Algodão: Em Goiás está comprometida pela crise nos mercados interno e internacional e redução de área passa de 70% no estado
No Estado do Goiás, a baixa rentabilidade provocada pela crise de preço do mercado interno e externo, comprometerá a produção de algodão. Segundo a Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), a área plantada apresenta, nos últimos anos, uma redução de mais de 70% no estado.
As culturas de soja e milho, que estão remunerando melhor o produtor, tem sido os principais concorrentes da pluma no estado. Luiz Renato Zapparoli, conta que outro fator que prejudica o investimento no algodão é a incidência de doenças como o bicudo-do-algodoeiro.
"Na semana passada estivemos em Brasília, em uma reunião coordenada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, no intuito de debater o tema do algodão e rever algumas práticas que estão sendo feitas", declara Zapparoli.
No mercado internacional, a fibra sintética - mais barata com a queda no preço do barril de petróleo - tem sido o principal concorrente do algodão, e vêm causando redução no consumo. "A indústria têxtil é afetada, tanto que o volume o consumo de algodão da indústria brasileira, está se mantendo congelado nos últimos 5 anos, em torno de 800 mil toneladas", afirma o presidente.
Além disso, o governo Chinês possuiu um volume elevado de estoque, com isso o excesso de oferta desequilibrou o mercado, e "hoje temos um estoque de passagem de quase uma safra armazenada na China”.
Na Bolsa de Nova Iorque (NYBOT) o contrato julho/15 é negociado a 66,53¢/lb, o outubro/15 66,78¢/lb. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq está no patamar dos 211,26 centavos de reais por libra-peso.
Diante desse cenário, a Companhia Nacional de Abastecimento estima que para a safra 2015/16 a produção brasileira de algodão deve ocupar uma área de 977,6 mil hectares, 12,8% menor que a temporada passada, o que representa uma redução de quase 144 mil hectares.
De acordo com Zapparoli, "nos próximos 3 a 4 anos o preço global devem melhorar, em função da redução da produção mundial. O relatório do USDA nessa semana mostrou pela primeira vez - depois de longo tempo - uma produção menor que o consumo, é pouco coisa, mas já sinaliza alguma recuperação", conclui.
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