Participantes do mercado do boi focam nas negociações para o segundo semestre
O entrave entre as indústrias frigoríficas e os pecuaristas persiste mantendo os preços da arroba com certa estabilidade. Porém as atenções se voltam agora para o que pode ocorrer no segundo semestre.
De acordo com levantamento da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) o consumo de carne bovina que, em anos passados, era de aproximadamente 40 kg/ano por habitante, hoje está em 32 kg/hab./ano, sendo um dos pilares da crise que enfrenta as indústrias.
Diante de uma arroba valorizada, em função da baixa disponibilidade de animais, os frigoríficos acabam pagando mais pela matéria prima, sem a possibilidade de repassar os reajustes para consumidor final.
Para o analista da FCStone, Caio Toledo Godoy, não há perspectiva reação do consumo no mercado interno, mantendo a margem de comercialização das indústrias apertada.
No caso da demanda externa, as exportações brasileiras vinham em bom ritmo chegando a registrar volumes acima 100 mil toneladas nos meses de abril, maio e junho. Porém, com a queda do dólar o volume embarcado começou a cair, ficando em torno de 85 mil toneladas.
É importante lembrar também "que voltar a 100 mil toneladas não irá representar o mesmo valor em receita do que foi exportado em meses anteriores", explica Godoy.
Para a oferta Godoy diz esperar um incremento no volume de animais terminados no segundo giro do confinamento, em função da melhor no resultado da atividade.
Diante desses fatores, o analista não vê espaço para valorização significativa da arroba. "Pode ser que no segundo semestre a oferta seja um pouco melhor, mas a demanda ser pior do que está", afirma.
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