La Niña de intensidade forte, mas sem prejuízos para produção no Brasil
O climatologista Luiz Carlos Molion conversou com o Notícias Agrícolas nesta segunda-feira (18) para destacar os desdobramentos do La Niña neste ano e suas possíveis implicações para a safra brasileira.
De acordo com Molion, o La Niña está confirmado e deve ser de forte intensidade, mas, de acordo com os padrões de similaridade, ele "não vê problemas para a produção no Brasil" no horizonte.
Ele destaca que as temperaturas no Oceano Pacífico estão cerca de -3°C a -4°C abaixo da média. Considerando a sua extensão e a sua produtividade, são cerca de 8 milhões de km³ de água que estarão sob o resfriamento, ficando difícil um aquecimento até o mês de março. Assim, ele aposta na força do fenômeno, que deve durar até março ou abril de 2018.
O segundo semestre também deve entrar em um La Niña mais fraco a partir do mês de outubro, durando até março de 2019. Depois, em 2019 e 2020, o El Niño deverá marcar presença - contudo, este será mais fraco do que nos anos 2005 e 2006.
Molion parte de padrões de similaridade com o El Niño de 1997 e 1998 para identificar essas afirmações. Estes padrões indicam que, embora haja a redução do volume de chuvas, a produção não deve ficar comprometida no país. De janeiro a março, com exceção da fronteira do Brasil com a Bolívia, que poderá ter uma redução de chuvas de 20%, o padrão de chuvas deve ser dentro da normalidade ou com chuvas de 10% a 30% acima da média.
A condição, assim, não é ruim para a produção agrícola do país, mesmo para o período de safrinha: as chuvas deverão se reduzir entre os meses de abril a junho, mas as reservas hídricas do solo podem auxiliar no desenvolvimento.
Além disso, a possibilidade de um veranico também é menor, já que há uma grande circulação global de frentes frias próximas à região equatorial, fator que deve ser de grande influência para ambos os hemisférios.
Ao final da entrevista, o climatologista também respondeu a perguntas dos produtores.
3 comentários
Confira a previsão do tempo para este final de semana Sábado (23) e Domingo (24) para todo o Brasil
Chuvas devem voltar ao Matopiba nos próximos 5 dias, mas partes do MS, PR e SP seguem secas
Confira a previsão do tempo para esta sexta-feira (22) para todo o Brasil
Monitoramento do Inmet mostra chuvas mais fracas em áreas de Mato Grosso do Sul e Paraná, e previsão é de anomalia negativa nos próximos dias
Confira a previsão do tempo para esta quinta-feira (21) para todo o Brasil
Confira a previsão do tempo para esta quarta-feira (20) para todo o Brasil
José Eduardo da Silva Janaúba - MG
Concordo com o dr Molion, no semi-árido vamos ter muita chuva neste periodo de 2017 até 2020.
Júlio Pedro Bertagnolli Borella Passo fundo - RS
Com certeza estamos sofrendo já a ocorrência do fenômeno. Aqui no norte do Rio Grande do Sul as chuvas estão muito irregulares e temos lugares sem chuva há 30 dias. As frentes frias são muito fracas e não chegam à nossa região, qdo chegam só algumas garoas. Vai ser uma safra com grandes quebras com certeza , pelo menos aqui no RS.
Amon Ra
Interessante as analises do Dr Molion, pois, de todas as noticias que vem circulando nos meios de comunicação, ele foi o único que apresentou dados plausíveis de analise... e desde o começo do ano já vinha afirmando sobre a ocorrência de la nina e sua atuação, ao contrario dos demais institutos que em março falavam de el nino. Ele, fazendo suas projeções por similaridade, acerta mais que os modelos matemáticos.
Faz quatro anos que trazemos Dr Molion pra nos adiantar sobre o clima e estamos satisfeitos com o indice de acertos nos seus prognósticos.
No sul do Maranhão as condicionantes para o La Ninã estão instaladas. 400 mm em quinze dias, com cinco eventos. No Sul do Brasil já aparecem bolsões secos, como no norte do RS e PRr. Então o La Niña que Dr Molion sempre prognosticou está aqui .
Amon, os institutos falavam em neutralidade não em La Niña (só pra deixar seu comentário ainda mais coerente). Parabéns ao Dr. Luiz Molion que vem aprimorando sua metodologia e contribuindo com o acerto nas previsões.