Mesmo com pandemia, consumo interno de café subiu 1,34% em 2020; custo da indústria está, pelo menos, 30% mais caro em 2021

Publicado em 11/03/2021 15:51
Celírio Inácio da Silva - Diretor Executivo da ABIC
Levantamento da ABIC mostra que cenário foi positivo para o café, mesmo com pandemia. Setor, no entanto, segue com incerteza para consumo em 2021

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Entrevista com Celírio Inácio da Silva - Diretor Executivo da ABIC sobre o Consumo Interno de Café Registrou Crescimento

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Veja o relatório completo divulgado pela Associção Brasileira da Indústria de Café: 

 

A Associação Brasileira da Indústria de Café - ABIC divulga dados que mostram como o café é  importante para a mesa dos brasileiros e a indústria nacional. Os números de consumo  revelam que, apesar da crise econômica gerada pela pandemia e que afetou diversos setores  em 2020, a procura por café seguiu seu ritmo de crescimento: registrou 1,34% de alta em  relação ao mesmo período analisado no ano anterior.  

Em relação à indústria, a ABIC revela dados de uma pesquisa qualitativa inédita, a primeira  realizada em duas décadas no Brasil, que mostra que 82% do setor é composto por micro e  pequenas empresas e a produção industrial se concentra no Sudeste (76,6%). 

O consumo interno de café no país registrou crescimento em 2020: foram 21,2 milhões de  sacas entre novembro de 2019 e outubro de 2020, o que representa uma alta de 1,34% em  relação ao período anterior, que considerou dados de novembro de 2018 a outubro de 2019.  

Os números coletados pela ABIC revelam ainda que, no ano passado, o Brasil manteve a  posição de segundo maior consumidor de café do mundo. Dados da última pesquisa realizada  pela Euromonitor, em 2019, destacam o país como maior mercado mundial em volume total  de café como bebida quente. Quando analisado o consumo per capita, observa-se que, em  2020, ele foi de 5,99 kg por ano de café cru e 4,79 kg por ano de café torrado. O bom  desempenho na mesa do consumidor teve impacto direto na indústria: as empresas  associadas à ABIC registraram um crescimento de 2,19% no período. 

Atualmente, as indústrias associadas respondem por 72,4% da produção do café torrado (grão  e moído) e representam 85,4% de participação (share) no mercado . A ABIC registra em seu  banco de dados mais de 3.000 produtos certificados.

O estudo qualitativo realizado pela ABIC, e que traz um perfil da indústria produtora de café no  Brasil em 2020, mostra que 82% do setor é composto por micro e pequenas empresas. Os  números mostram que 70% delas operam com administração exclusivamente familiar. 

Como são pequenos, 80% desses negócios têm até 19 colaboradores e contam com  capacidade de produção de até 2000 sacas por mês. Para se ter uma ideia, há 20 anos, os  pequenos produtores representavam apenas 33,4% dos industriais. 

“É importante entendermos como a nossa indústria está organizada para identificarmos como  podemos auxiliar na melhoria do parque industrial e na estruturação desses negócios,  consequentemente oferecendo um produto com ainda mais qualidade para o consumidor”,  explica Ricardo Silveira, presidente da ABIC. 

Os dados de 2020 revelam ainda que a terceirização cresceu de 2% para 7%, mas as produções  próprias ainda são a maioria em 93% dos pesquisados. E os principais canais de distribuição  são supermercados regionais, redes médias e pequenos varejos que representam, juntos, 57,6% do faturamento das indústrias. 

Café torrado e moído segue como produto de maior impacto nos faturamentos 

O café torrado e moído continua reinando absoluto, com impacto de 81,4% no faturamento  das empresas. Mas, apesar de estar em segundo lugar, o tipo torrado em grão saltou de 3,4%  de participação em 2000 para 15% em 2020. Em relação ao tipo de embalagem para café  torrado e moído, a almofada continua liderando, com 80,3%, e a embalagem à vácuo, que  representava 40%, caiu para 10,2%. 

Outro crescimento impressionante é o da fonte de aquisição de matéria-prima para a  produção de café. Em 2000, a compra realizada diretamente do produtor representava apenas  25,4% do total e atualmente responde por 71%.

Produção industrial tem concentração no Sudeste 

A pesquisa mostra ainda que a produção industrial está bastante concentrada no Sudeste, que  detém 76,6% do mercado. Em segundo lugar vem o Nordeste, com 15,4%. Para distribuir o  café desenvolvido nas empresas, 62% dos associados usam frota própria. 

Com o desenvolvimento do setor industrial no Brasil, a ABIC comemora a conscientização  sobre a importância nos cuidados com o produto que é entregue ao consumidor e também com o meio ambiente. De acordo com a pesquisa, 34% das empresas já implantaram  programas de sustentabilidade nas suas unidades.  

Já a certificação de produtos de alta qualidade, com o uso dos selos da ABIC, teve alta de 85% nos últimos cinco anos. Atualmente, a ABIC certifica mais de 3.000 produtos quanto à pureza,  sendo 1.041 produtos com a categoria de qualidade certificada, e realiza mais de 5.000  análises para o monitoramento do mercado. 

Inovação e Tecnologia 

A ABIC lançou o aplicativo ABICAFÉ, que permite que os usuários façam uma rápida  consulta no momento da compra para checar se o produto que eles pretendem  adquirir é certificado e atende aos padrões exigidos de pureza e qualidade. Essa  iniciativa reflete uma série de esforços da ABIC para buscar soluções e ferramentas  que auxiliem no desenvolvimento do agronegócio café.  

 

 

 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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