Aumento de população de plantas, para minimizar efeito do La Niña, pode ter comprometido produtividade da soja no sul do país
Direto da feira de tecnologia para o agronegócio Showtec 2016, que ocorre em Maracaju (MS), o jornalista João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas, conversou com o pesquisador de sementes e professor Paulo Dejalma Zimmer, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), para entender se a safra brasileira está em boas condições no momento e se os reflexos das condições na Argentina podem vir a ser presentes no Brasil também.
Segundo o professor, a safra brasileira se encontra em boas condições, com lavouras bem melhores do que na safra passada, mas por se tratar de uma país continental, as boas condições climáticas não devem se estender para todas as regiões.
O que aconteceu na Argentina pode atingir a metade sul do Brasil, nas áreas mais baixas, uma vez que muitos produtores, como forma de se precaver para o La Niña, armazenaram umidade no solo, considerando que fosse possível faltar água. No entanto, o volume de chuvas ainda não impacta a produtividade brasileira.
Ele aponta que, na safra do Brasil, pode ter havido também uma precaução exagerada na utilização de uma população maior de plantas, o que pode prejudicar na produtividade. Mas, até o momento, ele acredita que o número da safra não deve ficar muito abaixo de 103 milhões de toneladas.
As áreas mais férteis, com essa medida, podem ser penalizadas com maior tendência de doenças do baixeiro, mais doenças radiculares e mais acamamento e desequilíbrio entre fonte e dreno. Algumas iniciativas, como um travamento da cultura no desenvolvimento vegetativo, podem mitigar os problemas, mas isso é apenas uma "correção", e não uma medida preventiva, como aponta o professor.
Por outro lado, a qualidade das sementes apresentou uma melhora nesta safra, fruto de uma busca da indústria sementeira do Brasil por uma maior profissionalização. Além disso, outras evoluções na forma de cultivo, como as condições de solo, também ajudam a melhorar este quadro.
Para Zimmer, os produtores "não podem se conformar em colher 50 sacas por hectare em média", já que a soja tem potencial para colher sempre mais. Ele aponta que nem sempre as áreas mais férteis são as mais produtivas e que dificilmente uma área irrigada tem maior produtividade que uma área de sequeiro. Ele também destaca como um conselho importante para os produtores a necessidade de harmonizar as tecnologias utilizadas, para que elas funcionem harmonicamente.
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