Hedgepoint analisa movimentação nos preços do açúcar com influência do cenário macro
Relatório da Hedgepoint Global Markets aborda a movimentação dos preços do açúcar no mercado global. “Os preços do açúcar bruto caíram na semana passada devido a fatores como o dólar forte, real desvalorizado, chuvas no Centro-Sul do Brasil e a divulgação de um volume de moagem maior que o esperado pela UNICA”, afirma Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint.
Imagem 1: Dólar mais forte e real brasileiro mais fraco: uma receita para preços de açúcar em baixa
“No entanto, ressalto que mantivemos as estimativas, que já eram mais otimistas que a média no mercado. Além disso, muitas usinas estão finalizando as operações. Projetemos 610 milhões de toneladas de cana, com uma leve redução no mix de açúcar de 48,2% para 48,1%. A produção de açúcar ainda pode alcançar 39,7 milhões de toneladas em 24/25”, diz a analista.
A demanda enfraquecida foi impulsionada por maior disponibilidade de açúcar branco no Hemisfério Norte, com alta produtividade de beterraba na Europa.
A expectativa de que Tailândia e Índia tenham maior disponibilidade em 2024/25, se comparado ao período de 2023/24, também contribuiu para pressionar os preços. “A produção desses países se concentra no açúcar branco. Portanto, um aumento produtivo dessas regiões vai ocasionar um equilíbrio maior nos fluxos comerciais do branco”, acredita.
O desequilíbrio entre açúcar branco e bruto reduziu o prêmio do açúcar branco, impactando decisões de refinarias e diminuindo a demanda. Prêmios à vista para açúcar bruto em Santos caíram, destoando da tendência típica da entressafra do Centro-Sul.
Rumores apontam para estoques elevados de refinarias, reforçando a demanda enfraquecida. Combinados com dólar forte e real desvalorizado, esses fatores pressionaram os preços do açúcar bruto. No futuro, a oferta brasileira poderá ser crucial, já que pode haver restrições de disponibilidade, especialmente em sua entressafra.
Imagem 2: Prêmio mensal de açúcar bruto FOB Santos (USc/lb)
“A entrega reduzida de açúcar branco - 191kt, menor volume recente para dezembro - trouxe um tom altista ao mercado. A curva do açúcar branco voltou à inversão, apoiando o mercado de açúcar bruto, que por sua vez, registrou forte recuperação, com alta de mais de 3% na primeira sessão desta semana. Restrições na disponibilidade devem continuar sustentando os preços”, observa.
Imagem 3: Entrega de açúcar branco | Contratos de dezembro ('000 t)
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