Soja reage, com mercado financeiro comprando o que ficou barato; dólar passa a recuar com ata do FED
Brasil está de pé e não houve desorganização da economia, diz Guedes
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está de pé e que não houve uma desorganização da economia que poderia levar, no limite, a uma "guerra civil", embora ressalte a devastação psicológica das mais de 500 mil mortes por Covid-19 no país.
Em audiência pública na Câmara, Guedes disse que há pessoas que estão em casa, assistindo ao Netflix e trabalhando em home office, mas há o "cara lá embaixo" que vende churrasquinho na porta do estádio e que não poderia parar de trabalhar.
O ministro disse concordar que a "situação é trágica", mas que o país está vacinando em massa e a economia está de pé. "O papel da liderança é não perder a cabeça", destacou.
"Tenho que dizer a verdade, e a verdade é a economia está voltando com força", disse.
Guedes foi boletim convocado pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para falar sobre divergências em dados da Previdência apontadas por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), mas acabou em sua exposição inicial discorrendo principalmente sobre a atuação do governo na pandemia.
Guedes diz que PIB de 2021 vai surpreender e crescer de 5% a 5,5% no ano
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil vai crescer este ano de 5% a 5,5%, exaltando a recuperação da economia brasileira em meio à pandemia de coronavírus.
Em audiência na Câmara, Guedes disse que o país está surpreendendo o mundo.
As projeções eficientes para o PIB de 2021 apontados por Guedes nesta quarta foram as projeções recentes feitos pelo Ministério da Economia ou pelo próprio ministro.
Em 18 de maio, o Ministério da Economia havia elevado a sua projeção de crescimento do PIB este ano para 3,50%.
Há cerca de um mês, ao tratar da recuperação econômica do país e das revisões de revisões de projeções para cima de instituições para o PIB deste ano, Guedes elevou novamente a expectativa. Disse que a massa ainda mantém cálculo conservador, "entre 4% e 5%" para o PIB de 2021.
Guedes foi boletim convocado pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para falar sobre divergências em dados da Previdência apontadas por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), mas acabou em sua exposição inicial discorrendo principalmente sobre a atuação do governo na pandemia.
S&P 500 e Nasdaq renovam máximas de fechamento após ata do Fed
NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários norte-americanos avançaram nesta quarta-feira, com S&P 500 e Nasdaq cravando novas máximas de fechamento, após a ata da última reunião do Federal Reserve indicar que as autoridades do banco central dos Estados Unidos podem ainda não estar prontas para um aperto de política monetária.
De acordo com a ata da reunião de junho do Fed, as autoridades sentiram que o objetivo de mais progresso substancial à recuperação econômica dos EUA ainda não fora atingido de forma geral, mas concordaram que devem estar preparadas para agir caso a relato ou outros riscos se materializem.
"Eu vi isso como um conjunto de notas 'dovish' (favorável a uma política monetária mais frouxa), simplesmente porque eles não sentem, como um grupo, que têm certezas suficientes sobre a situação para realizar qualquer mudança", disse Brad McMillan, diretor de investimentos da Commonwealth Financial Network em Waltham, Massachusetts.
Os argumentos dos Tesouros recuaram após a publicação da ata, enquanto a maioria das ações subiu.
A ata mede um Fed dividido entre novos riscos de informação e uma taxa de desemprego ainda relativamente alta.
Wall Street tem se preocupado com a informação, com os investidores se alternando entre as ações de valor --ligadas à economia-- e de crescimento nas anteriores.
Nesta quarta-feira, tanto os papéis de crescimento quanto os de valor apuraram ganhos, enquanto as ações de indústria e matérias-primas lideraram os ganhos por segmentos do S&P 500.
O Dow Jones fechou em alta de 0,3%, a 34.681,79 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,34%, a 4.358,13 pontos, e o Nasdaq teve variação positiva de 0,01%, a 14.665,06 pontos .
Meta de progresso "substancial" do Fed ainda não havia sido atingida em junho, mostra ata
WASHINGTON (Reuters) - As autoridades do Federal Reserve que se reuniram em junho avaliaram que o objetivo de mais progresso substancial da recuperação dos Estados Unidos ainda não fora atingido de forma geral, embora os participantes esperem que os avanços continuem, de acordo com a ata do encontro do banco central norte-americano divulgada nesta quarta-feira.
"Vários participantes" da sessão ainda sentiram que as condições para reduzir as compras de ativos serão "atingidas de certa forma mais cedo do que eles esperavam", enquanto outros viram um sinal menos claro vindo dos dados.
"Em geral, os participantes julgaram que, por uma questão de planejamento prudente, é importante estar bem posicionado para reduzir o ritmo de compras de ativos, se apropriado, em resposta a acontecimentos econômicos inesperados, incluindo progresso mais rápido do que o esperado na direção das metas do Comitê ou o surgimento de riscos que possam impedir o cumprimento das metas do Comitê", apontou a ata.
A reunião de 15 e 16 de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) mostrou que o banco central dos Estados Unidos passou a uma visão pós-pandemia do mundo, retirando a antiga referência ao coronavírus como restrição à economia e, nas palavras do chair do Fed, Jerome Powell, "falando sobre falar" quando mudar a política monetária também.
O início dessa discussão, junto com projeções para a taxa de juros mostrando custos de empréstimos mais elevados já em 2012, levou investidores a antecipar um movimento do Fed mais rápido do que o esperado para encerrar seu suporte a uma economia que ainda sofre com altos níveis de desemprego e, agora, com inflação em alta.
Os rendimentos de longo prazo dos Treasuries estão perto de mínimas de cinco meses, e a diferença entre eles e os de curto prazo tem se estreitado, algo normalmente associado a um ceticismo sobre o cenário para o crescimento econômico de longo prazo.
Ibovespa fecha em alta após ata do Fed
ÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, renovando a sessão máxima na parte da tarde após a ata da última reunião do Federal Reserve amenizar receios sobre uma antecipação no processo de redução de estímulos monetários nos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,54%, a 127.018,71 pontos. No melhor momento, chegou a 127.248,96 pontos. O volume financeiro totalizou 29 bilhões de reais.
A reação ocorrida após dois pregões seguidos de baixa, em que o Ibovespa acumulou queda de quase 2%.
De acordo com a ata do Fed, referente ao encontro do mês passado, autoridades do BC norte-americano avaliam que o objetivo de mais progresso substancial da recuperação dos Estados Unidos ainda não fora atingido de forma geral.
Enquanto "vários participantes" ainda sentiram que as condições para reduzir como compras de ativos serão "atingidas de certa forma mais cedo do que eles esperavam", outros viram um sinal menos claro vindo dos dados.
Na visão do estrategista-chefe do banco digital Modalmais, Felipe Sichel, a ata mostra um comitê que vê sinais contínuos de recuperação da atividade e aceleração da informação, mas também atribui incerteza elevada a grande parte de suas projeções.
"Em relação ao tapering, há relativamente biliões que forcem uma antecipação da projeção de início do processo na primeira reunião do ano que vem", disse, enxergando nesse sentido um tom mais 'dovish' do que o adotado no mês passado.
Em junho, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed antecipou para 2023 projeções para aumento nas taxas de juros e abriu a discussão sobre quando e como pode ser apropriado reduzir suas compras mensais de ativos.
"Foi um dia de alívio", disse o sócio e economista da VLG Investimentos Leonardo Milane, avaliando que a mensagem do Fed (nesta quarta-feira) requereu um acalmar os mercados em relação a um potencial aperto da política monetária norte-americana.
No Brasil, contudo, os ruídos políticos aprenderam, observou, o que acaba afetando o humor dos investidores, apesar do bom momento em termos de recuperação da economia no país.
"É só essa questão do problema político sair da frente para a bolsa voltar a se recuperar", avaliou.
Apesar da alta nesta sessão, o Ibovespa continua abaixo das máximas obtidas no mês passado, quando chegou a ultrapassar os 131 mil pontos durante o pregão do dia 7.
Dólar reduz ímpeto com Fed, mas ainda engata 7ª alta e fecha perto de R $ 5,24
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar engatou a sétima alta consecutiva e fechou numa máxima desde o fim de maio, ainda amparado nesta quarta-feira pelo clima político local mais arisco e pelo ambiente externo de cautela, apesar de ter amenizado os ganhos após o banco central norte-americano acalmar temores sobre redução de liquidez por lá no curto prazo.
O dólar negociado no mercado à vista subiu 0,55%, a 5.2391 reais --patamar mais alto desde 27 de maio (5.2554 reais).
Nesta quarta, a cotação foi de queda de 0,78% (para 5.1702 reais, mínima atingida ainda no começo do dia) e alta de 1,37%, para 5.282 reais --máxima alcançada pouco depois das 12h (de Brasília )
Por volta de 14h20 as vendas apareceram e tiraram o dólar dos picos da sessão. Mas a moeda sofreu um revés maior depois das 15h, quando o Fed (banco central norte-americano) divulgou a ata de sua última reunião de política monetária, na qual evitou sinalizar mais clara quando pode começar um debater corte de estímulos adotados durante o começo da pandemia --e que ajudaram a sustentar os mercados desde então.
O dólar chegou a uma mínima de 5.2065 reais meia hora depois da divulgação do documento do Fed.
"Foi um (Fed) cautelosamente 'dovish' (favorável a uma política monetária mais frouxa)", disse Leon Abdalla, analista de investimentos da Rio Bravo. "Não fim, as notícias do Fed ainda indicam bastante liquidez no mercado", acrescentou.
Porém, assim como no Brasil, o dólar no mundo apenas reduziu os ganhos. O índice da moeda norte-americana chegou ao fim da tarde em alta de 0,2%, após subir 0,3% no máximo intradiária.
A divisa se valorizava frente a 25 de uma lista de 33 pares, e o real seguiu entre os piores desempenhos do dia, mantendo padrão recente.
"Achamos que o real está longe do patamar que vemos como ideal", disse Tulio Portella, diretor comercial da B&T Corretora de Câmbio, que vê taxa de 4,50 reais por dólar ao fim do ano.
Segundo Portella, o rali do dólar nas últimas semanas teve o componente mais forte da escalada de tensões políticas. "Houve uma certa perda de credibilidade do governo com o mercado, e com isso as reformas ficam mais facilmente contestáveis", afirmou, lembrando ainda a má reação de agentes financeiros ao texto da segunda etapa da reforma tributária --que anterior, entre outros pontos , tributação de 20% sobre lucros e dividendos.
Depois de forte valorização até março deste ano, o dólar passou a perder força desde então e cruzou a linha dos 5 reais já perto do fim de junho --patamar que, para o ministro da Economia, Paulo Guedes, favorece o turismo brasileiro, porque famílias ricas estão trocando viagens para o exterior por destinos dentro do país.
A moeda, porém, voltou a ganhar terreno nos dias.
Abdalla, da Rio Bravo, também citou uma fragilização do governo e seus atos sobre o dólar, mas ainda vê a moeda em patamar mais baixo, de 5,10 reais, ao fim do ano, quando a economia deve operar com maior capacidade.
Portella, da B&T, vê a cotação em nível ainda menor em dezembro, de 4,50 reais. "Temos um cenário de dólar mais fraco no mundo, que obterá uma Selic mais alta e recuperação econômica no Brasil, combinação que deixará o cenário mais favorável para o investidor estrangeiro trazer recursos para o país", afirmou.
O Brasil registrou em junho líquido líquido de 4.449 bilhões de dólares pelo câmbio contratado, maior valor para o mês desde 2007. No acumulado do ano, o superávit é de 15.158 bilhões de dólares, bastante diferente do visto no mesmo período do ano passado (déficit de 12.867 bilhões de dólares).
Em sete pregões seguidos de ganhos, uma moeda acumulou valorização de 6,30%. É a mais longa sequência do tipo desde o mesmo número de altas seguidas registrado entre 9 e 18 de junho do ano passado, quando a divisa disparou 10,64%.
Guedes diz que dólar a R $ 5 favorece turismo no Brasil
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o patamar atual do câmbio favorece o turismo brasileiro porque as famílias ricas estão trocando viagens para o exterior por destinos dentro do país.
"Hoje, com o dólar a 5 (reais) como está hoje, o que está acontecendo? Famílias humildes do Brasil inteiro estão se beneficiando porque essa família rica, entre aspas, em vez de estar indo para a Disneylândia levando funcionários e uma parte de gente, estão viajando pelo Brasil ", disse.
"O turismo pelo Brasil está subindo fortemente. Todo mundo que tem pousada, gente simples do interior da Bahia, na costa de Pernambuco, todo mundo está se beneficiando do turismo local", emendou.
Segundo o ministro, anteriormente o dólar estava "artificialmente" lá embaixo e como as pessoas passavam férias lá fora, levando a família e todo mundo.
"Estava dando um exemplo típico da distorção do dólar, transformaram num desapreço uma empregada doméstica", disse ele, durante a audiência a uma comissão da Câmara.
Fluxo cambial fica positivo em US$ 4,4 bi em junho, o melhor para o mês desde 2007
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil teve em junho a maior entrada líquida de dólares pelo câmbio contratado para o mês desde 2007, resultado puxado pela virada para positivo no fluxo financeiro.
O superávit foi de 4,449 bilhões de dólares, mais do que revertendo resultado negativo de 1,821 bilhão de dólares em maio, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira.
É o melhor número desde fevereiro de 2019 (+8,626 bilhões de dólares) e o mais robusto para o mês desde 2007 (+16,561 bilhões de dólares).
A conta financeira --em que são registrados fluxos para portfólio, empréstimos e investimentos em geral-- mostrou sobra de 2,644 bilhões de dólares em junho, após contabilizar saída líquida de 4,089 bilhões de dólares no mês anterior.
Já o câmbio contratado para operações comerciais teve saldo positivo de 1,805 bilhão de dólares, abaixo do de 2,268 bilhões de dólares de maio.
A atualização semanal dos dados pelo BC trouxe ainda os números dos dois primeiros dias de julho, com resultado negativo de 183 milhões de dólares.
De forma geral, 2021 tem sido um ano de expressiva melhora no fluxo cambial contratado para o Brasil. Dos seis primeiros meses do ano, apenas maio registrou saída líquida de recursos, e o resultado do semestre mostrou ingresso de 15,341 bilhões de dólares.
No acumulado do ano, o superávit é de 15,158 bilhões de dólares, bastante diferente do visto no mesmo período do ano passado (déficit de 12,867 bilhões de dólares).
Inflação, pandemia e dívidas são as principais preocupações dos bancos centrais, diz pesquisa UBS
Por Tom Arnold
LONDRES (Reuters) - A inflação apareceu como uma das principais preocupações dos gestores de reservas de bancos centrais, juntamente com o fracasso em pôr fim à crise da Covid-19 e o aumento dos níveis da dívida, mostraram resultados de uma pesquisa do UBS divulgada nesta quarta-feira.
Temores em relação à inflação e aumentos descontrolados nos rendimentos de longo prazo, riscos não sinalizados pelos participantes da Pesquisa Anual de Gestores de Reservas do ano passado, foram neste ano levantados por 57% dos entrevistados como principal risco para a economia mundial.
O fracasso em acabar com a pandemia foi citado como preocupação por 79% dos entrevistados, com 71% sinalizando os níveis da dívida do governo.
Refletindo a angústia sobre a gravidade da Covid-19, metade dos participantes da pesquisa acredita que o vírus acabará somente após 2022.
Gestores de reservas de aproximadamente 30 bancos centrais mundiais responderam à pesquisa, conduzida durante os meses de abril e junho.
"A inflação voltou ao topo das preocupações dos banqueiros centrais", disse Massimiliano Castelli, chefe de estratégia e consultoria para mercados soberanos globais do UBS, à Reuters.
"A maioria está dizendo que espera um aumento, mas não chega a níveis muito altos de inflação. Portanto, parece que existe uma espécie de visão entre a comunidade de bancos centrais de que o atual aumento da inflação que estamos experienciando é transitório."
Mais de dois terços dos participantes na pesquisa esperam que o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos aumente as taxas de juros em 2023, enquanto 30% esperam que o Fed o faça em 2022.
Em contrapartida, os participantes esperam um ciclo de alta posterior para o Banco Central Europeu (BCE), com 33% esperando o primeiro aumento dos juros para 2023, 41% em 2024 e apenas 26% depois de 2024.
Reforma administrativa não é complexa, é simplificadora, diz Guedes
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que a reforma administrativa enviada pelo governo em discussão no Congresso não é complexa e pretende ser simplificadora.
Em audiência pública para discutir a proposta na Câmara, Guedes disse que está trabalhando em conjunto com o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA).
Segundo o ministro, o principal objetivo da reforma é garantir a melhoria e a qualidade no fornecimento da prestação do serviço público de uma forma eficiente.
Guedes ressaltou que, desde o início, o presidente Jair Bolsonaro disse que a proposta não iria tocar em direitos adquiridos pelos atuais servidores.
O ministro afirmou que a proposta não deseja acabar com a estabilidade do funcionalismo, mas defendeu que haja uma espécie de avaliação para os servidores que vão ingressar na carreira pública e que isso seja instituído pelos atuais servidores.
(Reportagem de Ricardo Brito)
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