Soja: Mesmo com prêmio alto, Junho não passa de R$ 160; atenção com o dólar, que pode recuar
O dólar devolve perdas em linha com o exterior
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar perdido para trás nesta terça-feira como perdas resultantes na esteira de dados mais fracos sobre o norte-americana, acompanhando piora no apetite internacional por risco, enquanto a conjuntura política doméstica mantinha ou real sob pressão.
Às 11:24, o dólar avançava 0,13%, a 5.2305 reais na venda, depois de ir a 5,2533 reais no máximo do pregão.
Mais cedo, a divisa norte-americana chegou a ser negociada em território negativo. Na mínima do dia, atingida pouco depois das 9h30, o dólar caiu 0,47%, a 5.1990 reais na venda, após o Departamento do Trabalho norte-americano informar que o núcleo dos preços ao consumidor nos Estados Unidos subiu no ritmo mais lento em seis meses em agosto.
No exterior, Wall Street abriu em alta e o índice do dólar a cair 0,32% na esteira dos dados --que elevou as expectativas de que o Federal Reserve terá paciência ao reduzir estímulos--, mas os principais índices norte-americanos já devolveram seus ganhos e a moeda norte-americana mostrava baixa de apenas 0,08% contra uma cesta de rivais fortes [.NPT].
Enquanto isso, o cenário doméstico segue impondo incertezas em várias frentes, segundo especialistas.
Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama Investimentos, ressaltou que "ano que vem é ano eleitoral, um especialmente complicado. O país está muito rachado, e, historicamente, em anos eleitorais, o dólar sobe".
Para o economista, um dólar entre 5,20 e 5,30 reais é "razoável" para o momento presente, mas a divisa pode buscar os 5,50 reais no ano que vem, em meio ainda a dúvidas sobre como será resolvida a conta de precatórios para 2022 e como caminhará uma agenda de reformas do governo.
"A volatilidade está abrindo (aumento), e mercado e incerteza não combinam", completou.
No radar nesta terça-feira também estava a notícia de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o BC provavelmente terá que atuar no câmbio por causa de demanda associada ao desmonte do "overhedge" (proteção cambial adicional dos bancos) não fim do ano.
Na véspera, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário caiu 0,84%, a 5.2236 reais na venda.
PIB deve crescer apenas 0,5% em 2022 com juros e dólar mais altos, estimar Itaú
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú adotou projeções mais pessimistas para o crescimento econômico brasileiro tanto em 2021 quanto em 2022, ainda esperando, juros e dólar mais altos do que o estimado anteriormente.
Segundo nova revisão do cenário, o Itaú espera agora que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 5,3% neste ano e apenas 0,5% no próximo, ante referência anteriores de 5,7% e 1,5%, respectivamente.
A piora explicita na conta para 2022 é reflexo de expectativa de taxa Selic mais alta à frente, disse o Itaú em relatório assinado por seu economista-chefe, Mario Mesquita. O banco espera agora que os juros básicos cheguem a 9% ao final do atual ciclo de aperto monetário, ante estimativa anterior de 7,50%.
"O cenário inflacionário continuou se deteriorando e riscos elevados elevados", escreveu o Itaú, citando as pressões representadas pela crise hídrica e pela incerteza fiscal. "Nesse contexto, acreditamos que o Copom ainda não enxergará as condições para indicar a redução do ritmo de elevação da taxa Selic."
O Itaú espera que o Banco Central anuncie ao longo das próximas reuniões três elevações consecutivas de 1 ponto percentual e uma última alta de 0,75 ponto, de forma que a Selic chegue aos 9% em fevereiro de 2022. A projeção anterior era que o atual ciclo de aperto levaria a taxa básica de juros a 7,5%.
Também houve revisão para cima nas expectativas de informação, e o Itaú espera agora que o IPCA suba 8,4% neste ano e 4,2% no próximo. Antes, uma projeção era de altas de 7,7% e 3,9%, respectivamente.
"A atual mantida pressionada e com alta disseminada", alertou o banco. "As medidas de informação subjacente seguem rodando pressionadas e acima do compatível com um meta de informação, tanto em bens, que ainda não indícios de arrefecimento, quanto em serviços, já com sinais de aceleração em itens mais inerciais."
A meta de relatório para 2021 é de 3,75% e, para 2022, é de 3,5%, nos dois casos com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Sobre o cenário fiscal, o Itaú destacou um aumento dos riscos em meio à perspectiva de perdas com a reforma do Imposto de Renda, de maiores pressões para aumento do Bolsa Família e das dificuldades de conciliar o cumprimento do teto de gastos com a aceleração da informação .
Com o aumento das incertezas relacionadas à trajetória das contas públicas somando-se ao cenário já desafiador, o Itaú também elevou suas indicações para os patamares do dólar. A moeda norte-americana deve encerrar este ano em 5,00 reais e o próximo em 5,20 reais, disse o banco, contra mover anteriores de 4,75 e 5,10, respectivamente.
"Ainda acreditamos que há fundamentos importantes que justificam a apreciação (do real) em relação aos patamares atuais, entre eles a taxa Selic mais alta e os preços de commodities elevados ... No entanto, como incertezas domésticas (especialmente relacionadas à evolução das contas públicas nos anos anteriores) impedem uma apreciação mais expressiva da moeda ", afirmou o relatório.
Ações europeias fecham estáveis ??com pressão de mineradoras e papéis de luxo; otimismo sobre finanças esfria
(Reuters) - As ações fecham estáveis ??nesta terça-feira, com mineradoras, bancos e ações de luxo liderando como perdas, já que o otimismo sobre o arrefecimento dos Estados Unidos em agosto provou ser passageiro.
O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,01%, a 1.802 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,01%, a 468 pontos.
O setor de recursos básicos recuou 1,9%, enquanto o bancos cedeu 1,1%.
"Tendo começado de forma positiva ontem, o movimento dos preços de hoje parece em curso de seguir o padrão da semana passada, quando, depois de recuperar a segunda-feira, o sentimento se deteriorou com as preocupações sobre as margens de lucro em face da alta dos preços, levando certos setores a sofrerem mais pressão ", disse Michael Hewson, analista-chefe de mercados da CMC Markets UK.
Ações de luxo, como LVMH, Kering, Richemont e Burberry, recuaram entre 1,9% e 3%, acompanhando movimentos na Ásia em meio a preocupações sobre a propagação da Covid-19 na China.
Ainda assim, muitos estrategistas prosperam que as ações europeias têm um desempenho superior neste ano, devido à taxa relativamente alta de vacinação e recuperação do comércio em segmentos mais baratos do mercado, como bancos e energia.
Dados divulgados mais cedo que os preços ao consumidor dos EUA subiram ao ritmo mais lento em seis meses em agosto, sugerindo que um provavelmente atingiu seu pico, embora possa permanecer alta por um tempo em meio a persistentes restrições de oferta.
"Embora boletim tenhamos visto os mercados dispararem com a perspectiva de um Federal Reserve mais paciente, desde então vimos os dados percebidosem que os dados de hoje provavelmente não levarão o Fed a mudar de curso", disse Joshua Mahony, analista sênior de mercados do IG .
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,49%, a 7.034,06 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,14%, a 15.722,99 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,36%, a 6.652,97 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse / Mib teve valorização de 0,39%, a 26.027,07 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,41%, a 8.780,00 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,22%, a 5.389,93 pontos.
BC levará Selic aonde for necessário, mas não alterará plano a cada número que sair, diz Campos Neto
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central fará o que for preciso para levar a informação para os objetivos em meio ao avanço dos preços na economia brasileira, mas o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, frisou que isso não significa que o BC reagirá sempre a dados novos.
Ao falar no evento MacroDay 2021, promovido pelo banco BTG Pactual, ele destacou que o BC levará a Selic para onde for necessário, mas não irá alterar seu plano de voo a cada número de alta frequência que sair.
Segundo Campos Neto, choques consecutivos impactaram a Journal no Brasil e isso nunca aconteceu em período tão curto de tempo. Ele reconheceu que houve alta recente nos núcleos de informação, mas sublinhou que o BC esperava parte desse movimento em preços de serviços.
Questionado se a mensagem de que fará o que for necessário para a informação direcionada ao ciclo de alta da Selic e também ao ritmo desse aperto, ou somente ao ciclo, ele buscou esmiuçar a intenção do BC com a comunicação adotada.
"Quando a gente fala 'o que for necessário' (o que for necessário) basicamente a gente está querendo dizer o seguinte: a gente tem um instrumento na mão que vai ser usado da forma como ele precisa ser usado e a gente entende que a gente pode levar a Selic até onde precisar ser levada para que a gente tenha uma convergência da meta no horizonte relevante ", afirmou.
"Mas a gente também gostaria de dizer que isso não significa que o BC vai reagir, que vai ter mudanças no plano de voo, a cada dado de frequência alta que sai. Ou seja, algumas coisas a gente tem comunicado, já tinha antecipado, Algumas coisas de disseminação estão um pouco piores de fato na ponta, mas a gente tem um plano de voo que a gente olha num horizonte mais longo. Isso não significa que você não vai atingir o objetivo de estabilizar, de fazer a convergência da informação à frente ", completou.
A informação brasileira tem surpreendido para cima e nos 12 meses até agosto bateu em 9,68%, muito longe do teto da meta oficial para este ano - IPCA de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O cenário tem feito agentes de mercado ajustarem continuamente suas expectativas também para 2022, ano que integra com maior peso o horizonte relevante do BC. Na pesquisa Focus mais recente, a estimativa é de uma informação de 8% este ano e de 4,03% no ano que vem, acima do centro da meta que é de 3,5% para 2022, também com margem de tolerância de 1 , 5 ponto.
Em função do quadro, a projeção do mercado já é de que o BC terminará 2021 ajustando os juros básicos a um patamar mais alto: 8%, ante nível atual de 5,25% e uma taxa de 2% no início deste ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne na próxima semana para sua decisão para a Selic. Desde agosto a sinalização era de que uma autoridade antevia um novo aumento de 1 ponto percentual neste mês.
CÂMBIO
Durante sua participação no evento, Campos Neto também adiantou que o BC provavelmente terá que atuar no câmbio por conta de demanda associada ao desmonte do overhedge (proteção cambial adicional dos bancos) no final do ano.
Grande parte do fluxo cambial do portfólio que saiu do Brasil ainda não retornou, tendo sido direcionado para a Ásia, com grande parte capturado pela China, destacou o presidente do BC.
Ele avaliou que há quantidade grande de dólar que está representado e que pode voltar em algum momento e ponderou que parte da volatilidade que existe pode estar associada à demanda "muito grande" por questão pontual em torno da virada do ano, em referência à questão fazer overhedge.
"Provavelmente vai ser importante suprir, fazer intervenções (cambiais) que vão ao encontro de demanda pontual que a gente entende que vai ter no fim do ano. Então basicamente a mensagem é essa", disse.
Uma fonte com conhecimento direto do assunto disse à Reuters que a magnitude da demanda por dólares associados ao desmonte de overhedge é estimada em 15 bilhões de dólares, número que deve ser comunicado com mais precisão pelo BC à frente.
FISCAL
Campos Neto também voltou a dizer que há melhora no quadro fiscal brasileiro, com o resultado primário esperado para o próximo ano muito próximo de zero.
Ele repetiu avaliação feita recentemente de que o temor fiscal do mercado foi guiado por expectativas quanto ao possível viés eleitoreiro de programas do governo, com o entendimento de que seriam feitos apenas para viabilizar um Bolsa Família maior, pontuando ser importante virar essa página.
"(Na) parte de relacionamento com o Congresso, a gente vê que a gente conseguiu passar várias reformas, no entanto isso não se espelhou, não se traduziu numa queda no prêmio de risco, que isso é coisa que aos poucos vai se incorporando aos preços ", afirmou ele, reconhecendo haver à frente incerteza ligada às vantagens presidenciais.
"À medida que a gente passe uma tranquilidade no ambiente fiscal ... acho que a gente consegue recuperar parte desse prêmio de risco do ano passado", completou.
China quer internet "civilizada" e foco em "valores socialistas"
XANGAI (Reuters) - A China intensificará esforços para promover uma internet "civilizada", reforçando a supervisão a sites de notícias e plataformas online, encorajando valores socialistas, afirmou a agência de notícias estatal Xinhua nesta terça-feira.
Após anos de crescimento descontrolado e rápidas mudanças, os reguladores da China têm tentado fortalecer o controle sobre a sociedade com uma supervisão mais rigorosa em vários setores, como tecnologia, educação e entretenimento.
O ciberespaço deve ser usado para promover a educação sobre o Partido Comunista e seus feitos, segundo notícias publicadas pelo Conselho Estatal, segundo a reportagem da agência.
Tem que ser tomada uma posição clara contra o "niilismo histórico", definido como qualquer tentativa de usar o passado para questionar a liderança do partido ou a "inevitabilidade" do socialismo chinês, e bons valores morais devem ser promovidos, como casos que envolvem trabalhadores exemplares, disse.
Normas comportamentais no ciberespaço também devem ser reforçadas cultivando ética e regras em compliance com valores socialistas, disse, frisando o esforço para ajudar jovens a usar a internet de forma "correta" e "segura".
Como plataformas de internet precisarão melhorar a disciplina e a governança sobre plataformas de conteúdo como streaming ao vivo será fortalecida, com o público encorajado a participar da supervisão.
A revisão, revisão e implementação de leis como relacionadas a crimes cibernéticos e proteção de menores serão aceleradas, segundo publicou na Xinhua.
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