A chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet, Morgana Almeida, destacou nesta sexta-feira (12), em entrevista ao Notícias Agrícolas, as chuvas que ocorrem no leste de Santa Catarina, mais especificamente na região metropolitana de Florianópolis. Com volumes expressivos, as chuvas, que chegaram a mais de um dia sem interrupções em algumas áreas, ocasionaram elevação nos níveis dos rios e dos córregos, com perdas de vidas contabilizadas.
Os volumes estiveram acima de 200mm na região mais crítica desde terça-feira (9). De terça-feira a hoje, foram 204,1mm totalizados. Entre a terça e a quarta-feira, choveu durante 31 horas ininterruptas, de acordo com as informações da Estação Meteorológica do Inmet no bairro da Praia Comprida. Entre quarta e quinta-feira foram 144,9mm em 24 horas, 90% da média climatológica para todo o mês de janeiro, que é de 162,7mm, número que não era registrado desde 1961.
A perspectiva é de que essa chuva continue até amanhã. No domingo, um outro foco de chuvas está voltado para o extremo-sul do Rio Grande do Sul, onde poderá ocorrer temporais em decorrência das altas temperaturas presentes neste momento, com tendência de continuidade até domingo.
As instabilidades também ocorrem ao longo do país. As chuvas continuam, além de Santa Catarina, no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Outras áreas, como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e a região Nordeste, na borda do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, também têm instabilidade nessa tarde, bem como Goiás e Mato Grosso do Sul.
Na segunda-feira, o sistema que chega no Rio Grande do Sul se desloca para o oceano. Há também um indicativo de redução de condições mais favoráveis para chuvas na porção central de Minas Gerais em direção a Goiás, pegando o Distrito Federal, além do Mato Grosso, com exceção das porções noroeste e sudeste.
Nas previsões a longo prazo, os primeiros sete dias mostram que Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo continuam com chuvas mais volumosas, enquanto a região central segue com menos chuvas. Na semana seguinte, ainda há uma condição contraditória entre as saídas dos diversos modelos analisados, mas a tendêmncia, até o momento, é de que haja mais chuvas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, além de diminuição significativa próxima a Goiás.
Na próxima segunda-feira (15), Almeida conversa novamente com o Notícias Agrícolas para atualizar as previsões.
Previsões americanas, por AGResources
As chuvas que chegam no Centro e Leste da Argentina e o Rio Grande do Sul neste fim de semana, são confirmadas nas previsões atualizadas realizadas nesta sexta.
No entanto, este evento de precipitações que começa no dia 14, parece se concentrar cada vez mais ao norte da Argentina, já tirando a co- bertura de grande parte da província de Buenos Aires.
No Brasil, os índices pluviométricos acima dos 25mm continuam sendo observados ao longo de toda a área sojicultora, nestes próximos 5 dias.
Um período de estiagem para o Centro e a região do MATOPIBA vem sendo previsto nos mapas. Entre 17-22 de janeiro, os estados de Goiás, grande parte do Mato Grosso, sul do Tocantins, norte de Minas Gerais e o oeste da Bahia deverão passar por um período de precipitações bem escassas, que se mostram voltando a regar tais regiões a partir do dia 23 deste mês.
ONS reduz projeção de carga de energia no mês; vê chuva favorável em hidrelétricas
SÃO PAULO (Reuters) - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu a estimativa de carga de energia do sistema interligado do Brasil em janeiro, enquanto manteve praticamente inalteradas previsões favoráveis para a chuva na região das hidrelétricas, principal fonte de energia do Brasil.
Em relatório nesta sexta-feira, o órgão do setor elétrico apontou que a carga de energia deve fechar janeiro com avanço de 0,6 por cento ante o mesmo mês do ano passado, um recuo frente a uma projeção na semana passada de alta de 1,2 por cento, segundo relatório nesta sexta-feira.
Já as precipitações na região das hidrelétricas do Sudeste tiveram estimativa mantida em 105 por cento da média histórica, enquanto no Nordeste a previsão subiu para 47 por cento, ante 42 por cento anteriormente.
As chuvas positivas e a expectativa de carga menor ajudaram a reduzir o custo de operação previsto para o sistema, o que derrubou os preços spot da eletricidade, o chamado Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).
O PLD para a próxima semana caiu 8 por cento no Sudeste e 7 por cento no Sul, com retração ainda maior no Nordeste e no Norte, de 10 por cento e 14 por cento, respectivamente, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que calcula as cotações.
O PLD médio do Sudeste ficou em 162,95 reais por megawatt-hora, ante 176,64 reais na semana anterior, enquanto no Norte, onde houve a maior queda, o preço foi para 142,37 reais, contra 165,52 reais na semana anterior.