Em Sorriso (MT), produtores também enfrentam problemas com grãos ardidos no milho safrinha
Até o momento, a colheita do milho safrinha na região de Sorriso (MT) está entre 10% a 15%. E os produtores já relatam os problemas com os grãos ardidos devido às chuvas constantes entre os meses de março e abril. Em algumas propriedades, o percentual de milho ardido chegou a 30%.
O presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Pedro Lenz, destaca que as lavouras cultivadas primeiramente foram as mais atingidas. “O milho mais do tarde terá melhor produtividade. Contudo, não é um problema generalizado, depende de produtor e variedade cultivada, mas temos um prejuízo muito grande, pois quem entregou 1000 sacas do grão terá um desconto de 300 sacas”, explica.
Apesar do cenário, o rendimento médio das lavouras deverá ficar acima do registrado no ano anterior e ultrapassar os 110 sacas do grão por hectare. Isso porque, as precipitações se alongaram e contribuíram para o desenvolvimento das plantas, especialmente as semeadas mais tarde.
Como consequência das perspectivas favoráveis em relação à produção do milho, não só na região, porém, no país de uma maneira geral, as cotações do cereal recuaram. Em Sorriso, a saca do milho é cotada a R$ 12,00, valor abaixo do preço mínimo fixado pelo Governo para o estado, de R$ 13,46 a saca e não cobre os custos de produção, conforme sinaliza o presidente.
“Acreditamos que os produtores que precisarem de recursos terão que vender o milho, quem puder pode segurar o milho e vender mais ao final do ano. Creio que depender de recursos do governo é uma grande interrogação. Até o momento, nem os custeios agrícolas para a soja foram liberados. Apesar do anúncio do Plano Safra, os bancos não sabem o que fazer”, afirma Lenz.
Safra 2015/16
As compras estão atrasadas na região e os custos de produção estão 20% mais altos para a próxima temporada. “Sempre fazemos as compras de fertilizantes mais cedo para não haver atraso na entrega, mas não tivemos a liberação dos recursos. Entretanto, não acredito que isso possa refletir nos investimentos nas lavouras, os produtores irão investir. Infelizmente, vamos produzir bem e ter um lucro menor", diz o presidente.
Já em relação aos preços futuros, o presidente sinaliza que há negócios entre R$ 54,00 a R$ 56,00 a saca. “Mas isso só para quem tem dívidas em reais. Da safra anterior, em torno de 50% da safra já foi comercializada na região”, finaliza Lenz.
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