Soja recua na véspera do USDA desta sexta; nota de Bolsonaro derruba dólar e joga Ibovespa prá cima
Bolsonaro comemora queda do dólar após nota para amenizar crise
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta quinta-feira a forte queda do dólar ante o real após a divulgação de uma nota assinada por ele encarada por agentes do mercado como uma tentativa de pacificação dos ânimos após um acirramento nos atos do 7 de Setembro.
Na transmissão semanal por redes sociais desta quinta, o presidente disse esperar que a tendência do mercado se repita na sexta-feira, e lembrou o impacto do câmbio sobre o preço dos combustíveis.
Bolsonaro confirmou ter tomado a iniciativa de entrar em contato como ex-presidente Michel Temer, que o ajudou a redigir a nota, na qual o presidente afirmou que pessoas no poder não têm o direito de “esticar a corda” a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia, e que nunca teve a intenção de agredir quaisquer dos Poderes.
Pouco depois da divulgação do documento, o dólar despencou ante o real já na reta final dos negócios no mercado à vista.
O dólar à vista encerrou em baixa de 1,80%, a 5,2277 reais, maior queda percentual diária desde 24 de agosto passado (-2,25%). Na mínima da sessão, atingida após a divulgação da nota do presidente, a moeda tocou 5,222 reais (-1,91%). Pouco antes de o documento vir a público (por volta de 16h30), a moeda estava em queda de apenas 0,31%, a 5,3072 reais.
Na live desta quinta-feira, o presidente explicou ainda, dirigindo-se aos espectadores, que quer fazer a coisa certa e que, por isso mesmo, não atendeu a pedidos de uma resposta imediata a palavras “duras” como a do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
Site conservador “Brasil Sem Medo” diz que pacto já vinha sendo costurado há 3 semanas; Mercado adorou
De acordo com uma fonte do MDB consultada pelo site conservador Brasil Sem Medo, o posicionamento desta quinta-feira (09) do presidente Jair Bolsonaro seria parte de um acordo que já vinha sendo construído nas últimas três semanas entre o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG) e com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
De acordo com nota assinada pelo jornalista Fernando de Castro, do site conservador “Brasil Sem Medo” (criado pelo filófoso Olavo de Carvalho), o pacto de “não-beligerância”, após semanas de discussão, envolveu pontos de atuação de integrantes dos três poderes
Com a forte adesão popular em torno das manifestações do Dia da Independência, Bolsonaro buscou solidificar esse acordo, chamado internamente de “pacto de não-beligerância”, uma vez que a população nas ruas lhe conferiu uma subida de “status” na disputa entre Executivo e Judiciário.
Porém, cabe ressaltar que ainda não há previsibilidade em torno do cumprimento do que ficou acordado.
O “pacto” consistiria nos seguintes pontos:
Papel do Supremo Tribunal Federal:
– Ação no STF que pede derrubada dos decretos de armas será rejeitado ou terá um novo pedido de vista por parte de algum dos ministros;
– Inquérito dos atos antidemocráticos sai das mãos de Moraes e será assumido pela PGR;
– Nova regulamentação em torno da Raposa Serra do Sol (Marco Temporal)
A nível legislativo, a negociação incluiu:
Maior autonomia do Legislativo
– Aprovação de Emenda Constitucional para regulamentar um ponto da Constituição prevendo que o STF só atue em torno de ações que sejam constitucionais ou inconstitucionais, deixando o resto para o Legislativo ou até mesmo a instâncias inferiores do Poder Judiciário;
– Aprovação do ICMS fixo para combustíveis;
– Aprovação do Auxílio Brasil;
– Solução dos precatórios;
– Aprovação de André Mendonça para o STF.
Papel do Executivo
Nesse acordo, coube ao presidente Jair Bolsonaro esvaziar as manifestações dos caminhoneiros para evitar desabastecimentos e dar andamento a planos econômicos para reduzir inflação.
A nota vista como recuo nesta quinta-feira foi um ato simbólico com função de selar o acordo. Pelo fato do presidente estar mais em evidência por força das suas declarações, coube a ele dar uma sinalização pública de que aceitou os termos do acordo mobilizado pelo MDB.
Articulação política e Temer
No nível político, a participação do Michel Temer não foi à toa. Ela teve função de sinalizar que Bolsonaro avalizaria, no ano que vem, uma candidatura do emedebista para deputado federal e, afinal, presidir a Câmara dos Deputados após o biênio de Arthur Lira.
A intenção de Temer em disputar um cargo no Legislativo vinha ficando clara com a maior participação do ex-presidente nas redes sociais, que tem feito transmissões ao vivo pelo Instagram e investido em posts sobre seu governo, entre 2016 e 2019.
O sucesso do acordo, porém, ainda dependerá do posicionamento de Bolsonaro nos próximos dias e das definições do STF. A tendência é que o presidente da República evite abordar o assunto publicamente para amenizar a “temperatura” e ampliar as chances de êxito do pacto entre os três poderes.
(Fonte: Brasil Sem Medo)
Ibovespa fecha em alta após Bolsonaro declarar respeito pelas instituições
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, reagindo fortemente na última meia hora do pregão após o presidente Jair Bolsonaro divulgar nota oficial, na qual afirmou respeito pelas instituições da República.
Antes da nota, a bolsa paulista ainda mostrava fragilidade devido ao agravamento da tensão institucional após declarações de Bolsonaro no Dia da Independência, bem como mais um dado forte de inflação e a mobilização de caminhoneiros, somando-se a um rol de adversidades que tem minado as ações brasileiras.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,72%, a 115.360,86 pontos, tendo chegado a 116.353,62 pontos no melhor momento do dia (+2,59%). Na mínima da sessão, recuou 0,86%, a 112.435,11 pontos.
O volume financeiro da sessão somou 38,9 bilhões de reais.
Na véspera o Ibovespa caiu quase 4% após Bolsonaro atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em manifestações na terça-feira e ameaçar descumprir ordens judiciais.
Nesta quinta, ele disse que nunca teve a intenção de agredir quaisquer dos Poderes e que as pessoas que exercem o poder não têm o direito de “esticar a corda” a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.
A nota foi publicada após Bolsonaro ter se reunido com o ex-presidente Michel Temer, em Brasília.
Para o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro, Bolsonaro “colocou panos quentes” sobre suas últimas declarações, reduzindo riscos, o que foi respondido pelos investidores. (Publicado no Notícias Agrícolas).
Reviravolta na política derruba dólar
SÃO PAULO (Reuters) – O “cavalo de pau” no cenário político depois da divulgação da nota oficial do presidente Jair Bolsonaro disparou ordens de vendas de dólar, e a moeda despencou perto de 2% nesta quinta-feira, voltando à casa de 5,22 reais.
Um dia após liderar as perdas globais na véspera, o real tomou a dianteira dos ganhos nesta sessão.
No texto, que veio a público por volta de 16h30 (de Brasília), o presidente disse nunca ter tido intenção de agredir quaisquer dos Poderes e que as pessoas que exercem o poder não têm o direito de “esticar a corda” a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.
“A nota divulgada há pouco por Bolsonaro é um sinal claro de tentativa de apaziguamento. Não acho que teremos um endereçamento completo do tensionamento, mas certamente há espaço para os ativos locais consumirem parte do prêmio de risco que foi criado nos últimos dias”, comentou em seu blog Dan Kawa, diretor de investimentos e sócio da TAG Investimentos.
O dólar à vista encerrou a quinta-feira em baixa de 1,80%, a 5,2277 reais, maior queda percentual diária desde 24 de agosto passado (-2,25%).
Na sessão estendida e já sob efeito do alívio pós-nota do presidente Bolsonaro, o DI janeiro 2023 diminuiu a alta para ainda expressivos 26 pontos-base.
Em ligação mediada por Temer, Bolsonaro conversa com Moraes antes de nota
Tom da conversa foi ‘cordial’ e ‘institucional’, diz Afonso Marangoni, da Revista Oeste
O presidente Jair Bolsonaro conversou nesta quinta-feira, 9, por telefone, com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, em ligação mediada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
Interlocutores afirmam que o tom da conversa foi “cordial” e “institucional”. Em seguida, Bolsonaro publicou uma “nota à nação” baixando a temperatura da crise entre os Poderes. Temer almoçou com o presidente e teria ajudado a redigir o texto.
Temer se comprometeu a costurar o fim do inquérito das milícias digitais, desdobramento do inquérito dos atos antidemocráticos, e Bolsonaro “baixaria o tom”.
Temer: ‘Ministro Alexandre não tem absolutamente nada pessoal contra o presidente’ (Revista Oeste)
Ex-presidente Michel Temer | Foto: Beto Barata/PR
O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quinta-feira, 9, que, ao conversar com Alexandre de Moraes, verificou que o ministro do Supremo Tribunal Federal “não tem absolutamente nada pessoal contra o presidente nem contra ninguém”.
Em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, da rede Bandeirantes, Temer disse que Bolsonaro o procurou ontem para conversar, no que ele teria o aconselhado a dar uma palavra de tranquilidade, para pacificar o país. O emedebista também destacou a importância da harmonia entre os poderes e a necessidade de se cumprir as decisões judiciais.
Leia mais: “STF continua análise da demarcação de terras indígenas na próxima semana”
Temer também falou com Moraes, que foi indicado por ele para o Supremo. “Eu verifiquei que o ministro Alexandre não tem absolutamente nada pessoal contra o presidente nem contra ninguém. Ele me disse que decidia juridicamente e que, evidentemente, toda e qualquer contestação, como é mais do que razoável, deveria vir pela via peticional”.
Na manhã desta queinta-feira, 9, Bolsonaro mandou um voo da FAB buscar o ex-presidente para um encontro presencial em Brasília. O emedebista chegou à capital federal com um esboço de uma declaração que, após poucas mudanças, foi divulgado pelo Planalto. Na ocasião, Bolsonaro e Moraes conversaram por telefone.
Para Temer, a declaração em que Bolsonaro busca baixar a temperatura da crise entre os Poderes e afirma que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer Poderes”, foi boa para o país e “causou uma boa repercussão”.
“Penso que ele se convenceu, definitivamente, que este é o melhor caminho”, disse o ex-presidente sobre Bolsonaro.
“Ambos dizem que querem trabalhar pelo Brasil e, se há essa coincidência de desejos, não há por que fazer divergências. As divergências podem ser jurídicas, mas nunca divergências pessoais”, pontuou Temer.
Lula, a verdadeira ameaça à democracia brasileira, por J.R. Guzzo
Em artigo na Revista Oeste, J.R. Guzzo alerta: ‘vai haver um regime totalitário’ se o petista voltar ao governo
Em seu artigo publicado na Edição 76 da Revista Oeste, J.R. Guzzo mostra que não vai haver golpe militar nenhum no Brasil. “Vai haver um regime totalitário se Lula voltar ao governo. O resto é fumaça para esconder a verdade”, escreve o colunista.
“Está sendo executada neste momento no Brasil a manobra mais velha e possivelmente mais sórdida que existe na história da bandidagem política mundial — acusar o inimigo de estar fazendo exatamente aquilo que você vai fazer de pior, assim que tiver a oportunidade de mandar no governo”, alerta Guzzo.
Leia outro trecho
“Lula é a única ameaça que existe no momento contra a democracia brasileira porque ele mesmo, Lula, e o seu entorno mais ativo anunciam abertamente projetos de destruir essa democracia se ele for eleito em 2022. O maior desses projetos, pelo que estão dizendo agora Lula e o PT, é liquidar a liberdade de imprensa no Brasil. Não falam assim, é óbvio; ninguém fala assim, nem na Coreia do Norte.
Embrulham o seu propósito numa trapaça: a de que querem ‘melhorar’ a qualidade da imprensa, ou torná-la mais ‘verdadeira’, mais ‘justa’, mais isso, mais aquilo, com novas regras para o seu funcionamento. Sai a liberdade de pensamento assegurada no Artigo 5 da Constituição do Brasil. Entra em seu lugar o ‘controle social da mídia’, como diz Lula.
É um pacote de regras que tem um objetivo claro e um efeito inevitável: colocar a imprensa brasileira, na vida real, debaixo do comando do governo e dos ‘movimentos sociais’ controlados por ele.
Controle social é isso: censura. Não é outra coisa, e nem pode ser, porque não existe na história humana, desde que Gutemberg inventou a máquina de imprimir 500 e tantos anos atrás, nenhum episódio — nenhum mesmo — em que um governo tenha feito leis sobre a imprensa sem reduzir, prejudicar ou acabar com a liberdade da imprensa. Não há como ser de outro jeito.”
Revista Oeste
Além do artigo de J.R. Guzzo, a Edição 76 da Revista Oeste traz reportagens especiais e textos de Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Silvio Navarro, Ana Paula Henkel, Ubiratan Jorge Iorio, Dagomir Marquezi, entre outros.
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