Em Dourados (MS), chuvas paralisam a colheita do milho safrinha
As chuvas constantes interromperam a colheita do milho safrinha na região de Dourados (MS). Até o momento, cerca de 5% da área semeada foi colhida, enquanto que, em anos anteriores, a colheita já estava completa em 15% da área. Além do atraso nos trabalhos nos campos, a umidade elevada também preocupa, uma vez que as espigas podem começar a brotar novamente.
Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Lúcio Damalia, a situação pode acarretar em perdas na qualidade do milho e também na produtividade. “Sem contar os grãos ardidos que podem ocasionar um grande desconto aos produtores no momento da comercialização. E já temos preços baixos, com o desconto iremos agravar a margem de lucros, que quase não existe”, explica.
Enquanto isso, os custos de produção estão mais altos e giram em torno de 80 sacas de milho por hectare. E, até o momento, as primeiras áreas apresentam um rendimento inicial de 120 sacas do grão por hectare. Contudo, com o avanço da colheita a média deve ficar abaixo desse patamar, porém, acima da média do ano anterior, entre 90 a 100 sacas de milho por hectare.
Já os preços reagiram recentemente e registraram aumento de R$ 1,00. A saca do milho úmido, antes cotada a R$ 16,00, atualmente é negociada entre R$ 17,00 a R$ 18,00. “O clima chuvoso nos EUA tem comprometido o desenvolvimento do milho, isso fez com que os preços reagissem na nossa região. A expectativa é que a saca do milho volte ao patamar de R$ 22,00 a R$ 23,00 a saca”, diz Damalia.
Safra de verão
Por enquanto, a perspectiva é que haja uma manutenção na área cultivada com a soja na próxima temporada. Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também deverão ser mantidos. Os custos de produção estão mais altos, já que a valorização do dólar impactou os valores, principalmente dos adubos e químicos.
“Por outro lado, tivemos algumas opções de contratos entre R$ 58,00 a R$ 60,00, mas poucos fizeram negócios. A perspectiva é que haja uma melhora nos preços devido ao clima nos EUA e dos estoques mais baixos da China, que podem entrar comprando no mercado, o que elevaria os preços”, ressalta o presidente.
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