Brasil pode bater recorde nas exportações de carne bovina em outubro, caso o ritmo de vendas continue aquecido

Publicado em 11/10/2019 15:39
Felippe Reis - Analista da Scot Consultoria
No acumulado de janeiro a setembro, o Brasil já exportou mais de 1 milhão de toneladas de carne bovina in natura. A expectativa é que o total embarcado em outubro fique em torno 184 mil toneladas, sendo que na primeira semana do mês o volume exportado ficou em 8 mil toneladas por dia.

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Entrevista com Felippe Reis - Analista da Scot Consultoria sobre o Mercado do Boi Gordo

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Com a China se consolidando com o principal exportador de carne bovina do Brasil, a tendência é que o total exportado fique em torno de 184 mil toneladas até o final deste mês. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a primeira semana deste mês registrou com uma média de 8 mil toneladas por dia.

Segundo o Analista de Mercado da Scot Consultoria, Felippe Reis, o Brasil já exportou mais de um milhão de toneladas de carne bovina in natura de janeiro a setembro. “Todos os meses, nós exportamos acima de 100 mil toneladas e nunca registramos um cenário tão positivo como este”, afirma.

O governo brasileiro está investindo na abertura de novos mercados na Ásia para exportar a carne bovina, suína e de frango. A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou que a efetiva abertura de mercado da Indonésia para a carne do Brasil está próxima, mas que ainda faltam alguns detalhes do acordo do Certificado Sanitário Internacional (CSI) que precisa ser firmado pelos dois países.

A capital da Indonésia, Jacarta, já habilitou dez plantas frigoríficas brasileiras a exportar carne bovina in natura, sendo cindo da Minerva, quarto da JBS e um da Marfrig. A expectativa é que futuramente a demanda do país fique em torno de 200 mil toneladas por ano com um preço de US$ 3,8 mil por tonelada, segundo as informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

De acordo com as informações do Valor Econômico, os importadores da indonésia demonstraram interesse em comprar 30 mil toneladas até o final deste ano. Porém, algumas fontes já dizem que em 2020 o volume embarcado pode chegar a 100 mil toneladas. “A Indonésia pode vir a se tornar o segundo maior mercado de carne bovina do Brasil – depois da China, é claro”, disse o Diretor de Relações Institucionais da Minerva, João Sampaio, ao Valor Econômico.

 De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, os preços praticados para o boi destinado a China estão ao redor de R$ 166,00/@. “Isso mostra como os frigoríficos estão em busca de animais para o mercado chinês. Para atender a demanda, os animais precisam ser jovens com até quatro dentes”, relata o analista.

Japão

Outro mercado asiático muito promissor é o Japão, mas que o Ministério da Agricultura destaca que as negociações tende a demorar. Tendo em vista, que o mercado japonês é um dos mais exigentes para importar alimentos. O Japão informou que deve enviar nos próximos meses ao Brasil uma missão sanitária para auditar frigoríficos.

As visitas devem ocorrer no estado do Paraná, Santa Catarina, Goiás e Rondônia. “As negociações com o Japão estavam paradas até o começo do ano. Mas retomamos as conversas com a nossa visita ao país, em maio, e eles deverão enviar uma missão sanitária. Mas faremos tudo com calma, não é algo para curto prazo”, disse ao Valor o secretário de Relações Internacionais do Ministério Agricultura, Orlando Leite Ribeiro, que acompanhou Tereza Cristina no primeiro dia da Anuga.

Mercado interno

Em função da oferta de animais estar restrita há algumas semanas, as referências para a arroba estão se mantendo com preços firmes e ao redor de R$ 163,00/@, no prazo e livre do funrural. Os animais do segundo giro do confinamento entrando no mercado não vão ser suficientes para suprir a demanda, esse cenário não iria alterar os patamares de preços atuais.

Com relação as escalas de abate, as empresas de maior porte contam com escalas de sete a nove dias. No caso dos frigorificos que atendem o mercado interno estão com dificuldade em para preencher as progrmações, que estão ao redor de cinco dias úteis. 

O mercado de reposição vem registrando altas desde 2018, somente em junho a julho deste ano que houve uma retração motivada pela a suspensão dos embarques de carne à China. Nos últimos sete dias, o mercado ganhou um fôlego a mais com o retorno das chuvas. "O mercado de reposição registrou altas mais intensas do que o boi gordo. Os preços variam dependendo da categoria e região, mas de uma maneira geral pode ter animais próximos de R$ 2.200 por animal", comenta. 

Outro fator que tem chamado atenção são os preços da carne no atacado que desde agosto vem registrando um movimento de alta. “Nós primeiros onze dias de outubro, a cotação do boi casado castrado registrou uma alta de 5,6% e está precificado em torno de R$ 11,40/kg", destaca. 

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Por:
Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Alvaro Andrade Biollo Maringa - PR

    De que adianta recorde de exportações na pecuária se o lucro do produtor é insignificante ou até prejuízo?, quem ganha são somente os exportadores, como sempre...

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    • Cassiano aozane Vila nova do sul - RS

      O pecuarista é a parte fraca da corda..., temos pouca concorrência de empresas (monopólio) para que termos condições de barganhar preços..., outra coisa, os relatórios de quantidades de animais a campo precisam ser atualizados no campo..., soube de um município pequeno em minha região no qual os fiscais da inspetoria veterinária averiguaram uma diferença de 3.000 cabeças, a maioria derivada de espólios e mortes não baixadas... essas adequação seria importante para mostrar a realidades do rebanho... pois quem tem boi na ficha e não tem no campo não consegue competir por financiamento nos bancos.., e, o mais importante, tornaria mais difícil esquentar boiada furtada (!!!).

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    • elias araujo rocha filho Iporá - GO

      Empresas exportadoras (monopólio) ganhando muito, sem permitir que seu lucro chegue aos pecuaristas,... estes, mesmo procurando praticar uma pecuária mais intensiva, estão no prejuízo.... Arroba permanece estável há anos. Reposição impossível. Criador não tem como abaixar os preços, pelo aumento nos custos. Resultado: as empresas dando um tiro no pé... matando a galinha dos ovos de ouro... e os pecuaristas arrendando suas terras para soja, quando podem.

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    • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

      Monopólio na pecuária conquistado com dinheiro público. Vejam onde estavam os pecuaristas..., na mão de empresas que estavam na mão de um governo socialista.

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    • Cassiano aozane Vila nova do sul - RS

      Buenas ,sobre meu comentário ,o editor do na se equivocou ,onde digi animais na ficha e não no campo é que esses produtores usam os bois no papel pra financiar custeio e investimentos pecuários sem ter os animis ni campo, tirando recursos de que tem boi na ficha e no campo, SS inspetorias deveriam combater o boi papel ,isso reduziria a oferta virtual se boiada .

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    • EDMILSON JOSE ZABOTT PALOTINA - PR

      Todos os produtores das demais cadeias produtivas de proteínas animais ( peixe, leite , suíno e frango) estão trabalhando sem a mínima margem de lucro , diante da necessidade de adequações necessárias para que as plantas frigorificas mantenham seus mercados nacionais e internacionais . Estas sim a cada dia conseguem melhores preços e mercados , enquanto que o produtor corre todos os riscos e fica com os passivos ambientais e trabalhistas por sua conta .

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      Realmente somos o pedaço da corda mais fraca, a JBS quitou sua dividas com os bancos nacionais com 2 anos de antecedência. De um lado o setor está estagnado e do outro lado da-se muito lucro.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Na minha opiniao, dois fatos corroboram para que o pecuarista continue ganhando muito pouco.... 1) A cada dia que passa constatamos que frigorificos maiores tomando conta do mercado e dominando o preço da arroba... 2) O preço da carne de frango e de porco e' menor que o preço da carne bovina...

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