Fala Produtor - Mensagem

  • Decio Barbosa Freire Belo Horizonte - MG 05/04/2007 00:00

    Prezados Olivi, enfim algu&eacute;m do governo reconheceu o que voc&ecirc;s j&aacute; falam h&aacute; muito tempo.<br />Vejam essa noticia publicada no dia 3 de abril:<br />&quot;Julio Almeida n&atilde;o acha que valoriza&ccedil;&atilde;o cambial seja boa&quot; - <br />Secret&aacute;rio do Minist&eacute;rio da Fazenda diz que &quot;problema&quot; causa demiss&otilde;es. <br /><br />BRAS&Iacute;LIA - O secret&aacute;rio de Pol&iacute;tica Econ&ocirc;mica do Minist&eacute;rio da Fazenda, J&uacute;lio S&eacute;rgio Gomes de Almeida, afirmou em entrevista ao Estado que discorda da avalia&ccedil;&atilde;o de que a valoriza&ccedil;&atilde;o cambial no Brasil seja um &quot;problema bom&quot; para o Pa&iacute;s.<br /><br />&quot;Pelo contr&aacute;rio, &eacute; um problema terrivelmente ruim, que est&aacute;, vou usar uma express&atilde;o forte, dissolvendo as rela&ccedil;&otilde;es interindustriais e as rela&ccedil;&otilde;es de mercado. A conseq&uuml;&ecirc;ncia disso &eacute; um clima tremendamente ruim e a dispensa de 350 mil trabalhadores&quot;, afirmou.<br /><br />Ele lembrou que s&oacute; nas cadeias de vestu&aacute;rio foram demitidas cerca de 200 mil pessoas e, no setor de cal&ccedil;ados, aproximadamente 140 mil. Para ele, a vis&atilde;o de que o c&acirc;mbio seria um problema bom tem se disseminado dentro e fora do governo e pode causar danos ao Pa&iacute;s. &quot;Eu vejo com muita preocupa&ccedil;&atilde;o esse diagn&oacute;stico crescente porque daqui a pouco n&oacute;s vamos achar que n&atilde;o precisamos fazer nada. E precisamos. Isto tem adiado a solu&ccedil;&atilde;o para o problema e certas a&ccedil;&otilde;es&quot;, ponderou o secret&aacute;rio.<br /><br />Almeida sublinha que o real est&aacute; &quot;sobrevalorizado&quot; por causa dos juros altos, embora admita que a queda no risco Pa&iacute;s e a acumula&ccedil;&atilde;o de reservas colocam a moeda brasileira em trajet&oacute;ria de fortalecimento. &quot;O c&acirc;mbio est&aacute; sobrevalorizado, ou seja, est&aacute; al&eacute;m do que seria pelas for&ccedil;as do mercado, em conseq&uuml;&ecirc;ncia de algo que n&atilde;o &eacute; uma virtude: o juro mais alto do planeta. O grande problema nosso chama-se c&acirc;mbio, irm&atilde;o siam&ecirc;s do maior juro do mundo&quot;.<br /><br />O secret&aacute;rio n&atilde;o quis apontar sobre as poss&iacute;veis solu&ccedil;&otilde;es para o problema, mas alfinetou o primeiro escal&atilde;o do governo. &quot;As solu&ccedil;&otilde;es existem. N&atilde;o vou dizer porque vai parecer press&atilde;o sobre quem executa as pol&iacute;ticas, mas elas s&atilde;o mais do que sabidas. Est&atilde;o colocadas em todas as mesas de todas as autoridades. Todo mundo sabe como resolver. O que falta &eacute; decis&atilde;o&quot;, afirmou.<br /><br />As declara&ccedil;&otilde;es do secret&aacute;rio exp&otilde;em a discord&acirc;ncia que existe dentro do governo entre setores majorit&aacute;rio do Minist&eacute;rio da Fazenda e o Banco Central a respeito da pol&iacute;tica de juros e c&acirc;mbio. Elas foram feitas apenas um dia depois de o presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva ter determinado, durante reuni&atilde;o ministerial, o fim das diverg&ecirc;ncias p&uacute;blicas entre membros do governo.<br /><br />Elas atingem tamb&eacute;m o pr&oacute;prio ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, apesar de j&aacute; ter v&aacute;rias vezes manifestado preocupa&ccedil;&atilde;o com a taxa de c&acirc;mbio, tem ultimamente recorrido &agrave; explica&ccedil;&atilde;o de que o real valorizado reflete os bons fundamentos da economia.<br /><br />As afirma&ccedil;&otilde;es de Almeida repercutiram mal no Minist&eacute;rio da Fazenda. Ao tomar conhecimento das declara&ccedil;&otilde;es do subordinado, Mantega chamou-o ao seu gabinete para uma conversa. No in&iacute;cio da noite, a assessoria do ministro transmitiu aos jornalistas apenas uma curta informa&ccedil;&atilde;o &quot;n&atilde;o h&aacute; o que comentar. As declara&ccedil;&otilde;es do secret&aacute;rio foram feitas em car&aacute;ter pessoal&quot;. Nos corredores do minist&eacute;rio, comentava-se a possibilidade de Almeida vir a deixar o cargo.<br /><br />Na segunda-feira, o novo secret&aacute;rio de Acompanhamento Econ&ocirc;mico da Fazenda, Nelson Barbosa, que at&eacute; h&aacute; pouco tempo era adjunto de J&uacute;lio Almeida, havia afirmado que a valoriza&ccedil;&atilde;o do c&acirc;mbio era um problema bom. Segundo Barbosa, o c&acirc;mbio reflete uma mudan&ccedil;a na situa&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica do Pa&iacute;s, que no passado sofria com escassez de d&oacute;lares e agora, com um saldo comercial forte - que ele classificou de &acirc;ncora da estabilidade - tem sobra de divisas. <br /><br />Juros altos<br />Barbosa reconheceu que o juro alto contribui para a valoriza&ccedil;&atilde;o da moeda brasileira, que ser&aacute; atenuada, na vis&atilde;o dele, com a acelera&ccedil;&atilde;o do crescimento, eleva&ccedil;&atilde;o nas reservas e redu&ccedil;&atilde;o dos juros. Mesmo tendo dado uma resposta direta a um colega de minist&eacute;rio, Almeida afirmou que n&atilde;o h&aacute; problema entre os dois. &quot;N&atilde;o h&aacute; rusga. S&oacute; acho essa tese equivocada e vejo com grande preocupa&ccedil;&atilde;o a difus&atilde;o dessa id&eacute;ia. O c&acirc;mbio &eacute; um problema mau&quot;, afirmou. &quot;Se o diagn&oacute;stico &eacute; errado, a a&ccedil;&atilde;o ser&aacute; errada&quot;.<br /><br />Para Almeida, o bom momento da economia brasileira deve ser aproveitado para resolver o problema da &quot;valoriza&ccedil;&atilde;o artificial&quot; do c&acirc;mbio. &quot;O Brasil est&aacute; crescendo este ano, com muitos dados positivos e &eacute; neste momento de bonan&ccedil;a que tem que se ver os problemas, e n&atilde;o escamote&aacute;-los&quot;, sentenciou.<br /><br />Ele disse ainda que a conseq&uuml;&ecirc;ncia do c&acirc;mbio valorizado no Brasil &eacute; gerar &quot;uma economia que investe pouco e &eacute; subindustrializada&quot;, em compara&ccedil;&atilde;o com pa&iacute;ses desenvolvidos. &quot;O c&acirc;mbio valorizado n&atilde;o &eacute; bom porque est&aacute; destruindo a ind&uacute;stria e n&atilde;o corresponde a uma virtude, mas sim a uma grande distor&ccedil;&atilde;o que s&atilde;o nossas taxas de juros&quot;, disse.

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