Semana começa lenta para os negócios com o boi gordo mas mantém cenário de oferta restrita de animais e demanda interna fraca para carnes
A semana começa sem grandes movimentações no mercado do boi com comercializações entre R$ 145,00/@ e R$ 149,00/@ valores bem próximos ao indicador Esalq de R$ 147,16/@ para sexta-feira (27) em São Paulo.
"Como no final da semana passada, o começo dessa semana mostra um mercado com oferta restrita e ainda com aquele movimento do pecuarista segurando o boi no pasto em busca de preços melhores", explica Caio Toledo Godoy, da XP investimentos.
Além disso, os produtores buscam melhores preços, haja vista o elevado custo nos animais de reposição, custos esses que podem interferir na oferta a longo prazo. Segundo Godoy, todos os custos do pecuarista subiram, "a reposição, os insumos, então ele só vai trocar se essa troca for remuneradora", explica.
Nesse cenário a oferta do frigorifico fica ainda mais apertada, fazendo com que eles paguem de R$ 1 a R$ 2 reais acima do preço de base para conseguir os animais. Contudo, as margens da indústria também seguem apertadas e sem condições de bancar maiores altas no preço da arroba.
Godoy explica que para garantir rentabilidade aos frigoríficos, o preço do boi casado precisaria estar na casa dos R$ 9,82 contra os R$ 8,98 praticados atualmente. Sendo assim, os frigoríficos ainda não pararam suas atividades, mas "abatem em menor quantidade".
Ainda assim, o mercado tem esperança de melhora na demanda por parte das exportações. "Nós teremos os números de março divulgados a partir das 15h, e até semana passada nós tínhamos expectativa de 79,6 mil toneladas", ressalta Godoy.
Para ele, caso ocorra uma melhora na demanda externa, a tendência é que os frigoríficos acompanhem esse movimento e paguem mais pela arroba para não deixar de abater.
"Deve haver uma manutenção nos preços a curto prazo, mas para o segundo semestre a expectativa é de preços mais altos, principalmente para o boi outubro", explica Godoy.
A reposição é cotada a R$ 150,00/@ na média para São Paulo e há espaço para novas alta em função de possibilidade de melhora na exportação. De acordo com Godoy "o outubro esta subindo principalmente em cima de uma expectativa de melhora e uma possível restrição de oferta ainda maior por conta do confinamento", afirma.
Além disso, os produtores de boi magro e bezerros também realizam o movimento de retenção desses animais no pasto, buscando elevações nos preços.
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