Falta de glifosato intensifica preocupações e gera questionamentos da cadeia produtiva; entenda
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Entrevista com Eduardo Lima Porto - Diretor da LucrodoAgro sobre a crise nos insumos
Na última sexta-feira (11), a Bayer internacional trouxe um comunicado oficial afirmando que problemas de "força maior" terá problemas com a oferta de glifosato. Dificuldades com uma falha mecânica de um de seus fornecedores foram comunicadas, as quais deverão ocasionar "substanciais reduções de produção".
Na sequência, veja a íntegra do comunicado traduzido e, abaixo, a nota oficial da Bayer Internacional, em inglês, assinada por Udo Schneider, Global Head de Manufatura de Ingrediente Ativo.
"A quem possa interessar
RE: Glifosato/Anúncio de Situação de Força Maior
Estou escrevendo para você hoje para notificá-lo da seguinte situação, que constitui um evento de Força Maior para a Bayer: um de nossos principais fornecedores de matérias-primas sofreu uma falha mecânica em sua fábrica e que leva a uma redução substancial nas taxas de produção. A partir de agora, dada a notificação do fornecedor esperamos que os reparos desta linha de produção levem cerca de três meses.
Como resultado deste evento de Força Maior, a capacidade da Bayer de fornecer seus clientes com glifosato ou produtos contendo glifosato conforme acordado em determinados contratos ou sob ordens de compra aceitas foi impactado. Pedimos desculpas por esse impacto, mas esperamos que você compreenda que esta situação está além do nosso controle razoável.
A Bayer coopera perfeitamente com o referido fornecedor-chave e outros parceiros de
confiança para limitar o impacto ao mínimo possível.
Enquanto trabalhamos para mitigar o déficit e entender melhor a situação e seu impacto em nossos clientes, retornaremos a você com informações adicionais assim que pudermos.
Obrigado por sua compreensão e sua parceria contínua em trabalharmos juntos neste desafio.
Atenciosamente,
Bayer AG
Dr. Udo Schneider
Global Head de Manufatura de Ingrediente Ativo"
O diretor da LucrodoAgro, Eduardo Lima Porto, em entrevista ao Notícias Agrícolas, fez alguns questionamentos em torno do comunicado da Bayer, principalmente sobre o conceito de "força maior", já que, como explica o especialista, considerado força maior são situações como catástrofes promovidas por intempéries climáticas ou conflitos bélicos, por exemplo.
"Estamos vendo mais uma situação inédita, que poderia ser chamada até de inovação. O grande produtor mundial de glifosato chamar de força maior uma falha mecânica de um fornecedor", afirma Lima Porto. "Tenho muita dificuldade em entender falha mecânica como uma força maior".
O executivo levanta ainda os questionamentos em relação ao cumprimento dos contratos já firmados para a entrega de glifosato com alguns produtores e que poderão não ser cumpridos no tempo previsto e em como a situação seria tratada caso as condições fossem de não entrega de grãos por parte dos produtores.
"Como fica a situação do produtor nesta conjuntura? Essas situações precisam ser questionadas. E eu acho que problemas de dimensões como estas sempre abrem oportunidades. A primeira delas é realmente batalhar pela maior flexibilização de contratos em que a legislação permitisse o produtor fazer importações diretas. Isso é um direito absolutamente legítimo", diz.
O Notícias Agrícolas já entrou em contato com a Bayer e estamos esperando informações mais detalhadas por parte da companhia.
POSICIONAMENTO DIVISÃO AGRÍCOLA DA BAYER - Atualizado às 17h40 (Brasília)
O mercado de produtos químicos agrícolas em todo o mundo está vivenciando um cenário historicamente desafiador devido à complexidade nos fluxos comerciais globais, à pandemia e a eventos climáticos extremos – incluindo o furacão Ida, nos EUA, em outubro de 2021 – que continuam a pressionar a oferta de produtos.
Em todas essas situações, a Bayer tem trabalhado com seus clientes em todo o mundo para ajudar a gerenciar suprimentos e melhor atender às suas necessidades.
Recentemente, um fornecedor de uma matéria-prima necessária para produzir glifosato sofreu uma falha mecânica que poderá causar impactos em nossa produção global do ingrediente ativo para a fabricação de glifosato. Para o mercado brasileiro, a Bayer está trabalhando para reduzir ao máximo possíveis impactos no fornecimento dos produtos da marca Roundup.
Reforçamos que continuaremos a trabalhar diligentemente com nossos clientes para atender às suas necessidades e ajudá-los a ter uma temporada de sucesso.
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Geraldo Emanuel Prizon Coromandel - MG
Galvan tem razão, estão querendo forçar a implementação das soja resistentes a outros produto, tornando o produtor rural sempre refém do pagamento de royalties.
Passa ano, passa década e o que vejo: nós agricultores, as cooperativas, as nossas entidades, acreditando que essas grandes empresas de vendas de insumos (quinicos, sementes, fertilizantes,maquinários, etc) ... são empresas boazinhas. Temos que parar de ser inocentes, essas empresas estão nos dominando, só temos lucro quando elas deixam. Precisamos acordar e voltar a investir em produção de sementes, fabricação de quimicos e exploração de fertilizantes.
Concordo
Leder vianney batista São Paulo - SP
Outra excelente entrevista com o Eduardo Lima Porto. Muito estranho uma empresa do porte e estrutura da Bayer invocar de forma tortuosa a clausula " Force Majeure "nesta situação.