Safra vai se recuperando aos poucos, com a volta das chuvas; vc prefere ver o copo cheio ou vazio?
Safras gaúchas têm cenário mais otimista no verão mesmo com La Niña, diz Inmet
SÃO PAULO (Reuters) - As lavouras do Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de grãos do Brasil, continuarão sofrendo com chuvas abaixo da média nos próximos meses sob influência da La Niña, mas o cenário para o verão é mais otimista na comparação com os períodos de seca vistos nos últimos meses, apontou nesta sexta-feira um especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Em períodos de La Niña, caracterizada pelo resfriamento das águas equatoriais do Pacífico, as frentes frias em geral passam muito fracas no Sul do Brasil, resultando em menos chuva e estiagem que podem impactar a safra brasileira como um todo.
De outro lado, a confiança em uma melhora climática para os gaúchos vem também das temperaturas do Oceano Atlântico, comentou Solismar Damé Prestes, coordenador do 8º Distrito do Inmet, órgão do Ministério da Agricultura.
Ele ponderou durante evento online que, embora tecnicamente a confirmação do fenômeno La Niña necessite de cinco trimestres de anomalias climáticas, seus efeitos já são sentidos.
"Estamos em período de La Niña, pudemos comprovar nos últimos dois meses com déficit hídrico bastante acentuado no Rio Grande do Sul. Mas estamos bastante confiantes no pequeno aquecimento do Atlântico, e que vai melhorar as condições no verão", afirmou ele.
"Um verão não ideal, mas com condições bem mais próximas da média para minimizar as consequências", acrescentou.
O Estado do Rio Grande do Sul já registrou problemas para a produtividade do trigo e do milho nos últimos meses devido à escassez de chuva, enquanto a estiagem também atrasou o plantio da soja.
Um melhora climática poderia ser um alento principalmente para o milho, arroz e a soja, esta última a principal cultura do Estado que é o terceiro produtor da oleaginosa do Brasil.
Os gaúchos vêm de uma quebra drástica na produção de soja na temporada passada, por causa da seca, que limitou uma maior colheita brasileira, que ainda assim foi recorde.
"Os modelos preveem chuvas abaixo da média, mas com certeza a situação mais crítica foi nos últimos dois meses, outubro e novembro. Mesmo com as anomalias vamos ter chuvas mais generalizadas, e isso já podemos ver nas chuvas nos últimos dois dias...", disse Prestes, lembrando que as precipitações devem seguir até a próxima semana, ajudando "bastante" a minimizar os efeitos da estiagem.
ALENTO
Para o diretor técnico da empresa de assistência técnica Emater-RS, Alencar Rugieri, os comentários do meteorologista são alentadores.
"Vindo de uma situação complexa, nada melhor que trazer o otimismo, não otimismo pelo otimismo, mas o otimismo com informações dessa natureza... Foi animador para nós, queremos levar notícia de otimismo, tem tendência de que o pior já passou", comentou Rugieri, também durante a live.
Ele comentou que muitas vezes as pessoas falam bastante sobre a La Niña, mas se esquecem da influência climática do Oceano Atlântico, que está mais "pertinho" que o Pacífico.
Na véspera, a empresa de análises Agroconsult estimou a produção brasileira de soja em 133,2 milhões de toneladas, embora não descartando revisões para baixo na projeção, em decorrência da seca que atrasou o plantio e pode afetar o rendimento da oleaginosa.
O Paraná, que também costuma sentir efeitos da La Niña, avaliou na véspera que dificilmente a produção recorde de 2019/20 deve se repetir em 2020/21, devido à irregularidade climática.
SLC dispara 7% após memorando para assumir Terra Santa, que salta mais de 20%
SÃO PAULO (Reuters) - Os papéis da SLC Agrícola avançavam cerca de 7% nesta sexta-feira, maior alta do Small Caps, após assinar um memorando de entendimento para assumir, por meio de incoropração de ações, as operações da Terra Santa Agro, que assistia a seus papéis saltarem mais de 20%.
A Terra Santa pretende realizar uma reorganização societária que avaliará suas operações em 550 milhões de reais. A relação de troca irá considerar um valor líquido (equity value) de 65 milhões de reais, sendo o remanescente equivalente a assunção de dívida e/ou caixa.
Considerando a atual intenção de área de plantio para a safra 2020/21 divulgada pela Terra Santa, a SLC acredita que há potencial para incremento de aproximadamente 130 mil hectares em sua área de plantio.
Por volta de 11:35, as ações da SLC valorizavam-se 7,22%, a 27,32 reais, enquanto o índice Small Caps subia 0,24%. Os papéis da Terra Santa saltavam 22,7%, a 23 reais.
"Se bem sucedida, a SLC entregará cinco anos de aumento de área plantada em apenas um, o que é impressionante na nossa visão", afirmam os analistas do Credit Suisse, citando que isso representaria um aumento de 27,6% na área da SLC em 202122.
Os analistas avaliaram ainda que a alavancagem da companhia não deve ser um problema após a transação, ficando perto de 1,24 vez a dívida líquida/Ebitda.
Victor Saragiotto e Felipe Vieira afirmam que a SLC assumirá 485 milhões de reais em dívidas, pagará 65 milhões em 'equity', com 2,5 milhões de ações da SLC, avaliadas em 25,83 reais cada (média dos últimos 60 dias).
Eles ressaltam que a transação mostra a capacidade da SLC de encontrar bons ativos, em um momento em que é dificil encontrar terras na melhor região para produzir grãos do país, e quão bem preparada está para absorvê-las em seu portfólio, segundo relatório a clientes.
A Terra Santa possui suas fazendas em Mato Grosso, maior produtor de grãos e oleaginosas do país.
"O momento do segmento parece excepcional. Estamos convictos que a temporada 2020/21 deverá ser a melhor da história, se as condições meteorológicas não surpreenderem pelo lado negativo, o que não é o nosso cenário base", projetam os analistas
"A maior rentabilidade vai levar ao aumento do preço dos terrenos, a nosso ver, e isso parece estar totalmente fora do radar dos investidores", reforça a equipe do Credit Suisse, reiterando a recomendação 'outperform' para as ações da SLC, com preço-alvo de 27,50 reais.
Ibovespa caminha para melhor desempenho mensal desde 1999
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caminhava para a quarta semana consecutiva de valorização, o que deve resultar na maior alta mensal desde o final de 1999, beneficiado pelo noticiário favorável sobre uma vacina contra o Covid-19, além de fluxo de capital externo e rotação em portfólios para ações de valor e cíclicas.
Nas últimas semanas, o aumento de casos de coronavírus na Europa e Estados Unidos acabou sendo ofuscando por sinais promissores sobre a eficácia das vacinas, entre elas a da Pfizer, desenvolvida em parceria com a BioNTech, que pode ser aprovada pelo órgão regulador norte-americano ainda neste ano.
"O principal ponto que embasa esse otimismo foi o avanço das principais vacinas da Covid-19 com níveis de eficiência maiores, trazendo alívios para os mercados globais", destacou o sócio e líder de renda variável na BlueTrade, Abner Gonçalves.
Ainda no cenário externo, o começo da transição de governo nos Estados Unidos trouxe alívio, assim como agradaram as primeiras informações ventiladas sobre a potencial equipe de Joe Biden, com destaque para a chance de que a ex-chair do Federal Reserve Janet Yellen comande o Tesouro norte-americano.
"Trump começa a admitir a vitória de Biden, e o próprio Biden que trazia um certo receio inicialmente já adotou um discurso bem conservador essa semana, o que fez os índices de volatilidade voltarem para os patamares pré-pandemia em níveis bem estáveis" acrescentou Gonçalves.
A bolsa brasileira ainda foi beneficiada pela entrada de estrangeiros no mercado secundário de ações, acompanhando o movimento de outros emergentes, com dados da B3 mostrando saldo líquido de cerca de 30 bilhões de reais em novembro até o dia 25, o que ajudou a reduzir o déficit para 53 bilhões de reais no ano.
Estrategistas também apontaram uma rotação nos portfólios de ações para papéis de empresas de 'valor' e 'cíclicas', com maior peso no Ibovespa, em detrimento de ações de 'crescimento', como as de tecnologia, como mais um componente para a forte recuperação, após acumular perdas nos três meses anteriores.
Além disso, a temporada de resultados das empresas brasileiras do terceiro trimestre mostrou dados melhores do que o esperado por muitos analistas, endossando avaliações de que o pior dos efeitos da pandemia de Covid-19 nas companhias do país ficou para trás.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa sobe 0,77%, a 111.078,73 pontos, acumulando alta de 4,75% na semana e valorização de 18,2% no mês. Este ganho mensal, se mantido, será o maior desde a alta de 24% em dezembro de 1999. No ano, porém, ainda mostra declínio de quase 4%.
Confiança da indústria atinge maior valor em dez anos, diz FGV (Agencia Brasil)
O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 1,9 ponto de outubro para novembro deste ano. Com o resultado, a confiança do empresário da indústria brasileira chegou a 113,1 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o maior valor desde outubro de 2010 (113,6 pontos).
Doze dos 19 segmentos industriais pesquisados pela FGV tiveram registraram aumento da confiança. Quinze setores estão em nível acima de fevereiro desse ano, ou seja, do período pré-pandemia. O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no presente, aumentou 4,5 pontos e atingiu 118,2 pontos, o maior valor desde dezembro de 2007 (118,9 pontos).
Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, caiu 0,7 ponto, passando para 107,9 pontos.
Um dos indicadores que se destacam na pesquisa é o nível dos estoques das empresas que subiu 12 pontos, para 126,2 pontos, o maior valor da série histórica. A parcela de empresas que avaliam os estoques como insuficientes saltou de 10,6% para 15,7%, enquanto as que avaliam os estoques como excessivos caiu de 9,6% para 8,0%.
“De maneira geral, a demanda foi considerada como forte e o indicador de estoques bateu novo recorde. Pelo lado das expectativas, houve ajuste, mas a maioria dos segmentos ainda apresenta otimismo. Apesar da queda dos indicadores de produção prevista e emprego previsto, ambos permanecem em nível elevado, sugerindo que tanto a produção como o pessoal ocupado continuariam aumentando nos próximos três meses. A boa notícia é o avanço do indicador de tendência dos negócios que, embora não tenha recuperado totalmente as perdas observadas em março e abril - mostrando que ainda há cautela por parte dos empresários -, sinaliza que o setor esteja mais otimista para o início de 2021 do que estava para 2020”, disse a economista da FGV Renata de Mello Franco.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada ficou relativamente estável ao passar de 79,8% para 79,7%.
Intenção de consumo das famílias sobe pelo 3º mês seguido, diz FecomercioSP
O ICF fechou o mês com 66,6 pontos, a terceira alta seguida desde agosto, quando estava em 61,3 pontos. A crescimento, apesar de tímido, pode ser explicado pelo avanço na perspectiva de emprego, que subiu 5,9%, e a variável de consumo atual, que teve alta de 4,7%.
De acordo com a instituição, a retomada é lenta porque mesmo com a injeção do décimo terceiro salário entre os trabalhadores formais e a última parcela do auxílio emergencial, as famílias ainda se sentem inseguras em voltar a consumir como antes da pandemia, principalmente pela inflação, ainda mais forte entre alimentos e bebidas, e pelo ritmo lento do mercado de trabalho.
Na comparação com novembro de 2019, o ICF acumula queda de 31,9% Naquele mês, o indicador marcava 97,8 pontos. As retrações foram puxadas principalmente pela Perspectiva de Consumo (-41,6%), pela Renda Atual (-40,3%) e Expectativa de Compra de Bens Duráveis, como automóveis e a linha branca (-38,7%). Na comparação entre novembro de 2019 e agora, nenhum dos itens do índice apresentou crescimento.
Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apurado a partir dos dados de 2,1 mil consumidores no município de São Paulo, subiu 3,8% neste mês em relação a outubro. A alta foi puxada principalmente pelas mulheres (7,7%) e pelos mais jovens, abaixo dos 35 anos (4,3%). A perspectiva é que o ICC feche novembro em 111,7 pontos - era 107,6 em outubro e 118,6 em novembro de 2019
Segundo a Fecomércio, o que "trava" um retorno mais seguro ao mercado também pode ser visto no Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), que mede a condição financeira momentânea dos consumidores paulistanos: nele, a queda entre novembro de 2019 e agora é de 31,1%, passando de 99,1 pontos no ano passado para 68,3 no cenário atual.
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