão trouxe suas novas projeções para a safra 2016/17 dos EUA e também mundial. No caso da safra americana, o departamento indicou a produção em 383,38 milhões de toneladas do grão, número ligeiramente abaixo do reportado no boletim anterior, de 384,91 milhões de toneladas.
A perspectiva para a produtividade média das lavouras também foi revista para baixo. O número ficou em 184,57 sacas por hectare, contra as 185,32 sacas por hectare indicadas em agosto. Contudo, a estimativa ainda ficou acima do esperado pelos participantes do mercado, de 183,52 sacas de milho por hectare. Já os estoques finais da temporada 2016/17 baixaram de 61,19 milhões para 60,56 milhões de toneladas.
"Apesar do recuo, ainda temos uma safra forte nos Estados Unidos. Também temos visto a demanda do milho no país favorável, assim como, para a utilização do produto no mercado doméstico, para a fabricação de etanol", disse o consultor de mercado da Terra Investimentos, Ênio Fernandes.
De agora em diante, os investidores estarão focados nos números vindos dos campos americanos. No final da tarde de hoje, o USDA informou que em torno de 5% da área cultivada nesta temporada com o grão já foi colhida até o último domingo (11). O órgão ainda manteve em 74% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições, 19% em situação regular e 7% têm condições ruins ou muito ruins.
Nesta segunda-feira, o USDA também trouxe seu novo boletim de embarques semanais. No caso do cereal, na semana encerrada no dia 8 de setembro, os embarques somaram 1.343,886 milhão de toneladas. O volume ficou dentro do esperado pelos investidores, entre 1,19 milhão a 1,5 milhão de toneladas.
Mercado brasileiro
A sessão desta segunda-feira (12) foi positiva aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal encerraram o dia com valorizações entre 0,49% e 2,03%. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha, encerrou o dia a R$ 42,25 a saca, já o novembro/16 fechou a R$ 42,73 a saca. O janeiro/17 também subiu e finalizou o pregão a R$ 42,85 a saca.
No caso do mercado interno, o dia foi de ligeiras movimentações. Em Campo Grande (MS), o preço caiu 6,25%, com a saca a R$ 30,00, já em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 6,15%, com a saca a R$ 30,50. Em Mato Grosso, nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, o recuo ficou em 3,57% e a saca do cereal a R$ 27,00.
No Oeste da Bahia, as cotações também cederam, cerca de 2,11%, e a saca de milho fechou o dia a R$ 46,50. Já em Campinas (SP), o preço caiu 1,15%, com a saca a R$ 43,10. Apenas em Itapeva (SP), os valores voltaram a subir e finalizaram o dia a R$ 36,14 a saca, com valorização de 5,70%. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
"Na última semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a segunda safra no Brasil ao redor de 41 milhões de toneladas, é uma quebra importante. Acredito que com essa safra, de agora até fevereiro ou março/17 a oferta continuará apertada. Se os números estiverem certos, os preços se manterão firmes", pondera Fernandes.
Ainda assim, há especulações no mercado a respeito das importações. No acumulado dos 8 primeiros meses de 2016, as importações de milho chegam a 1,1 milhão de toneladas, segundo dados reportados pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
"Apesar dos números, o consumo mensal do país é dá ordem de 4,4 milhão de toneladas, ainda segundo levantamento da companhia. 1 milhão de toneladas daria apenas uma sobrevida de 10 dias, não sei se o número é capaz de mexer tanto com o mercado. No curto prazo, as cotações irão depender mais da oferta do produtor, do que da importação de milho dos EUA, Argentina e Paraguai", reforça o consultor de mercado.
Dólar
Ainda hoje, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,2490 na venda, com recuo de 0,95%. O câmbio caiu, segundo a agência Reuters, após uma diretora do Federal Reserve, banco central americano, Lael Brainard, realizar um discurso suavizando a percepção de aumento na taxa de juros nos EUA.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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