Preços do feijão carioca pagos ao produtor voltam a subir, com compradores mais ativos no mercado
O mercado do feijão registrou uma reação nos preços do feijão carioca nesta semana. O analista Marcelo Lüders, da Correpar, explica que o movimento já era esperado, uma vez que as empresas retornaram ao mercado para realizar compras. O bom volume negociado, portanto, mantém o patamar dos preços em R$150/saca.
De acordo com Lüders, esse patamar de preço é o limite para que um produtor que tenha uma produtividade normal possa cobrir seus custos de produção. No entanto, muitos produtores tiveram quebra na produção este ano. Assim, qualquer momento abaixo de R$150 pode influenciar na saída dos produtores do mercado.
Como a situação das perdas já é conhecida, "o comprador absorve melhor essa situação", diz Lüders. Em condições normais, seria difícil justificar uma alta. Ele aponta que relatos como a entrevista de João Alves, de Paracatu (MG), ao Notícias Agrícolas, trazem uma credibilidade para os produtores neste jogo de mercado.
O recuo dos preços, por sua vez, também chegou ao consumidor. Algumas ofertas de feijão abaixo de R$3 são relatadas, mas esses preços são pontuais. A maioria dos mercados trabalham entre R$5 a R$6, logo, os compradores podem pagar até R$200 pelo feijão ao produtor sem ter impacto direto nos preços.
Em um momento no qual o feijão vermelho está sendo cotado a R$200, assim como o feijão rajado e o preto, por sua vez, entre R$160 a R$170, isso significa que vai vender mais feijão carioca do mercado, na visão do analista.
Pela comparação, Lüders recomenda que haja uma observação sobre os tipos plantados de feijão em todas as áreas. Além disso, ele diz aos produtores que a diversificação para a segunda safra é algo necessário, mas que não joguem todas as fichas em apenas um tipo de feijão.
Samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense
Lüders também se posicionou contra o samba-enredo "Xingu, o Clamor da Floresta", que será apresentado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense no Carnaval carioca e, na visão do setor, traz uma crítica ao agronegócio.
Ele diz que "a gente não pode computar a maldade de um carnavalesco que não sabe da lida do produtor". Ele aponta o desconhecimento da situação como o principal culpado pelo fato, mas acredita que a escola teria a obrigação de se informar antes. Ele lembra que as escolas também não se manifestam a favor de suprimir os "ataques" aos produtores.
Por fim, lembra também que o médio e o grande produtor concentram a maior parte da produção de feijão atualmente e que os produtores rurais são os maiores preocupados com a conservação atualmente.
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