Mercados voltam à calmaria, à espera das compras chinesas já a partir desta madrugada
Fed sinaliza redução de compra de títulos "em breve", alta de juros passa para 2022
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve abriu caminho nesta quarta-feira para reduzir suas compras mensais de títulos "em breve" e sinalizou que aumentos de juros podem se seguir mais rapidamente que o esperado, com nove das 18 autoridades do banco central norte-americano projetando que os custos de empréstimos precisarão aumentar em 2022.
As ações, incluídas no comunicado de política monetária do Fed e em projeções econômicas separadas, representam uma guinada "hawkish" (mais propensa ao aperto monetário) por um banco central que vê inflação a 4,2% neste ano, mais que o dobro de sua meta, e está se posicionando para agir contra ela.
A atual meta para a taxa de juros foi mantida em intervalo de 0% a 0,25%.
Embora reconheça que o novo surto da pandemia desacelerou a recuperação de algumas áreas da economia, indicadores em geral "continuam a se fortalecer", disse o Fed em um comunicado unânime.
Se esse avanço continuar "como esperado, o Comitê julga que a moderação no ritmo de compras de ativos pode ser em breve justificada", disse o Fed.
A sinalização de que o Fed começaria em breve a reduzir suas compras mensais de 120 bilhões de dólares em títulos que vem fazendo para conter o impacto da pandemia era amplamente esperada.
Mas foi em sua perspectiva econômica mais ampla que as autoridades do Fed fizeram uma mudança menos esperada.
A perspectiva para a inflação saltou em 0,8 ponto percentual para 2021, a 4,2%, e a taxa de desemprego estimada para o final do ano aumentou. Por sua vez, duas autoridades anteciparam para 2022 o cronograma projetado para elevação da taxa de juros do atual nível perto de zero, o suficiente para aumentar a mediana das projeções para 0,3% para o próximo ano.
Governo melhora projeção para déficit primário em 2021 a R$ 139
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia melhorou nesta quarta-feira sua projeção de déficit primário para o governo central em 2021 a 139,4 bilhões de reais, diante da perspectiva de maior arrecadação e recebimento de royalties e dividendos, conforme relatório bimestral de receitas e despesas.
A pasta também previu que a dívida bruta fechará o ano em 81,2% do PIB, ante 88,8% em 2020, caindo a 79,8% do PIB em 2022.
O relatório anterior, de julho, apontava déficit primário de 155,4 bilhões de reais para este ano, correspondente a 1,8% do PIB. Agora, o rombo é estimado em 1,6% do PIB.
De um lado, o governo aumentou a projeção de receitas líquidas em 31,5 bilhões de reais, a 1,508 trilhão de reais.
Contribuiu nesse sentido o crescimento de 19,5 bilhões de reais visto para receitas não administradas pela Receita Federal, sensibilizadas sobretudo pelo aumento esperado no recebimento de dividendos (+7,9 bilhões de reais) e com a exploração de recursos naturais (+7,7 bilhões de reais), linha que é afetada principalmente por royalties de petróleo.
O governo também elevou a perspectiva para a arrecadação em 2021 com impostos (+9,6 bilhões de reais) e para o Regime Geral de Previdência Social (+10,2 bilhões de reais).
O cálculo para as despesas no ano também foi elevado no relatório, com alta de 15,5 bilhões de reais, a 1,647 trilhão de reais. Neste caso, o principal impacto veio do ajuste para cima de 9,1 bilhões de reais nas despesas com créditos extraordinários, a 134 bilhões de reais.
Segundo o relatório, a despesa primária como proporção do PIB fechará o ano em 19%, abaixo do patamar realizado em 2018 (19,3%).
"A tendência é de queda para 2022, quando, de acordo com o projeto de Lei Orçamentária Anual, poderá atingir 17,5% do PIB, percentual inferior ao observado em 2014 (18,1%). Essa tendência mostra a efetividade da principal âncora fiscal do país, o teto de gastos", defendeu o Ministério da Economia.
FMI diz que economia brasileira está se saindo melhor do que o esperado e mantém projeção para PIB
NOVA YORK (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional disse nesta quarta-feira que o desempenho econômico do Brasil tem sido melhor do que o esperado "em parte devido à resposta enérgica das autoridades" à medida que a economia emerge da desaceleração causada pela pandemia.
A previsão do Fundo para o crescimento econômico da maior economia da América Latina é de expansão de 5,3% do Produto Interno Bruto em 2021, inalterada em relação à estimativa de julho.
Acordo da Evergrande sobre dívida doméstica acalma preocupações imediatas de contágio
CINGAPURA/XANGAI (Reuters) - A China Evergrande concordou nesta quarta-feira em acertar o pagamento de juros de um título doméstico, enquanto o banco central da China injetou dinheiro no sistema bancário, aliviando temores de um contágio iminente da endividada incorporadora imobiliária.
A Evergrande, maior emissora de títulos "junk" (com baixa classificação de crédito) da Ásia, está tão envolvida com a economia da China que seu futuro deixou os mercados globais de ações e de títulos aflitos, já que atraso no pagamento poderia provocar o chamado "cross default", vencimento antecipado de uma dívida devido a outra inadimplência.
Em um esforço para acalmar os investidores, o Banco do Povo da China injetou 90 bilhões de iuanes no sistema bancário, sinalizando suporte aos mercados conforme eles se preparam para o que deve ser uma das maiores reestruturações de dívida da China.
A Evergrande busca evitar dar calote em uma série de títulos com pagamentos nesta semana e sua principal unidade, a Hengda Real Estate Group, afirmou nesta quarta-feira que "resolveu" o pagamento de um cupom a vencer na quinta-feira através de "negociações privadas".
Ela não especificou quanto ou quando vai pagar, e a Hengda também não mencionou outras dívidas da Evergrande, deixando incerto o que isso significa para os pagamentos de 83,5 bilhões de dólares em juros de títulos negociados em dólar que vencem na quinta-feira.
A Evergrande não respondeu imediatamente a perguntas sobre seu acordo ou suas intenções.
Mas o movimento, somado à promessa do presidente Hui Ka Yuan esta semana de "sair deste momento mais sombrio", animou os investidores e aliviou os mercados.
"Esses eventos parecem sugerir que a empresa está assumindo controle da situação e tentando seu melhor para encontrar uma solução com os credores", disse Dexter Tan, analista sênior de renda fixa da Bondsupermart.com.
Ações europeias sobem por alívio com Evergrande e antes de Fed
(Reuters) - As ações europeias subiram nesta quarta-feira, depois de a endividada incorporadora China Evergrande informar que faria alguns pagamentos de juros, enquanto investidores aguardavam comentários do banco central norte-americano sobre um cronograma para redução de estímulos.
As ações da Evergrande listadas em Frankfurt saltaram 41,0%, após atingirem mínimas em vários anos na sessão anterior.
A incorporadora disse que faria um pagamento de cupom de seus títulos domésticos, oferecendo alívio a investidores preocupados com inadimplência de pagamentos após problemas financeiros.
"Foi outra sessão positiva para as ações europeias, à medida que as preocupações com a queda da Evergrande continuam diminuindo após o acordo desta manhã sobre alguns de seus cupons de títulos domésticos", disse Michael Hewson, analista-chefe de mercado da CMC Markets.
"Apesar dessa pequena ruga, os mercados parecem estar trabalhando com a ideia de que o problema foi contido. Esperemos que eles estejam certos."
O índice de viagens e lazer na Europa subiu 2,5%, para uma máxima em 14 semanas. A empresa britânica de apostas e jogos esportivos online Entain saltou 5,1%, ao revelar uma proposta de aquisição de 22,4 bilhões de dólares da rival DraftKings, com sede em Boston.
O índice europeu STOXX 600 subiu 1,0%, estendendo a recuperação de terça-feira, após sua pior sessão em dois meses, com ações vinculadas a commodities e bancos liderando os ganhos.
Enquanto isso, o Federal Reserve conclui sua reunião de política monetária de dois dias nesta quarta, com investidores esperando que o banco central norte-americano abra caminho para cortes em suas compras mensais de ativos ao fim deste ano e atualize suas projeções de inflação e crescimento.
Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,47%, a 7.083,37 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,03%, a 15.506,74 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,29%, a 6.637,00 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,44%, a 25.717,46 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,60%, a 8.808,40 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 2,22%, a 5.388,03 pontos.
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