3 generais terão que depor amanhã no STF, vem crise institucional aí... a corda vai esticar? (Análise com Renato Dias)
Começaram os depoimentos no STF sobre a crise criada pela saída do ex-ministro Moro. Hoje houve o depoimento do delegado Alexandre Ramagem. Amanhã irão depor - sob vara - os generais Augusto Heleno, Braga Netto e Luis Ramos, do gabinete militar da Presidencia da República. Amanhã também, às 8 horas, da PF reproduz para advogados dos envolvidos a gravação da reunião presidencial, onde Bolsonaro teria ameaçado de demissão ao ex-ministro Moro caso não trocasse o comando da PF do Rio de Janeiro.
Se os militares não forem depor, poderão ser presos? Há possibilidade de se prender "o Exército" (representado pelos seus altos comandantes com assento no gabinete presidencial)? Há ofensa na imposição do ministro do STF, Celso de Mello, aos ministros-militares? Mas se o vídeo não permitir a negativa por parte dos generais, isso redundaria num processo contra o presidente Bolsonaro, que resultaria em seu impeachment? Há clima político para o pretenso impeachment?
Essas questões foram analiadas pelo diretor do site politicos.org.br, Renato Dias, que ajuntou aos detalhes a reclamação constante de Bolsonaro ao seu ex-ministro da Justiça de que a Policia Federal não investigava com afinco a tentativa de assassinato que sofreu por parte de Adelio Bispo. Daí sua insistencia de trocar comandos da PF.
Hoje, colocando mais ingredientes ao tenso momento politico vivido no País, o advogado de defesa de Bolsonaro, Frederick Wassef, diz que o conluio no atentado de Adélio tem digitais do ex-governo petista de Minas, Fernando Pimentel. (Acompanhe a análise com Renato Dias no video acima).
"Quero diretor na PF com mais afinidade comigo", disse Bolsonaro, segundo Valeixo (Estadão Conteúdo)
O delegado Maurício Valeixo, ex-chefe da Polícia Federal, afirmou, durante o depoimento prestado na manhã desta segunda, 11, na sede da corporação em Curitiba, que o presidente Jair Bolsonaro lhe disse que não tinha nada 'contra a sua pessoa', mas queria um diretor-geral com quem tivesse mais 'afinidade'. A oitiva do homem de confiança do ex-ministro Sergio Moro no inquérito sobre suposta interferência do presidente na PF teve início às 10h10 da manhã e ainda não terminou.
O depoimento de Valeixo foi agendado para a manhã desta segunda, após determinação do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, relator da investigação que apura as acusações feitas por Moro a Bolsonaro quando anunciou sua saída do governo O decano atendeu a pedido do procurador-geral da República Augusto Aras e determinou ainda a oitiva de outros quatro delegados, três ministros e da deputada Carla Zambelli.
Também estão previstas para esta segunda as oitivas do delegado Ricardo Saadi, ex-chefe da PF no Rio, e do diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem Rodrigues. Os depoimentos estão marcados para as 15h no edifício sede da corporação em Brasília.
PF vai exibir vídeo de reunião ministerial amanhã às 8h; Moro vai
A Polícia Federal vai exibir na manhã desta terça, 12, a restrito grupo de autoridades que tiveram permissão ministro Celso de Mello, a gravação da reunião ministerial de 22 abril, na qual, segundo o ex-ministro Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente no Rio. Moro irá a Brasília para acompanhar a exibição, acompanhado por seu advogado Rodrigo Sánchez Rios.
No sábado, 9, o decano do Supremo autorizou que o ex-ministro, o procurador-geral da República Augusto Aras e o advogado-geral da União José Levi Mello do Amaral Júnior tenham acesso ao vídeo entregue pelo governo na noite de sexta, 8.
No despacho, o ministro indicou que a data de acesso seria designada pela presidente do inquérito, delegada Christiane Corrêa Machado, que mostraria o conteúdo integral do HD entregue pelo governo ao STF em 'ato único'.
Segundo a PGR, assistirão ao vídeo os procuradores que já acompanham o caso - João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.
Valeixo confirma telefonema de Bolsonaro e diz que não pediu para sair (O Antagonista)
O depoimento de Maurício Valeixo terminou há pouco, depois de quase seis horas.
O Antagonista apurou que o delegado confirmou ter recebido um telefonema de Jair Bolsonaro no dia 23, perguntando se concordava em sair da função, mas sem que lhe fosse dada qualquer alternativa.
Segundo Valeixo, nunca houve pedido seu para ser exonerado.
Da mesma forma, ele explicou que “estava cansado” do assédio do Planalto e, por isso, deixou Sergio Moro à vontade para trocar o comando da Polícia Federal.
Gentileza que não foi aceita por Moro, mas explorada pelo presidente da República.
O buzinaço bolsonarista na Paulista
Caminhoneiros fizeram um buzinaço e fecharam duas faixas da Avenida Paulista na tarde desta segunda-feira, em apoio a Jair Bolsonaro.
Os veículos ficaram estacionados no meio da pista, e os bolsonaristas exibiram faixas e cartazes contra o prefeito Bruno Covas e o governador de São Paulo, João Doria — fotos de ambos foram coladas em um “caixão”.
Os caminhoneiros também protestaram contra a quarentena em São Paulo. Mais cedo, como noticiamos, houve uma carreata que travou o trânsito na Rodovia Castelo Branco, na altura de Barueri (SP) — assista aqui.
A Polícia Militar foi acionada e desobstruiu as duas faixas bloqueadas da Paulista.
Os caminhoneiros também protestaram contra a quarentena em São Paulo. Mais cedo, como noticiamos, houve uma carreata que travou o trânsito na Rodovia Castelo Branco, na altura de Barueri (SP) — assista aqui.
A Polícia Militar foi acionada e desobstruiu as duas faixas bloqueadas da Paulista.
Valeixo confirma reunião com Bolsonaro para expor caso Adélio e abertura de inquérito sobre ‘porteiro’, a pedido de Moro
Em seu depoimento, obtido por O Antagonista, Marício Valeixo também confirmou a versão de Sergio Moro sobre a reunião com Jair Bolsonaro para expor as conclusões do inquérito sobre o caso Adélio, “em razão de o presidente ser vítima e se tratar de assunto de Segurança Nacional”.
O ex-DG afirmou que se recorda também que houve uma requisição do então ministro Sergio Moro à PGR para apuração da versão de um porteiro do condomínio de Bolsonaro na Barra da Tijuca, que teria autorizado a entrada de um dos suspeitos da morte de Marielle Franco.
Na primeira versão, o porteiro dizia que Élcio Queiroz, comparsa de Ronnie Lessa, teria dito que iria na casa de Bolsonaro, mas depois teria se dirigido à residência de Lessa.
“A requisição do ministro da Justiça culminou na instauração de um inquérito policial na Superintendência do Rio de Janeiro para apurar os fatos veiculados na imprensa, na qual se colocava em dúvida a eventual participação ou não do então deputado federal Jair Bolsonaro no caso sob investigação na Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o assassinato de Marielle. Que não sabe dizer se a investigação foi concluída, que com os depoimentos colhidos já no início desse inquérito foi esclarecido que o porteiro havia se confundido e que não teria tido tal ligação à residencia do então deputado. Que não foi solicitado pela presidente a reportar informações sobre esse inquérito.”
Bolsonaro defende que seja extraída de vídeo “a parte que interessa ao inquérito” (O Antagonista)
Questionado, ao chegar ao Palácio da Alvorada, sobre o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril que será analisado no âmbito do inquérito que apura se interferiu ou não na PF, Jair Bolsonaro defendeu que seja extraída somente “a parte que interessa” à investigação.
“Filmou-se, como sempre, para aproveitar algumas imagens. Eu podia falar que não tem mais o vídeo. Não tem obrigação de ter o vídeo. Mas trabalhamos com a verdade”, disse Bolsonaro.
“O que eu espero que aconteça é extrair do vídeo a parte que interessa ao inquérito. Para saber se houve alguma interferência minha na PF ou não. O restante… Eu tratei de política internacional. Não é justo alguém achar que deve divulgar isso aí”, prosseguiu.
Ele disse também:
“Eu nunca ofendi ninguém. Eu nunca agredi ninguém. Eu nunca ameacei ninguém. Pronto, suficiente. Está na fita.”
Presidente Jair Bolsonaro em uma de suas tradicionais entrevistas coletivas em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília (DF) 05/05/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Bolsonaro diz esperar que seja extraída de vídeo apenas parte que interessa a inquérito do STF
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira, esperar que seja extraída da integra do vídeo de reunião ministerial entregue pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF) apenas a parte que interessa ao inquérito que apura acusação do ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro cobrou durante o encontro a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Segundo o presidente, o vídeo foi fornecido na íntegra apesar de, na opinião de Bolsonaro, não existir essa obrigação porque não era um registro oficial. "Era um vídeo reservado, eu podia ter falado que não tinha mais", disse.
"O que espero é que seja extraído do vídeo o que interessa ao inquérito", reforçou Bolsonaro, em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.
O presidente disse ter tratado na reunião de questões referentes à política internacional e avaliou não ser justo divulgar essas informações. Segundo ele, se fosse em uma conferência, as questões não teriam sido tratadas dessa forma "mais bruta". Novamente, ele ressalvou que não se negou e forneceu a "fita bruta".
"Tudo o que foi falado em relação ao ministro Sergio Moro vai ser extraído e usado no inquérito", disse.
O vídeo vai ser veiculado na terça-feira pela manhã pela Polícia Federal em Brasília para as partes envolvidas diretamente no caso, como a Advocacia-Geral da União, investigadores da PF, representantes da Procuradoria-Geral da República e defensores de Moro, com a presença pessoal do próprio ex-ministro.
Em depoimento no dia 2 de maio, Moro disse que, durante a reunião ministerial ocorrida em 22 de abril, Bolsonaro afirmou que iria interferir em todos os ministérios e, quanto à pasta da Justiça e Segurança Pública, se não pudesse trocar o superintendente da PF no Rio, trocaria o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, e o próprio ministro da Justiça.
Esse episódio ocorreu dois dias antes de Moro pedir demissão do cargo e acusar Bolsonaro de interferência política na PF.
3 comentários
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R L Guerrero Maringá - PR
A forma mais fácil de acabar com a quarentena é o Congresso aceitar um pedido de impeachment do Bolsonaro.
Todo mundo irá pra rua e quero ver quem segura.No sofá, comendo pipoca ?
Vai que aparece uma nota de 100 e um sanduíche...
Vais mudar de idéia, meu caro !
Almanakut Brasil Ribeirão Preto - SP
E quando é que os colarinhos encardidos e as togas com cheiro de enxofre irão depor nos quartéis?
Temos que aceitar os três poderes, mas o que não aceitamos são as intromissões de um poder sobre o outro e isso vc sabe bem do que eu estou falando...
Não sei você Marco Antonio, mas eu sempre vivi na mais ampla liberdade durante o Regime Militar. Aliás, com mais liberdade do que tenho hoje, pois ela é limitada pelo medo de ser assaltado, medo de ter uma filha estuprada, medo de que um representante de algum orgão do Governo embargue uma propriedade minha por qualquer motivo que seja...quanto aos Direitos, só não podia votar para Governador e Presidente, mas tinhamos um País melhor, muito melhor do que a bagunça, corrupção e libertinagem que solapam o Brasil com esta nefanda Constituição de 89. Por mim, em um balanço geral e criterioso, fico com o Regime Militar ao invés desta degradação que vivemos hoje. Abraços.
Mario Alberto Benedetto Lynch Marabá - PA
COM CERTEZA O PT ESTÁ POR TRÁS DE ADÉLIO BISPO DE SOUSA... ALÉM DE FERNANDO PIMENTEL, estão por trás LULA, DILMA, HADDAD, CAMILO SANTANA, WELLINGTON DIAS, FLAVIO DINO, HELDER BARBALHO, RUI COSTA, JORGE E SEBASTIÃO VIANA...
Mensagens fora do contexto deveriam ser evitadas. Deveríamos focar em argumentos esclarecedores ou enriquecedores do tema abordado.